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Nosso primeiro encontro
Em 2022, recebemos o convite para participarmos do ERM (Encontro Regional de Mocidades) e com ele surgiu o entusiasmo dos 14 pré-adolescentes que frequentam a Pré do Cefram (Centro Espírita Fraternidade do Moinho), bem como o grande desafio de angariarmos recursos financeiros para irmos ao encontro.
Para quem não nos conhece, é importante explicar que o Cefram é uma casa espírita localizada na rua que dá acesso a entrada da comunidade do Moinho, nos Campos Elíseos, próximo ao centro de São Paulo.
Referida comunidade, hoje, conta com mais de 1.300 famílias que têm o sonho de melhores oportunidades para os seus filhos e de condições dignas de moradia, tais como acesso ao saneamento básico, regularização fundiária, fornecimento de energia elétrica e implantação de sistemas de combate a incêndio, uma vez que casas já foram consumidas pelo fogo de forma grave em 2011 e 2012.
Cerca de 40 moradores da comunidade frequentam, todos os sábados, a Evangelização Infantil, Pré-Mocidade e Escola de Pais do Cefram. Desses, os 14 pré-adolescentes que estavam animadíssimos para o encontro.
Só com a ajuda financeira para as inscrições, o transporte, a compra de cobertores – já que estávamos passando por um mês de setembro atipicamente frio em todo o país e com previsão de mínima de 7°C no final de semana do encontro – com o empréstimo de colchões infláveis e doações de pacotes de bolachas, de litros de leite e itens de higiene – nossa participação se tornaria possível.
Rapidamente, com a ajuda de um sem número de colaboradores, conseguimos tudo que era materialmente necessário para nossa participação.
Todavia, logo os desafios materiais deram lugar a outros, mais árduos, de índole social, moral e espiritual reservados a todos, irmãos comprometidos a servir em Aliança.
As diferenças sociais proporcionam vivências diversas e moldam comportamentos que não raras vezes são incompreendidos por classes sociais distintas. Entender cada turma e tratar com singularidade cada participante foi o grande desafio desse encontro e, com certeza, deixou grandes lições para os próximos.
A programação desenvolvida pelos coordenadores do encontro não surtiu o efeito desejado para os pré-adolescentes do Cefram que – após dois anos de pandemia, afastamento das atividades escolares, vivência diária ao ar livre, na comunidade, e muita agitação – não se adaptaram às atividades, preponderantemente, desempenhadas em sala de aula. Embora tenha ocorrido uma rápida mobilização para elaboração de novas atividades que despertassem a atenção dos alunos, a sensação era de que o objetivo do encontro não estava sendo atingido.
Somado a isso, havia a nítida percepção de que situações comportamentais pontuais estavam fora de controle e causando desconforto nos demais participantes. Não demorou muito para que questões raciais e sociais, também, desafiassem a prática da vivência cristã. Tudo parecia fora do propósito, embora o grupo mediúnico de sustentação do encontro afirmasse o contrário.
Foram 30 horas em que as questões imateriais foram bem desafiadoras para todos, mas os momentos complicados de convivência foram contornados e, nas últimas cinco horas, a frustração deu lugar à alegria de ouvir o testemunho dos participantes e de sentir o despertar de alguns deles para tudo que fora vivenciado no encontro.
Nessa toada, resta claro que o Encontro Regional de Mocidades da São Paulo Centro de 2022 não fora um encontro no modelo desejado, mas foi, sim, como disse a mensagem mediúnica transmitida ao final, “da maneira que deveria ser e com os participantes que ali deveriam estar.”
Agora, só depende de nós, tios e tias, tirarmos desse encontro todos os ensinamentos e nos prepararmos para, em Aliança, transpormos os novos desafios que virão, com o objetivo de acolher fraternalmente todos os pré-adolescentes e adolescentes que estão clamando por atenção nas mais distintas classes sociais.
Texto e depoimento de Lara Lui, dirigente de Pré-Mocidade do Centro Espírita Fraternidade do Moinho da Regional São Paulo-Centro