A arte na Evangelização Infantil

A ARTE NA EVANGELIZAÇÃO INFANTIL

Muito se fala sobre a arte no contexto espírita como “a mediunidade do belo, em cujas realizações encontramos as sublimes visões do futuro que nos é reservado”, nas palavras do instrutor Áulus, no livro “Nos domínios da Mediunidade”, psicografado por Chico Xavier, pelo Espírito André Luiz.

Como “a mais elevada contemplação espiritual por parte das criaturas. (…) profunda exteriorização do ideal, a divina manifestação desse ‘mais além’ que polariza as esperanças da alma”, como conceitua Emmanuel, através de Chico Xavier, no “O Consolador”, questão nº 161.

Nas palavras de León Denis, ainda, a arte desempenha o papel de ser intermediária do contato entre o indivíduo e Deus, O Belo Eterno.

Mas, e quanto ao papel da arte na Evangelização Infantil?

Lucia Moysés responde a esta pergunta em seu livro “Como aprendemos? Teoria e Prática na educação espírita” ao dizer que quanto mais variadas as linguagens que utilizamos para ensinar as crianças, mais ricas se tornam as estruturas cognitivas dos alunos, mais numerosos os pontos de conexão no cérebro que sustentam os conceitos apresentados e, consequentemente, melhor a compreensão do conteúdo.

Em outras palavras, quando apenas falamos o conteúdo às crianças, transferindo conhecimento, elas podem até decorar por algum tempo, mas logo aquele assunto será “arquivado” pelo cérebro. Por outro lado, inserir linguagens artísticas nas aulas da evangelização (música, desenho, pintura, dramatização, contação de história, filmes etc.) faz com que o conteúdo doutrinário passado nas aulas seja associado a uma vivência que não apenas vai auxiliar na construção daquele conceito de forma mais sólida, como vai criar uma rede de significados associados a este conceito, evitando que seja esquecido.

Assim, o assunto será aprendido, internalizado e estará pronto para ser acessado pelo aluno nas situações cotidianas, o que é mesmo o objetivo maior da Evangelização Infantil.

Peguemos como exemplo uma atividade a respeito da influência dos espíritos em nossa vida, em uma aula que reuniu alunos do intermediário e da pré mocidade.

Após explanação do conteúdo preparado e leitura da questão nº 459, do Livro dos Espíritos, começamos a conversar sobre como ocorria essa influência, de que maneira poderíamos percebê-la e mesmo fazê-la cessar quando necessário.

Apesar de participativos, os alunos pareciam desinteressados e com dificuldade em associar o conteúdo a situações que tivessem vivenciado.

Passamos, então, à dinâmica, que envolvia dramatização. De olhos vendados, um dos alunos precisava sair de um lado da sala, contornar obstáculos e chegar ao outro extremo. Ao seu lado, dois outros alunos davam-lhe instruções, um no papel de “mentor”, querendo ajudá-lo a chegar no ponto em que precisava e o outro querendo atrapalhar a missão.

Entre risadas e tropeços, conseguimos conversar sobre o papel de nosso mentor individual, sobre a sutileza das influências negativas, sobre como diferenciá-las, sobre a importância da prece e sobre diversas outras questões trazidas pelos alunos depois que conseguiram compreender aquele conceito através de uma vivência.

E não é isso mesmo que estamos todos fazendo aqui? Passando por vivências nessa experiência terrena a fim de que possamos aprender aquilo que necessitamos?

Que seja a arte, então, ferramenta bendita a nos conduzir por este processo.

 

Rafaela Fernanda Papini Alfino

Grupo Socorrista Emmanuel

Regional Litoral Sul

 

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