Radares da mediunidade

Radares da mediunidade

Oi, leitor! Quem é você?

Talvez um adulto, seguidor, estudioso da doutrina espírita… Mas, voltando ao passado, você já foi uma criança em uma escola de ensino regular, que esteve durante anos em sala de aula. As nossas referências sobre como aprender estão ligadas ao tempo de escola.

Alguns de vocês tiveram a sorte de frequentar um núcleo espírita desde crianças, nas aulas de Evangelização Infantil. Outros conheceram uma casa através de preleção, Mocidade ou até Escola de Aprendizes do Evangelho. E nesse caminho, talvez, viramos servidores e trabalhadores de Jesus! Trilhando nossos caminhos de reforma íntima constante, buscando trabalhar pelo Mestre.

Fato é que nós estamos na casa espírita e ela tem alta demanda de trabalho administrativo e exige praticidade. Mas é inegável que o foco está sempre nos trabalhos espirituais.

E é aqui que precisamos refletir. Os trabalhos espirituais tem regras, métodos, mas não são voltados exclusivamente para a praticidade e não podem ser “engessados”. Nós precisamos trabalhar em conjunto com a espiritualidade. Antes dos trabalhos, ativar os radares da mediunidade, e ter humildade para permitir que a espiritualidade possa nos amparar. Ativar nossos chacras, nossa pineal, e abrir nossos corações através da prece, nos ligando com os mentores.

A nossa vida material é acelerada, fazemos tudo ao mesmo tempo. É difícil conseguir desacelerar, se concentrar, parar e meditar, ter um tempo de conexão com a espiritualidade para fazer essa ligação antes do trabalho. Por isso a importância dessa reflexão.

Sou evangelizadora infantil, trabalho que acontece aos sábados de manhã na casa que frequento. Normalmente consigo me lembrar de preparar as aulas às quintas à noite! Leio o tema, procuro uma história e uma atividade e reviso na sexta. Mas aos sábados cedinho, enquanto todos ainda dormem na minha casa, gosto de levantar e me ligar ao mentor, pedindo orientações sobre o trabalho. E sempre me vem à mente alguma orientação…

Em um desses momentos, num sábado, cedo, eu tinha um tema sobre perdão para trabalhar com eles naquele dia, uma historinha simples e uma atividade que era um caça palavras bem sem graça… Então, fiz uma prece e as ideias começaram a brotar rapidamente em minha cabeça, como um turbilhão de ideias. Bastou uma conexão e…

“…Conte a história de Judas… O quanto ele se arrependeu chegando ao ponto de tirar a própria vida… E depois de tempos de sofrimento nos vales dos suicidas, visualizou uma mão brilhante que ele segurou e o puxou com força para um resgate. Era Maria de Nazaré, que falou baixinho para ele que era a hora do perdão. O resgatou com amor e o levou até seu filho Jesus para que pudessem correr para um longo e amoroso abraço!”

“Faça uma meditação com eles, para que possam visualizar essa cena e coloque um cobertorzinho por cima de cada um para que sintam como se fosse o manto de Maria cobrindo-os e através do seu amor de mãe por nós está nos pedindo para que possamos também ser capazes de perdoar nossos erros, sem deixar de aprender com eles!”

E essa foi a aula daquele dia para aquelas crianças de nove anos, que saíram emocionadas porque são espíritos imortais capazes de compreender as mensagens da boa nova.

Ali eu percebi que todo trabalhador de Jesus é um instrumento para a espiritualidade agir e, através do amor, tocar as almas. A casa espírita não é como uma escola regular onde temos acesso apenas a conteúdos, mas sim um trabalho conjunto com a espiritualidade em que trabalhamos por um bem maior.

Taís Marina Thame

Núcleo Espírita de Evangelização Francisco de Assis

Regional Sorocaba