Preconceito – formas de trabalhar as diferenças com os evangelizandos

Preconceito – formas de trabalhar as diferenças com os evangelizandos

Todos nós somos diferentes, cada ser é único e tem um universo dentro de si. Portanto, em nossa estada no plano material, teremos sentimentos e emoções diversas, ações, pensamentos e opiniões que podem se confrontar às dos nossos irmãos de caminhada. As diferenças e o choque de opiniões são naturais, é assim que crescemos, aprendemos uns com os outros e evoluímos. Mas, quando não são bem entendidas, podem culminar no preconceito.

Abordemos este tema por meio do raciocínio e de vivências, com brincadeiras, dinâmicas e atividades, incentivando os evangelizandos a refletirem e compreenderem que o preconceito é uma opinião que se tem sobre alguém ou algo, baseada na opinião dos outros, desenvolvida com antecipação, sem reflexão ou conhecimento sobre o assunto.

Tendo Jesus como nosso modelo e guia, transmitamos aos pequenos seu exemplo de não discriminar e nem ter preconceitos contra ninguém. Pois o Mestre convivia bem com todos os tipos de pessoas, simples ou abastadas, doentes ou sadias, reconhecidas ou excluídas. Jesus também nos ensinou a não fazer aos outros o que não gostaríamos que nos fizessem.

O preconceito pode ser trabalhado tanto como o tema central de uma aula, quanto de forma secundária, no decorrer das aulas. Um pequeno exemplo: propor uma atividade de desenho ou pintura em que cada evangelizando utilizará cores e formas diversas, de acordo com suas escolhas.  Nesse momento podemos chamar a atenção deles para os diversos estilos e maneiras com que os trabalhos foram realizados, aprendendo que a diferença, na verdade, é somatória.

O comentário de um evangelizando sobre algo que aprendeu ou gosta, feito durante a aula, também pode oferecer oportunidade de dialogar com a turma, perguntando se todos já fizeram essa atividade, ou se todos gostam da mesma coisa. Lembrá-los de que cada pessoa é única, somos diferentes e temos as nossas particularidades. E que discriminar o outro vai contra a Lei de Amor, de Deus Pai, uma vez que as diferenças são mais uma das várias formas que Ele usa para nos ensinar.

Como foco central da aula, o preconceito pode ser tratado de diversas formas. Por exemplo, utilizando música, como a canção Algo especial¹, de Júnior Vidal. Toca-se a música enquanto mostram-se aos evangelizandos figuras de pessoas diversas, de diferentes tons de pele, algumas com deficiência, vestidas com roupas distintas, com cabelos de várias formas e cores. Em seguida, questiona-se sobre as diferenças e semelhanças entre as pessoas das figuras. Concluir que todos são filhos de Deus, portanto, nossos irmãos. Eles são o nosso próximo, a quem o Mestre Jesus ensinou que devemos amar.

Pode-se abordar o preconceito com uma dinâmica temática sobre reencarnação. O evangelizador prepara diversos papeis, como se fossem bilhetes, com descrições diversas de pessoas: nacionalidade, aparência física, profissão… Coloca esses papéis em uma bolsinha para que os evangelizandos sorteiem e leiam “como virão em sua próxima vida”. Assim, trabalhando a reencarnação, demonstrando que nossa forma atual de encarnados é a necessária para esta experiência corpórea, mas que, em outra vida, podemos vir com uma aparência bem diferente, o que provavelmente já aconteceu também em encarnações passadas. Portanto o preconceito não faz sentido, uma vez que somos Espíritos em evolução e vamos experimentar diversas experiências corporais para o nosso aprendizado, nascendo em várias partes do mundo, sendo homem ou mulher, vivendo em famílias diferentes, trabalhando em várias profissões, tendo aparências físicas variadas.

O importante é trabalhar sempre de forma amorosa com os pequeninos, levando-os a perceber, por si mesmos, que respeitar as características diferentes do outro é uma forma de amá-lo e de vivenciar os ensinamentos do Mestre Jesus em suas vidas.

 

Beatriz Carvalho Morais

Centro Espírita Luz do Caminho – CELUCA

Regional Vale do Paraíba

 

 

 

¹ https://www.youtube.com/watch?v=EHxsD5jPTIY