Uma aula para os desencarnados
Uma aula para os desencarnados
No dicionário, fé é definida como: confiança absoluta (em alguém ou em algo); para aplicar essa aula é preciso ter fé.
A fé necessita de uma base, e essa base é a perfeita compreensão daquilo em que se deve crer. Para crer não basta ver é necessário sobretudo compreender¹.
Antes de iniciarmos, vamos voltar à nossa época de colégio: – Gente, o professor faltou! Estas palavras soam familiares? Você já passou por isso? A gente acorda cedo, se prepara para assistir aquela aula, ou se estuda à tarde, toma aquele banho, almoça rápido, corre para chegar a tempo na escola esperando a segunda ou terceira aula e, de repente, alguém vem avisar que o professor não irá dar aula, faltou. E, como avisou em cima da hora, o diretor não conseguiu um substituto. O que resta é lidar com a frustração, manter a tranquilidade e tentar se distrair, aguardando o tempo passar até a próxima aula.
Então vamos pensar ao contrário: e se as crianças fossem e o evangelizador não? Será que isto acontece? Sim, pode acontecer que, no dia do trabalho, surgiu algum imprevisto como um problema de saúde e o evangelizador não conseguiu comparecer. Uma das soluções é providenciar um substituto ou, em último caso, juntar as turmas. Tudo resolvido, vida que segue.
E quando você, evangelizador, pesquisou, estudou, preparou uma super dinâmica, selecionou aquelas perguntas específicas para reflexão e, bem no dia da evangelização, sua turma não comparece, nem uma criança ou jovem. O que fazer?
Simples: dar a aula!
Quem disse que não há crianças? Tenha fé, confie. Há os alunos desencarnados que são levados pela espiritualidade, para que possam compreender os ensinamentos de Jesus, através de nossa didática.
Segundo um artigo na revista O Consolador, Chico Xavier, por várias vezes, leu e comentou o Evangelho para um salão vazio².
Sabemos que numa casa espírita, durante as preleções, as Escolas de Aprendizes e os demais trabalhos da casa, nunca estamos sozinhos. Sempre há os desencarnados, que podem ser alunos, assistidos ou companheiros de jornada.
Existe um preparo no mundo espiritual para esse encontro. Por isso, ao assumirmos o compromisso da tarefa evangelizadora com Jesus, também nos comprometemos com os amigos espirituais e nossos irmãos desencarnados, crianças e jovens que são levados para assistirem as aulas. É necessário manter a disciplina do início ao término do trabalho, se preparar espiritualmente, estudar o tema da semana e manter a assiduidade. Vai muito além do plano físico.
Disse o Cristo: “Deixai vir a mim os pequeninos”. A exemplo de Chico Xavier, após uma emenda de feriado, tive a oportunidade de dar uma aula somente para os desencarnados. Lembro-me que, ao terminar a prece final, o meu sentimento era de gratidão.
Quando o trabalhador está pronto, o serviço aparece³.
Estejamos atentos e dispostos para identificarmos as oportunidades de servir, aprender e partilhar. Afinal, o trabalho é uma lei natural que nos impulsiona a evoluir, tanto intelectualmente quanto moralmente.
Silvia Maria dos Santos Amâncio Ribeiro
C.E. Luz do Caminho – CELUCA
Regional Vale do Paraíba
Referências:
1 Allan Kardec – E.S.E – capítulo XIX – item 7
2 Revista – O Consolador – Ano 7 – N° 325 (https://www.oconsolador.com.br/ano7/325/editorial.html – acessado em 02/05/2025)
3 André Luiz – Livro Nosso Lar – psicografia de Chico Xavier
Bom dia, ontem minha aula foi só para os nossos irmãos desencarnados, e foi uma aula maravilhosa, sempre temos o que oferecer e aprender, nunca estamos só, graças a Deus.