O rato e a ratoeira

O rato e a ratoeira

Vou contar uma história

Que contou um conhecido.

Como me contaram, conto.

Não sei se é fato verídico,

Se é fábula de Esopo

Ou de autor desconhecido:

Viu o rato uma caixa,

Espiando pela fresta,

Com o chacareiro humilde

E sua esposa modesta.

Que gostosuras trouxeram,

O que terá dentro desta?

Um queijo delicioso?

Uma cheia biscoiteira?

Pensou ele curioso:

Eu não posso dar bobeira.

Mas quando ela foi aberta,

Saiu… uma ratoeira!

O rato, desesperado,

Para a todos alertar,

Correu para o quintal

Aos animais procurar.

Contar dessa novidade

E do perigo avisar.

Encontrou dona galinha

Lá no terreiro ciscando:

Se mostrou penalizada

Com o que estava passando.

Mas ficou aliviada

Boa sorte desejando.

Ela disse para o rato

Que não tem preocupação,

Que as terríveis ratoeiras

Para galinhas não são:

– Vou torcer para você

Resolver a situação.

Sem apoio da galinha,

Senhor porco procurou:

– Você tem grande problema!

Foi o que ele falou.

– Vou rezar para você,

Já que um rato eu não sou.

Não podendo esperar

Do porco qualquer ajuda

Foi falar com dona vaca

Para ver se a coisa muda.

Contudo, ela falou:

– Meu amigo, não se iluda.

Ratoeira não me afeta,

Não pode me fazer mal.

Mas tome muito cuidado

Com seu perigo real!

E caminhou para o pasto,

O tranquilo animal.

O rato, então, resolveu

Bem escondido ficar…

Até que a noite chegou:

Um barulho de assustar!

Ouviu-se um grande PLEC!

Na escuridão ecoar,

Desarmada a ratoeira,

Ficou presa pelo rabo,

Sem conseguir se soltar,

Uma cobra, não o rato!

A mulher do chacareiro

Foi verificar o fato.

Para ver o que seria,

Sem perceber a serpente,

Tateando na penumbra,

A moça, imprevidente,

Foi picada pela víbora

E logo caiu doente.

O marido, preocupado,

Com a febre que aumentou,

Para acudir a mulher,

Numa sopa ele pensou:

E para uma boa canja

Sua galinha matou!

A mulher não melhorou,

Nem com o tempo passado.

Vários parentes vieram

Para fazer um agrado.

O marido resolveu

Lhes servir o porco assado.

O veneno muito forte

Não permitiu melhorar.

A mulher desencarnou…

E muito triste, a chorar,

O marido começou

O velório a preparar.

Muitas pessoas vieram

tantos pêsames trazer.

Desolado, o chacareiro

Para lhes dar de comer

Sacrificou sua vaca

E logo um jantar fazer.

E o rato… quer saber?

Continua escondido,

Bem atento a qualquer

Novo foco de perigo.

E você o que é que acha

Desse caso ocorrido?

Já viu algo parecido?

Marcelino T. Vargas

Equipe de apoio à Evangelização Infantil