O ovo do tatu

Excepcionalmente publicamos hoje a coluna “Momento Literário”. A partir deste pequeno conto podemos refletir sobre o respeito às diferenças.

 

O ovo do tatu

 

O tatu, no meio do mato, para fazer a sua casa, foi cavando um buraco.

Cavouca aqui, cavouca ali, joga a terra para o lado. De repente, com surpresa, percebeu, meio escondido pelo mato, algo perdido, jogado.

Era um ovo abandonado.

De quem será? – ele pensou. Do que será? Será de pato?

Intrigado, o tatu procurou a pata, a galinha, a perua.  Perguntou quem tinha botado aquele ovo ali, largado.

Ninguém sabia de quem era… Se da tartaruga, da “jacaroa”, da gansa, da marreca. Ou era ovo de cisne?

O tatu, então, viu a coelha e pensou: só pode ser dela!

A coelha deu dois pulinhos, olhou bem para o ovo e falou: – Mas, “seu” tatu, coelha não bota ovo!

Veja só! Não tenha mais dúvida! Com esse calor, o ovo chocou… A casca está quebrando… O filhote está saindo… Esse ovo não é de passarinho!

É ovo de cobra!

Opa! Vou já para minha toca, antes que a mãe apareça! – falou o tatu apressado.

E correram todos, assustados, cada um para o seu lado!

A inocente cobrinha ficou ali, sozinha. Ela não era nem venenosa, nem nada…

E você, do que tem medo?

O que mais nasce de ovo?

Os animais diferentes podem ser amigos? E as pessoas diferentes?

 

Marcelino Vargas

Equipe de Apoio à Evangelização Infantil