“Certa vez um menino ficou sabendo que havia um jardim muito exótico, muito bonito e nele estava oculto um tesouro. Ele então ficou imbuído do desejo sincero de encontrar o tesouro. Entrou para se aventurar naquele jardim. Porém este jardim era tão rico e maravilhoso, possuía plantas exóticas, animais de diversas regiões, artistas que faziam números fantásticos, mágicos que entretinham a multidão. Tudo isso o fascinou de tal forma que ele se esqueceu do tesouro.
Eis que lhe aparece um velhinho e ele ficou chocado com a forma com que ele estava trajado, totalmente diferente. Em farrapos, pobre, feio, enrugado. O velhinho destoava totalmente de toda aquela beleza do jardim. Foi esse contraste que fez com que ele se lembrasse da razão pela qual ele estava ali. O tesouro.
Ele caiu em si, percebendo então que ele estava distraído de seu propósito.
Neste estado de choque, ele se aproximou do velhinho e lhe perguntou: eu vim aqui a este jardim em busca de um tesouro, você sabe onde posso encontrá-lo?
O velhinho lhe respondeu: O tesouro está aqui no jardim, mas eu não posso levá-lo até ele. O que posso lhe dizer é que você só vai chegar até ele carregando um saco de areia. O velhinho então lhe dá o saco de areia.
Era pesado, mas o menino teve força para seguir caminhando. No princípio era bem difícil, mas à medida que foi andando, ele foi se acostumando com o peso, e foi também se tornando mais forte com o exercício, e quanto mais forte se tornava, mais leve ficava o saco de areia. Até que ele logo se esqueceu, que estava carregando um saco de areia. Com o esquecimento, ele passou novamente a se distrair com as fantasias e beleza do jardim.
Foi então que ele encontra um segundo velhinho. Igual ao primeiro. Ver o velhinho fez com que ele se lembrasse do tesouro. E pergunta: você sabe onde está o tesouro? O segundo velhinho respondeu a mesma coisa que o primeiro: eu não posso lhe levar até lá, mas o que eu posso lhe dizer é que para você achar o tesouro, você precisará levar outro saco de areia que eu vou lhe dar.
Novamente as coisas ficaram difíceis para o nosso menino. Mas, como da primeira, vez, à medida que ele ficava mais forte, se acostumava com o peso, esquecia-se do tesouro e voltava a se encantar com as coisas do jardim. Isso até encontrar um terceiro velhinho. Que também lhe deu um terceiro saco de areia. Porém desta vez, tornou-se tão difícil de carregar três sacos de areia que ele não conseguiu mais desviar-se do caminho. O peso fez com que, mesmo que ele quisesse parar para contemplar o jardim, o peso não o permitia, então ele preferiu caminhar em linha reta, chegando a seu destino sem desviar-se.”