Esqueceram de mim

Esqueceram de mim

Em nossa sociedade nota-se, em algumas famílias, a diminuição do número de filhos. Muitos casais optam por terem poucos filhos. Em contrapartida, encontramos também, em algumas comunidades, famílias com número expressivo de filhos, cada qual com suas particularidades.

Independente da quantidade de filhos, o ser humano não se isenta de suas responsabilidades e de seus compromissos assumidos em relação ao desenvolvimento do Ser que lhe é confiado.

Conforme nos alerta a questão 208 de O Livro dos Espíritos:

Nenhuma influência exercem os Espíritos dos pais sobre o filho depois do nascimento deste?

Ao contrário: bem grande influência exerce. Conforme já dissemos, os Espíritos têm que contribuir para o progresso uns dos outros. Pois bem, os Espíritos dos pais têm por missão desenvolver os de seus filhos pela educação. Constitui lhes isso uma tarefa. Tornar-se-ão culpados, se vierem a falir no seu desempenho.

Isto reforça que somos exemplos, nossas atitudes, falas e ações são percebidas e até reproduzida por nossos filhos.

Abaixo apresentamos um texto que pode ser usado tanto na Escola de Pais, para reflexões de suas atitudes cotidianas, quanto com as crianças e jovens.

A espera

Ela bocejou era tarde da noite

Estava esperando-o chegar

Todos os dias era assim

Sentada no sofá ela tentava esperar

*

Seus olhos estavam pesados

Era difícil mantê-los abertos

Escutou sua mãe a chamar

Filha deixa disso, vem deitar

*

Quando acordava ele não estava

Há dias que não o via

Nem café com ela tomava

Chega pai, vem logo, vai.

Ela olhou para porta

Seus olhos foram se fechando

Espera…meu…pa… pai

Cansada acabou-se entregando.

*

Como era macio o sofá

Sentiu seu corpo a flutuar

Ouviu um barulho na porta

Levantou-se depressa a gritar

*

Ouviu sua mãe lhe ordenar

-Menina, melhor se comportar!

Meu pai chegou! Feliz foi lhe abraçar

Ele a levantou e começou a rodopiar

Papai querido, tenho tanto a contar

Estava te esperando pra gente conversar

O riso foi interrompido pelo som do celular

Agora não, minha filha, tenho que trabalhar

*

Triste ela começou a chorar

Seu pai comovido disse para aliviar

-Amanhã bem cedinho

Poderemos nos falar

*

Enxugando as lágrimas ela foi deitar

O dia clareou, cedinho levantou

Tantas coisas para contar

Mas seu pai não encontrou.

Lembre-se de acolher e estar atento. Às vezes negligenciamos, sem perceber, a família. Perdemos a oportunidade de vivenciar momentos únicos e valiosos. Esquecemos promessas e não abrimos mãos de alguns minutos do dia ou da noite, para dar atenção, tão solicitada por aqueles que amamos. Vamos nos esquecendo dos abraços, dos sorrisos, dos afagos, nos acostumamos à rotina de um dia após o outro. E, quando nos damos conta, o tempo passou.

Silvia Maria dos Santos Amâncio Ribeiro

Centro Espírita Luz do Caminho – CELUCA

Regional Vale do Paraíba

Referência:

Allan Kardec – O Livro dos Espíritos, questão 208.