Prezado leitor num esforço, de chegar a todos, trabalhamos as ultimas edições para proporcionar a possibilidade de o trevo ser acessado em todas as línguas, basta clicar na configuração do idioma e escolher o de sua preferência. Boa leitura
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Apresentando a edição
E agora damos as boas vindas à 2ª edição do nosso querido O Trevo em 2023. Ela foi elaborada em parceria com a Equipe Mediunidade, da Aliança Espírita Evangélica. Os artigos de capa foram concebidos abordando a mediunidade no dia a dia, que conta com a base da prática espírita-cristã, lembrando o termo que Chico Xavier usava. Ou seja, para além do fenômeno, mediunidade é sintonia e prática do Evangelho a todo momento, que nos
facilita as estações dessa sintonia moral. Importante atentar que os temas trazidos nesta edição orientam no sentido da realização das conexões espirituais por meio, primeiro, do Evangelho no Lar. Que essa prática possa, efetivamente, nos auxiliar em nosso processo de transformação diária, trazendo conhecimentos sobre a nossa criação e o que devemos fazer para minimizar o refl exo das difi culdades que, todos nós, sem exceção, vivenciamos.
Esse tema serve de alerta em vários aspectos, para enfatizar os cuidados que devemos ter em relação à prática do Evangelho, principalmente no que envolve a mediunidade. Mediunidade é orgânica e todos podemos nos utilizar dela no ouvir, no ver, no falar, no pensar e no sentir; seu uso é livre, assim como seu abuso, que sempre nos trará suas consequências.
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O resgate à essência do Cristianismo
Adoutrina espírita veio com a missão principal de resgatar o Cristianismo primitivo, isto é, lembrar a essência do que é ser cristão. Ao estudar o Evangelho e as literaturas que nos remetem ao primeiro século da Era Cristã, nos deparamos com a prática do amor, do respeito, da dedicação total ao próximo e da simplicidade, mas após as perseguições dos cristãos e a transformação do Cristianismo em religião de Estado, aconteceram modificações que o tornaram irreconhecível. Refletindo sobre o que é ser cristão, penso que é seguir a Cristo através dos seus ensinamentos, deixados tanto pelo que disse, mas muito mais pelo que ele fez. Jesus, tendo sido um rei, permitiu sua condenação com injúrias e humilhação.
Algumas frases ditas por Jesus a mim guardam um valor especial, como: “A verdade vos libertará”. Nos colocando como colaboradores da grande missão de resgate das verdades de Jesus, é perfeitamente possível a nós, cristãos, conhecê-las, senti-las e aplicá-las. Obviamente, os nossos grupos, assim como os primeiros núcleos cristãos, terão diferenças. Apesar delas, os membros se tratam como iguais: sem hierarquia, com apenas a liderança reconhecida pela capacidade de amar, praticar os ensinamentos e buscar os bens imperecíveis do céu entre
os bens da terra. Acredito serem estas as “linhas mestras” para o verdadeiro cristão. E imagino que hoje o caminho com o Cristo é muito mais suave, pois o verdadeiro cristão não é mais pregado na cruz como antigamente. Em vez disso, ele é chamado a não revidar, a ser ético e firme nas decisões, e aceitar o outro como ele, pregando o Evangelho através de suas ações. Como nosso irmão mais velho, amigo e mestre disse: “Se queres vir após mim, renuncie a ti mesmo e siga-me”. Luiz Amaro é Diretor-geral da Aliança
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Projeto 50 Anos AEE
Jesus, em sua sabedoria humildade, nos demonstrou que fazer o bem à humanidade não é somente por meio de grandes realizações. As pequenas atitudes e atos também podem contagiar os corações das pessoas. O amor é tocado por uma simples palavra, com um sorriso ou com a delicadeza de um olhar amigo. Francisco de Assis, da mesma forma, fez da caridade a sua essência de vida, por diferentes meios, entre eles uma doação, um abraço, um trabalho de auxílio aos necessitados. Considerando esses exemplos e com os corações repletos de esperança na vontade de trazer ao movimento da Aliança novos aprendizados, gostaríamos de convidar todos os voluntários a compartilhar os achados dessas perguntas: • Como vocês têm tocado os corações das pessoas? • Quais são suas pequenas ou grandes
atitudes que estão fazendo a diferença no seu trabalho voluntário? • Ou ainda: quais podem ser seus sonhos ou ideais de atividade de amor ao próximo? Sabemos da importância da nossa história, das nossas raízes, mas também percebemos o quanto é importante a nossa própria renovação. Que possamos sentir essa vontade de compartilhar nossas atividades, sonhos,
os projetos de bem-estar ao próximo para enriquecer, divulgar, aprender e desenvolver esses trabalhos na comemoração dos 50 anos da Aliança. Que esses 50 anos possam ser um momento de novas ideias, novas atividades, novos horizontes para que o nosso movimento possa continuar crescendo de forma próspera, expansiva e atualizada, de acordo com as nossas necessidades e a de nossos irmãos necessitados. Que você possa fazer parte desse momento tão importante e que possamos estar juntos no desenvolvimento, na divulgação e no estímulo a essas atividades. A comemoração do aniversário de 50 anos da Aliança será em dezembro de 2023. Para celebrarmos com ideias renovadas, deixamos aqui o convite
para quem desejar enviar sua sugestão. Período de inscrições: as propostas serão recebidas entre 1 fevereiro e 31 de maio de 2023. Como enviar um projeto? É bem simples. São apenas três passos
1 Acesse o site alianca.org.br e a página 50 anos Clique no link Cadastre seu projeto e registre
2 Pronto, seu projeto já está inscrito. Agora é só aguardar o retorno da nossa equipe! Dúvidas ou sugestões? Encaminhe um e-mail para [email protected]. Responderemos o mais rápido possível. Muita luz, paz e que nos mantenhamos unidos pelos laços de amor e de ideal da evolução do ser humano. Equipe 50 Projetos
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Em uma sociedade democrática, os cidadãos elegem seus representantes para tomar decisões em seu nome. Para isso, realizam fóruns, debates e outras formas de consulta pública. (grupos do movimento daAliança Espírita Evangélica) também escolhem representantes para acompanhar e aperfeiçoar as atividades e os programas de assistência espiritual e de evangelização do ser. Essa escolha ocorre em três níveis: diretoria, coordenadores regionais e casas conselheiras.
Esse grupo se reúne no CGI (Conselho de Grupos Integrados) para tomar as decisões de acordo com os interesses do movimento. É o CGI que observa os programas e a estrutura da Aliança para propor melhorias e montar grupos de trabalhos para desenvolver atualizações que se fizerem necessárias. Veja abaixo a composição atual: O grupo do Projeto EAE/FDJ é uma das equipes de apoio resultantes de decisões do nosso CGI em 2016. Sua dinâmica de trabalho está submetida ao processo de desenvolvimento de atividades sob os seguintes objetivos:
1. Aperfeiçoamento e revisão do Curso Básico de Espiritismo e do programa da EAE (Escola de Aprendizes do Evangelho)
2. Revisão das referências bibliográficas relacionadas aos cursos.
3. Programa de Melhoria de Dirigentes e Expositores 4. Plataforma FDJ e Escola Continuada. é continuamente desenvolvido com o acompanhamento do Plano Espiritual, por meio de verificações periódicas em pontos críticos de fechamento de tarefas. Isso ocorreu, por exemplo, na estruturação das aulas do Curso Básico, depois de concluídas as descrições, quando da execução dos programas-piloto, ao se definir as tarefas de atualização de dirigentes do Programa de Melhorias de Dirigentes e Expositores e outras. As verificações são sempre realizadas em cerca de 8 a 10 diferentes regionais, nos grupos de aprimoramento mediúnico de FDJ. Seus resultados são compilados como orientação de seguimento ou correção de rota dos trabalhos. Levantamentos junto ao movimento também são realizados, por sua vez, por meio das Coordenações de Regional e Coordenações de EAE/FDJ das regionais. Estas, por sua vez, têm o papel de levar as informações às casas e seus coordenadores de cursos, que podem ou não cascatear a informação aos dirigentes, expositores e demais voluntários ligados às escolas. Sempre há um momento para discutir o projeto nas reuniões
de coordenadores nos encontros trimestrais. Por meio desses canais de comunicação mencionados, as informações chegam aos interessados e demais envolvidos nos trabalhos. Mais do que informar sobre os andamentos dos trabalhos, as reuniões são usadas para submeter ao CGI as decisões que cabem a ele. Afinal, o CGI é o órgão decisor das mudanças chave em todos os programas e na estrutura da AEE, designado pelos GAs para tal. Com isso, os resultados do trabalho do Projeto EAE/FDJ são sempre alinhados e de amplo conhecimento de todo o movimento. Vale lembrar que qualquer voluntário da AEE, que seja membro da FDJ e esteja envolvido com o trabalho em EAE, pode ser membro desta equipe. Os nossos desenvolvimentos são publicados no site da AEE no subitem “Equipes de Apoio” e, quando há necessidade de votação pelo CGI, as definições são apresentadas com algumas reuniões de antecedência. Sempre aceitamos sugestões do movimento da AEE com vistas ao aprimoramento desta tarefa de tão imensa responsabilidade. E acreditamos estar seguindo o procedimento de melhor cobertura a todas as instâncias interessadas no projeto. Se você tem algo a colaborar, por favor, não deixe de nos procurar: [email protected]Equipe Projeto EAE/FDJ
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Novidades no movimento da Pré-Mocidade
Ajudar no primeiro O Trevo do bimestre de 2023 foi uma alegria e um prazer enorme. Ver as atividades, os desenhos e depoimentos dos jovens da Pré-Mocidade foi muito emocionante, principalmente nos bastidores, enquanto esse trabalho era desenvolvido. Dessa vez nós retornamos nesta edição para dividir as últimas atualizações sobre a Pré-Mocidade em nosso movimento. No domingo de 19 de março foi iniciado mais um Curso de Formação de Dirigentes de Pré-Mocidade. Com mais de 190 inscritos participando de forma online, a formação desta vez está com uma cara nova. Os encontros passaram a ter 5 aulas online, com cada dia dividido em dois módulos. Além disso, também tem um adicional: uma aula prática presencial. Essa aula prática está prevista para o dia 7 de maio e será organizada pelos coordenadores regionais de Pré-Mocidade. O intuito é complementar o que se aprende nos módulos online e, principalmente, trazer para o presencial a sensação de dirigir uma turma,
simular possíveis desafios, trocar experiências e poder, ainda mais, capacitar nossos futuros dirigentes para uma turminha.Também está a todo vapor o desenvolvimento do livro de aulas para dirigentes de pré-mocidade. Após alguns encontros quinzenais, a equipe finalizou a revisão bibliográfica das aulas até a de número 48. Esse trabalho visa, futuramente, a publicar em livro essas aulas, revisadas e com inserção de referências bibliográficas de Edgard Armond. Isso irá municiar os dirigentes de turma um melhor estudo, tornando mais enriquecedoras as informações e ajudando a desenvolver uma melhor aula para os adolescentes.
O desenvolvimento do livro de aulas para dirigentes de Pré- Mocidade está a todo vapor
Por último, mas não menos importante: viemos convidar todos os dirigentes de Pré-Mocidade, com turmas em andamento ou sem turma, para participarem da nossa ação social que ocorrerá em junho deste ano. Incentivaremos os adolescentes a fazer dobraduras e, dentro delas, colocaremos mensagens aos nossos irmãos e irmãs voluntários da casa espírita.
A ideia é trazer alento, carinho, afeto e amor aos que semanalmente estão em nossas casas servindo e auxiliando o próximo. Na pandemia, fizemos uma ação social em que os jovens escreveram cartas e mensagens aos médicos, enfermeiros e profissionais da saúde que, naquele momento, estavam tentando lidar com o coronavírus. Essa ação foi tão linda e tocou tanto os que receberam e participaram da atividade que desejamos repetir esse sucesso nessa atividade em 2023. Para participar é só procurar o coordenador de Pré-Mocidade da Regional ou buscar contato com a equipe de apoio dessa frente. Equipe de apoio da Pré-Mocidade
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Mediunidade em todo lugar ao mesmo tempo agora
Olivro “Vivência Mediúnica” traz uma abordagem sobre os aspectos práticos do trabalho mediúnico e segue na linha dos livros de Edgard Armond a saber: Mediunidade (1956); Desenvolvimento Mediúnico (1964) e Prática Mediúnica (2002), de forma bastante didática e prática nos traz experiência e dicas de como trabalhar habilidades da mediunidade. A obra integra o Projeto Manoel Philomeno de Miranda, criado em 1990 para dar suporte às atividades mediúnicas dos centros espíritas e composto por cursos, palestras, encontros e outros livros que integram o conjunto desta obra, a exemplo dos títulos Reuniões Mediúnicas e Passes-Aprendendo com os Espíritos. Publicado pela editora Leal e prefaciado com mensagem recebida de Joanna de Ângelis, nos introduz conceitos básicos sobre a presença da mediunidade na quase totalidade dos indivíduos e em todo lugar, desvinculada de quaisquer conquistas morais ou de outra natureza. Nos sinaliza, entretanto, que “No que tange à conduta espírita, o médium é portador de abençoada instrumentalidade para autoiluminar-se, promover o progresso da humanidade, desenvolver os valores nobres, consolar e amparar as criaturas atormentadas e sofridas de ambos os planos da vida. Assim o indivíduo é médium em todos os momentos da existência física, e não apenas esporadicamente, durante as reuniões (…) que participa.” Ressalta ainda a
importância da disciplina para a luta pela superação do egoísmo, imputando o mais forte obstáculo como o conjunto das imperfeições do médium e da necessidade de irrestrita confi ança em Deus. O livro lembra-nos que o processo de comunicação se dá de perispírito a perispírito e que a educação moral e psíquica concede recursos hábeis para um intercâmbio correto; também que o animismo, caracterizado pelas fi xações mentais, confl itos e hábitos psicológicos do médium, faz parte do processo de desenvolvimento do mesmo e é ponte para a mediunidade na qual a prática do intercâmbio termina por superar. Que a qualidade da comunicação mediúnica está sempre a depender dos valores evolutivos do próprio intermediário e, sobretudo, que a concentração deverá ser conquista de todos, pois dela depende a harmonia dos trabalhos. Aprendi que a educação na mediunidade não difere dos esforços inerentes a qualquer processo de aprendizagem, demandando tempo, paciência, perseverança, estudo e muita vontade e ainda necessita de um organismo sem altas cargas tóxicas, de alimentos ou de emoções. A mediunidade é evolutiva, ou seja, quanto mais estudo e trabalho prático, maior o desenvolvimento e aprimoramento; quanto mais se serve, melhor médium se é. Para aquele que não possui mais do que rudimentos de mediunidade, o livro nos traz a mensagem de esperança de que o viver de uma vida saudável e digna, com exercícios
de autoconhecimento influenciarão o perispírito a ponto de acenderem a mediunidade natural (e não a de provas) para um amanhã de bênçãos. Finalizo aqui com o trecho: “O crescimento anímico do ser avivará e multiplicará as possibilidades da mediunidade, reconduzindo-a para um campo de intuição pura…será, contudo, um campo de intuições mais altas e criativas fechando um ciclo de evolução. Esse ápice será, em verdade, uma síntese anímica-mediúnica em que o homem se envolverá com a realidade profunda da Essência Divina e se iluminará para exercer a mediunidade gloriosa da ação transformadora. É nesse sentido que entenderemos a mediunidade de Jesus – Eu e o Pai somos um – como médium de Deus, plenamente ligado à Sua realidade profunda, cósmica, expressão manifestada do Criador, para se revelar de forma integral entre os homens da retaguarda evolutiva.”
. Mauro Iwanow Cianciarullo é do CE Evangelho e Amor/Regional São Paulo Oeste Serviço: Livro: Vivência Mediúnica Autores: João Neves, José Ferraz e Nilo Calazans Páginas: 96, Editora: Leal
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Mediunidade na minha família
Mediunidade… algo inerente ao ser humano! Sendo assim não é uma exclusividade dos espíritas ou do Espiritismo. Nasci em uma família de umbandistas, minha mãe umbandista com grande potencial mediúnico, minha irmã seguiu os passos dela, mas com uma diferença: desenvolveu a mediunidade com um grande médium e pai de santo Rubens Saraceni. Escritor de diversos livros teológicos e mediúnicos, possuidor de uma mediunidade fantástica, dotado de um espírito simples e humilde, trouxe algo que até então não se encontrava facilmente em umbanda: o desenvolvimento mediúnico do umbandista. Assim como Edgard Armond trouxe o desenvolvimento mediúnico e o método das cinco fases, trazendo uma nova fase para o Espiritismo e ensinando que é necessário estudo e dedicação para um intercâmbio
mais seguro, Rubens trouxe método e técnica para o desenvolvimento mediúnico dos umbandistas. Sempre tive grande admiração e respeito pela Umbanda e pelos umbandistas,
assim como nós, espíritas, enfrentamos no surgimento do Espiritismo o preconceito, a perseguição e a ignorância dos que desconheciam os postulados espíritas, os umbandistas enfrentam grandes desafios e perseguições até os dias de hoje!
Terreiros de umbanda destruídos, mães de santo e pais de santo, bem como filhos de santo perseguidos por uma ignorância e intolerância religiosa que não podemos admitir! Os cantos, as danças, queima de ervas aromáticas, passes de limpeza, incorporação de guias e as consultas auxiliam muitos espíritos encarnados e desencarnados. Nossos irmãos umbandistas fazem muita caridade através da mediunidade, auxiliando sofredores e doentes que vão até os terreiros de Umbanda em busca de um
bálsamo, levam também alegria e renovação com suas festas alegres e suas músicas contagiantes, em suas homenagens aos guias e orixás percebemos o potencial mediúnico de nossos irmãos umbandistas. Para nós, espíritas, a questão 625 de O Livro dos Espíritos faz todo o sentido: “Qual o espírito mais perfeito que Deus nos enviou para servir de guia e modelo?” E a resposta, a mais curta de toda a obra: “Jesus”. Rei solar, governador planetário… Se outras religiões adoram ou cultivam outros santos, guias, orixás ou entidades, nós devemos aceitar e respeitar, sem crítica e sem julgamentos! Afinal, somos todos irmãos, filhos de um mesmo Pai. Nobre é a religião que torna seus adeptos melhores, espalhando amor, instruindo e fazendo caridade.
. Ulisses Nascimento atua em diversas casas espíritas na Regional São Paulo Centro
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Evangelho no lar, o que é?
Dizem que problemas e perguntas complexas precisam de soluções e respostas complexas, porém a pergunta de nosso título acima esbanja simplicidade. Tão simples que podemos cair na “tentação” de acreditar que a resposta e sua devida aplicação não mereçam uma maior atenção. Este texto começou “meio” complexo, não? Pois bem, não vamos nos explicar sobre como fazer o Evangelho no Lar, mas sim o porquê. Sobre o “como fazer” temos muita informação, durante anos pudemos encontrar um panfleto em que tudo era muito bem detalhado, deixando bem claro como realizar esta importante atividade. Além disso, muitas equipes de voluntários são formadas para facilitar sua implantação nos lares dos assistidos. Nos grupos da Aliança tais informações são normalmente ventiladas nos avisos pertinentes no início das preleções e também são muitas as orientações da espiritualidade sobre a importância de se ater ao culto do Evangelho no Lar. Tal conjunto de informações pode dar a esta importante prática não só a simplicidade, daqual ela está revestida, mas também uma face de “simplismo” que poderá distorcê-la completamente. Penso que nada poderia deixar tão claro o que é o culto do Evangelho no Lar, como os diálogos de Alcione na obra Renúncia, seja em suas conversas com padre Damiano, bem como no lar onde foi chamada a servir na condição de governanta. O autor espiritual Emmanuel é muito feliz, pois elege uma família em que os participantes, de alguma maneira, estampam os diferentes
tipos de participantes do Evangelho em nossos lares. Explica em poucas palavras o que normalmente ocorre em nosso dia a dia. A orientação: “Tamanha
A família é o nosso primeiro santuário
era a desdita do casal que o Padre recomendou MAIOR atenção ao culto no Evangelho no Lar” O aprendizado:“Jaques era o único que aproveitava os ensinos de cada noite” A visão do evangelho como uma peça condenatória: “Suzana via em cada palavra uma condenação.” A indiferença: “Cirilo considerava as sentenças evangélicas como fórmulas convencionais.” A participação de crianças: ”Beatriz ouvia respeitosamente, sem nada poder assimilar em seu espírito infantil” Toda transcendência desta atividade nos é apresentada, aí sim, de maneira muito simples e esclarecedora, por Alcione. Como indica os trechos abaixo: “…aconselhados por um sacerdote, deliberamos fundar nossa igreja lareira, por considerar que a família é o nosso primeiro santuário.” “— Resolução louvável. Minha mãe também sempre me disse que o lar é o nosso templo divino.” Cirilo. “A meu ver, os textos evangélicos constituíam material de análise privativa dos padres, e chegava quase a considerar inútil a leitura isolada das anotações apostólicas.” Alcione. “… estou certa de que virá o dia em que tomaremos por templo de Deus o mundo inteiro. Mas, em nossa atual condição, não nos custa reconhecer o proveito das igrejas e o caráter sagrado do culto doméstico.” “…entrevejo que o lar é o templo mais nobre, porque oferece oportunidade diária de esforço e adoração.”“Cada borrasca
doméstica é um ensejo para a distribuição de esperança e fé e cada dia afanoso enseja possibilidades de testemunhar confiança em Deus.” “Acredito que o lar seja o ninho onde o espírito humano cria em si mesmo, as asas da sabedoria e do amor, com que há de conhecer, mais tarde, as sendas divinas do Universo.” “O culto do evangelho é mensagem de salvação, nunca de tormento, pois o Cristianismo jamais será doutrina de regras implacáveis, mas sim a história e a exemplificação das almas transformadas com Jesus.” “O ensinamento de Jesus é vibração e vida e muitos procuram, nestas páginas, somente motivos de consolação, esquecendo a essência do ensino.” “Não devemos acreditar que o Cristo só haja trazido ao mundo a palavra revigoradora e afetuosa, senão também um roteiro de trabalho, que é preciso conhecer e seguir.” Queridos irmãos, não resta a menor dúvida que diante de tão esclarecedoras informações, fica difícil não compreender o culto do evangelho no lar senão desta forma libertadora. Se alguém perguntar o que é o evangelho no lar, talvez não saibamos informar com tanta
clareza e poderemos explicar mais uma vez como fazê-lo e não por que fazê-lo, porém se faz muito necessário transformarmos nossa compreensão e junto com as frases abaixo de nossa querida irmãAlcione, definitivamente compreender que: “A mensagem do Cristo precisa ser conhecida, meditada, sentida e vivida. Nesta ordem de aquisições, não basta estar informado, mas sim, é preciso agir.”
. Milton Martins é do Centro Espírita Aurora dos Aprendizes/Regional São Paulo Oeste
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Vibrações coletivas e das 22h
O filósofo alemão Friedrich Nietzsche, dizia que “Aquele tem um PORQUÊ para viver, pode suportar quase qualquer COMO”. Muitas pessoas entram em ação, pensando somente em como fazem as coisas, esquecendo se do porquê devem ou precisam realizá-las. Durante um certo tempo, a realização da tarefa “suportada” pelo como a realizamos pode até nos satisfazer, porém nunca irá nos realizar, pois sempre carecerão de sentido
Se ficarmos presos ao como realizar, podemos nos tornar reféns da tarefa e cair na mesmice que massacra e tira o encanto de qualquer realização. A rotina na realização das tarefas pode fazer com que entremos no modo “piloto automático” e acabemos em fazer por fazer, o que talvez nos leve até a uma sensação de dever cumprido, porém uma sensação fugaz e jamais um sentido de realização e plenitude. Contudo, se
entendermos por que fazemos as coisas, as tarefas se enchem de significado e podemos melhorar nossa compreensão, mudando nosso pensar, sentir e agir.
Se entendermos o por que fazemos as coisas, as tarefas se enchem de significado
Uso todos estes argumentos para falar das vibrações, tanto as coletivas, realizadas todas as quintas feiras às 19h30, como as das 22h, levadas a cabo todos os dias.
Não basta saber como realizá-las, afinal, temos todas as informações necessárias para tal. É preciso fazer delas nosso PROPÓSITO de vida. A humanidade, da qual fazemos parte, não está bem. O planeta que é nossa morada não está bem, por isso temos todos os motivos para reclamar, maldizer, xingar, se manifestar e até lutar contra isso, mas de que adianta tais atitudes? Que os nossos motivos para lamentação sejamsubstituídos por metas e virem OBJETIVOS a serem realizados. Objetivos para mudarmos nosso padrão e contribuir com a melhora da humanidade e do planeta.
Não posso mudar a realidade do mundo, não tenho poder de acabar com as guerras e com todas as iniquidades que se operam no planeta, mas posso mudar a minha história. Posso mudar meu ponto de vista sabendo POR QUE tarefas tão importantes e significativas (basta analisar o parecer do doutor Bezerra sobre tal realização) precisam ser realizadas. Quando se tem um PROPÓSITO, quando este IDEAL está bem enraizado, surgem motivações sem necessidades de forçamentos. Na agitação da vida moderna, na execução das tarefas mundanas que nos são confiadas, tudo parece conspirar contra a realização destes empreendimentos de tão elevada natureza. É aí que nosso PROPÓSITO entra em ação e o PORQUÊ realizarmos essas ações ganham a devida proporção e magnitude, transformando nosso ser. É isso que faz a diferença e penso ser isto que Armond quis dizer com sermos “trabalhadores diferenciados”. Equipe de Apoio Mediunidade
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Entrevista com Ney Prieto Peres
Tivemos a oportunidade de entrevistar Ney Prieto Peres, aluno da 7ª Turma da EAE na FEESP, que teve aulas com Edgard Armond, participou da reunião na casa dele quando da fundação da Aliança, conheceu Chico Xavier, participou de reuniões mediúnicas com Razin e Bezerra de Menezes. Atualmente, está fazendo uma reciclagem junto à 19a Turma da EAE da Casa Espírita Evangelho e Amor, da Regional São Paulo Oeste. A entrevista completa aconteceu em dois encontros e, devido à sua extensão, será apresentada em duas partes, portanto, em duas edições de O Trevo.
Mauro: É um prazer estar aqui com o senhor. Ney: Estou fazendo uma reciclagem na atividade, eu diria no currículo atual da Escola de Aprendizes do Evangelho. Eu fiz a
7ª turma, de 1961 a 1963! Isso para mim está sendo muito bom, excelente e naturalmente o ponto básico é aquele trabalho individual consigo mesmo. Sessenta anos depois e estou, sim, muito motivado. M: Qual sua idade? N: Faço 89 anos este ano… Maria Júlia e eu nos casamos em 1965, temos quatro filhos, o mais velho tem 53 e o mais novo, 50. Minha esposa e eu, ela também de berço espírita, fazíamos em casa o evangelho com eles ainda criancinhas. M: O senhor se considera de qual casa originalmente? N: Nós iniciamos na Federação Espírita. Atualmente, contribuo duas vezes por semana na Casa Assistencial São Francisco de Assis. São trabalhos de acolhimento, daqueles que buscam socorro, no passe de recepção e, por vezes, na preparação de temas alusivos ao Evangelho, na vivência e na doação, na fluidoterapia. M: Qual livro indicaria para as pessoas que estão começando no Espiritismo? N: Os livros de André Luiz, além do estudo básico através do “Evangelho Segundo o Espiritismo” – a abordagem como foi elaborada pelo Mestre Kardec é muito importante – e, lógico, “O Livro dos Espíritos”, que é toda a estrutura do conhecimento obtida no diálogo de Kardec com os instrutores
espirituais da equipe do Espírito Verdade. M: Chegou ao Espiritismo na dor ou no amor? N: O meu Espiritismo foi de garoto, seis ou sete anos, conduzido pela minha mãe, no Recife. Ela buscou no Espiritismo aquele alívio para as dificuldades que passava relacionadas ao meu pai, que se envolveu um pouco com a bebida. Alguém deve ter dito algo para ela, a gente morava perto desse centro. Não posso dizer que fui chamado pela dor, fui conduzido pelo amor de mamãe. A doutrina espírita me mobilizou e eu diria que a abracei para o resto da minha vida. M: Qual trabalho lhe trouxe maior satisfação? N: O trabalho da época em que estava no Obreiros, na região de Embu das Artes (SP). Visitávamos moradores de rua. Eu ia às terças-feiras à noite, nos reuníamos no centro da cidade, fazíamos a preparação e saíamos levando lanchinho e refresco, visitando aqueles que aos poucos foram se tornando familiares. Foi um trabalho que mais emocionalmente me gratificou. M: Seu trabalho na formação da EAE com os grupos de Armond foi intenso? N: O “Manual Prático do Espírita” foi o resultado de um momento que nós conversamos com o comandante. Ele era secretário-geral
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da Federação, parecia carrancudo, mas não, o coração dele era maior que tudo. O amor dele por Jesus, a relação dele com Jesus é um negócio que a gente está longe de alcançar. Todo esse trabalho das escolas de aprendizes e depois a Fraternidade dos Discípulos de Jesus e as vibrações às quintasfeiras, isso é um acervo de contribuição muito grande que ele criou. Numa reunião em sua casa, com a incorporação de Dr. Bezerra de Menezes através da sua filha Madalena, em que eu estava presente, a conversa deles tratava de aspectos de trabalho, como melhor fazer. Dr. Bezerra acolhia as ideias do comandante e trocava ideias com ele. M: Qual sua mediunidade?
Trabalhou mediunicamente também? N: Eu não tenho essa mediunidade ostensiva. Tenho um pouco de percepção e, quando estamos em trabalho, eu sinto a presença, mas não visualizo nada. Sinto a emoção mudar, ficar mais suave, aquela coisa maravilhosa que você sente na altura do coração. É uma percepção, digamos, uma mediunidade intuitiva. M: O senhor conheceu Chico Xavier? N: Há anos nós íamos com nossos filhos, aos fins de semana, para Uberaba (MG). A doutora Marlene Nobre1 também ia com os seus filhos. A gente chegava às sextas-feiras e 1 Marlene Nobre era médica, palestrante espírita reconhecida mundialmente, ajudou a fundar a Associação Médico Espírita do Brasil, e ainda escreveu vários livros sobre a doutrina.
dirigia à casa do Chico, que tinha um carinho especial pela minha esposa. Íamos para a Casa da Prece, onde o Chico ia receber [pessoas]. Ele recebia todas as pessoas que chegavam, quase sempre desejando notícias dos filhos falecidos… Era aquela conversa emocionada das mães pedindo notícia dos filhos. E o Chico respondia – isso eu me lembro, pois escutei dele – “Ah, nós vamos pedir a Jesus, o telefone toca de lá para cá”.
A gente respira emanação de Deus, nós interagimos com Deus, vivenciada na respiração visualizada. Esse novo ar que respiramos não é apenas o ar, é o ar e a energia que nos reabastece
Ele ficava horas na madrugada recebendo as mensagens. Depois ia para aquele salão simples, onde vários companheiros comentavam temas evangélicos. Era um ambiente de estudo, de explicação, aquilo rodava a noite. Quando o Chico saía lá do quartinho e vinha, aí era aquele suspense. Na ponta da mesa, ele ia chamando um por um. E ele mesmo é quem lia. Todo mundo ali na espera da possibilidade de ter sido agraciado com a mensagem recebida pelo Chico… Essa era a grande expectativa de quem estava ali. Eu me lembro de um senhor que passou a noite toda ali… ele estava um pouco impaciente. Conversando um pouco,
ele disse assim: “Eu não sei nem por que estou aqui. Me indicaram pra vir e eu dei o nome da minha esposa.” Ela faleceu nos seus braços e ele estava ali naturalmente na esperança de ter notícias dela. E não é que o Chico chama o nome dela? E o homem foi lá pra frente pra ouvir a mensagem… Esse homem se emocionou de tal forma, que mudou totalmente. Essas mensagens eram direcionadas naturalmente em função do benefício que elas poderiam realizar. A espiritualidade trabalha precisamente. M: Como é seu dia a dia? Que outros temas o interessam? N: Às 4:30/5h da manhã, começo com a respiração conduzida e a reativação dos chacras, uma prática que me foi ensinada pelo ativista quântico Amit Goswani. Ele é de origem indiana, mas hoje vive nos Estados Unidos, é PhD em física quântica, professor da Universidade de Oregon (EUA), autor de vários livros, um cientista místico. Há uns cinco ou seis anos, fiz uma série de seminários com ele, que nos ensinou essa prática. Eu já conhecia os chacras do livro “Passes e Radiações”, e Amit fez essa prática conosco e a partir daí eu continuei fazendo, um hábito que mantenho até hoje. Esse ‘ativismo quântico’, traduzindo, é vivência do evangelho de Jesus. É a mesma coisa. Conhecendo os livros “Mecanismo da Mediunidade” e “Evolução em Dois Mundos”, de André Luiz, Amit complementa isso de uma maneira substancial. Ele mostra que
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nós absorvemos o fluido cósmico, o hálito divino, expressões dele, através da respiração, e essa energia, essa força, ela vai se condensando, conduzida pela corrente sanguínea, no nosso perispírito e através dele a todas as nossas células. Então, a gente respira emanação de Deus, nós interagimos com Deus, vivenciada na respiração visualizada. Esse novo ar que respiramos não é apenas o ar, é o ar e a energia que nos reabastece. Mentalizando isso, com um pouco de persistência, começamos a entrar num estado de plenitude. Isso me dá calma, condição de suportar as irritações naturais de todo mundo hoje estressado, e se reflete no ambiente de convivência, no trabalho e, principalmente, no trânsito. Isso tem uma força indutora, a gente se percebendo e se trabalhando, então é uma reforma íntima permanente. Quem me deu essa condição foi naturalmente o Amit. E complementamos com conhecimento da doutrina espírita, a contribuição de André Luiz é maravilhosa, fundamental! Neste planeta ainda turbulento, não atingimos certos níveis, mas estamos por atingir, naturalmente não sem persistência, sem esforço. As EAEs nos dão toda essa estrutura, de você se perceber como é, como age. Eu não me sinto desgastado pela idade. Na verdade, me sinto muito animado com as oportunidades. Estou
sempre estudando, lendo… Agora mesmo eu estou lendo um livro de um monge budista vietnamita que é extraordinário: “O Milagre da Atenção Plena”. O que é isso? Quando você começa a exercitar a meditação, primeiro tem que se concentrar na respiração, essa a absorção, essa convivência com o nosso Pai. Tem que persistir, é para fazer isso com o coração, não desanimar, mas vai respirando, vai desejando essa calma, essa paz… Você entra num estado de unidade que Jesus vivia permanentemente quando ele disse: eu e o Pai somos um. Lógico que a gente está a uma distância cósmica desse estado, mas é possível sentir por momentos esse estado de plenitude, altamente gratificante. Entramos nessas experiências. A EAE permite essa iniciação, o comandante chamava iniciação espírita, mas é mais do que espírita, é espiritual porque a gente se inter-relaciona com o divino, essa imensidão cósmica. Num outro grupo espírita estamos estudando o livro “Amor, Medicina e Milagres”. É um médico norte-americano, Bernie Siegel, que trata de pacientes com câncer em órgãos muito sensíveis, como pâncreas, fígado, pulmões, que ele considera cânceres especiais. Ele estuda pacientes que conseguiram reverter o câncer em seu organismo. Mas Bernie não admite dizer: ‘Você tem seis meses de vida!’ São pessoas sem
motivação, com perdas emocionais, coisas que derrubam nosso sistema imunológico. Você não pode se entregar a isso. É o que a gente estuda aqui na EAE. Superar os remorsos, trabalhar a tristeza, a gente precisa ser alegre. Por quê? Porque a alegria, a euforia, tem a origem nas endorfinas, que são neurotransmissores. Essa bagagem contribui para o nosso trabalho. Por isso que eu me encanto com esses assuntos. Meu filho Julio é neurocientista e está trabalhando nisso, fazendo entrevistas, dando a contribuição dele. E eu sou assim, animado com tudo isso, esse potencial maravilhoso que a gente tem dentro da gente.
Durante a entrevista, tivemos a percepção de que Ney Prieto conhece Razin de uma encarnação conjunta na Índia e veio ajudar, junto a Armond, que também encarnou na Índia, e mais um grupo de espíritos na disseminação do espiritismo no Brasil. Ao comentar isto com ele, recebemos a singela e humilde resposta de um exemplo cristão: “Obrigado pela oportunidade. Me vejo como um Chela, noviço iniciante na Índia. Razin está muito acima da minha estatura.” O restante da entrevista vem na próxima edição de O Trevo.
. Entrevista conduzida por Mauro Iwanow Cianciarullo, da Casa Espírita Evangelho e Amor/Regional São Paulo Oeste
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“Toda virtude que se conquista é uma nova porta que se abre para um mundo melhor”.
Sendo que toda virtude conquistada é uma porta que se abre para a melhora do mundo interior e exterior. As virtudes conquistadas promovem o meu ser para melhor.
Ítala Rodrigues – 111ª turma CEAE Manchester/SP São Paulo/SP Regional Leste
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“Nas lutas habituais, não exija a educação do companheiro, demonstre a sua”.
Tenho ciência de que a única pessoa que consigo mudar sou eu, então ao invés de exigir a mudança do outro devo buscar minimizar minhas próprias falhas e com talvez um dia me torne um bom exemplo.
Guilherme Domingos Sacramento – 11ª turma Núcleo Espírita Francisco de Assis Santo André/SP Regional ABC
A vida é mudança; o dia de amanhã será diferente e marcará a vitória, se a diferença for para melhor”.
Tenho procurado estar sempre em mudança, pois meu foco é evoluir. A doutrina espírita tem me ensinado que sou capaz, mas é preciso me libertar de vícios e defeitos, assim corrigindo minhas imperfeições.
Keli R. N. Goes – 50ª turma Casa de Timóteo Evangelização e Cultura Espírita Santo André/SP Regional ABC
“Nas lutas habituais, não exija a educação do companheiro, demonstre a sua”.
Ao longo de minha vida acabei percebendo que em algumas ocasiões faltei inconscientemente com a educação. Ao refl etir sobre o ocorrido tive sentimento de haver sido desagradável e pretendo não repetir essa atitude.
Maria Luiza Rosato – 25ª turma Celuca – Campinas/SP Regional Campinas
“Ajude conversando. Uma boa palavra auxilia sempre”.
Não sei qual motivo, mas as pessoas me procuram para desabafar sobre seus problemas. Procuro ser imparcial e usar da empatia, com palavras de conforto e tento mostrar que problemas todos tem em algum momento.
Marcelo Santana – 1ª turma Fraternidade Assistencial e Espírita Discípulos de Jesus Ribeirão Pires/SP Regional ABC
“Lembre-se de que o mal não merece comentário em tempo algum”.
Já me vi envolvida em comentários inadequados. Hoje com os ensinamentos da EAE procuro ouvir mais e falar menos. Mais consciente, passar apenas o que é útil, sempre vigiando faz parte do meu crescimento
Miriam Aparecida do Canto
Ubatuba/SP Projeto Online – Paulo de Tarso
“O sofrimento é um recurso do próprio Espírito para evoluir
O espiritismo me ensinou a sofrer menos. Hoje sei que nada acontece por acaso e que a dor faz parte do meu processo evolutivo e quando o sofrimento surge procuro elevar meus pensamentos e peço auxílio ao Alto.
Andreia Miranda – 28ª turma Fraternidade Espírita Nosso Lar Belo Horizonte/MG Regional Minas Gerais
“A fi nalidade da vida é a glorifi cação de Deus nas almas”.
Desde que minha meta de vida é melhorar percebi alguns pequenos avanços e com isso me sinto mais próxima de Deus. Me esforço ou me calo quando necessário e assim prossigo na minha reforma íntima.
Andréia Melin – 34ª turma CEAE Santana São Paulo/SP Região Norte/SP
“O arrependimento é o primeiro passo para o pagamento de nossas dívidas”.
Tive uma discussão, porém com o passar das horas, fi z oração pedindo orientação, pois estava arrependida. Ouvi a palavra perdão, fui capaz de esquecer meu orgulho e perdão com humildade e arrependimento.
Fraternidade Espírita Estrada de Damasco Belo Horizonte/MG Regional de Minas Gerais
Entrevista: ‘O dia a dia é o nosso campo de batalha’
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Apresentando a edição
Crédito: William Farlow – Unsplash
É com grande alegria que apresentamos a edição de Maio- Junho/2023 de O Trevo. É no mês de maio que celebramos o aniversário da Escola de Aprendizes do Evangelho e também da Fraternidade dos Discípulos de Jesus, projetos tão importantes na vida dos nossos leitores. As reportagens de capa desta edição foram elaboradas em parceria com a equipe de apoio a EAE/FDJ. Um dos textos lembra deste aniversário e nos convida a renovar nosso compromisso com Jesus. As páginas a seguir estão repletas de sublimes refl exões sobre a nossa jornada de reforma íntima rumo a uma maior espiritualização do ser
Além disso, O Trevo traz curiosidades e discussões sobre temas atuais, como o papel dos centros espíritas nas ondas de ataques às escolas, que lamentavelmente estão crescendo na sociedade. E também um artigo sobre as encarnações anteriores do comandante Edgard Armond e suas missões no planeta Terra. Não deixe de ler também a segunda parte da entrevista com Ney Prieto Peres, antigo colaborador do movimento espírita, que traz relatos preciosos sobre a história do Espiritismo no Brasil e da própria Aliança.
“Spoiler”: em certo ponto da entrevista, ele conta que presenciou a transmissão de uma mensagem mediúnica do espírito de Razin com relatos de seu encontro com Jesus criança. Um momento de grande emoção, gentilmente compartilhado com os leitores de O Trevo. Esperamos que gostem da leitura e que esta edição seja uma inspiração àqueles que desejam vivenciar o Espiritismo religioso, cumprindo a missão desta Aliança, publicada sempre na segunda página de O Trevo. Boa leitura! Equipe O Trevo CONSELHO EDITORIAL
Eu sou o Universo
Crédito da foto: Greg Razoky/Unsplash
Queridos, muita luz. A leitura de O Trevo é especial pois nos proporciona olhar o mundo em uma perspectiva cósmica, como diria seu Azamar, colaborador durante várias décadas deste periódico. É assim que compartilho o tema desta edição. Durante todo o ano de 2023, o tema que permeia todas as edições é a comemoração dos 50 anos da Aliança Espírita Evangélica, e nesta, refletiremos sobre o caráter universal das Escolas Iniciáticas. Podemos pensar em universal no sentido de atravessar várias gerações, estar relacionado ao ser humano nas suas diversas fases da vida. No nosso movimento de Aliança, a evangelização do Ser ocupa tema central, seja nas aulas das Escolas de Aprendizes do Evangelho, de Mocidade Espírita, na Evangelização Infantil, nos Cursos de Médiuns ou na Assistência Espiritual. Universo também nos
remete ao infinito e a suas múltiplas dimensões, desde o micro universo do átomo, passando pelas células, órgãos e sistemas do corpo, seus diversos sistemas (respiratório, digestório, circulatório, entre outros). Além das células que compõem nosso corpo, somos a essência divina que o habita, isso somos nós! Nossa essência também vai passando de ilustre desconhecida, já que estamos num processo de autoconhecimento, assim como conhecimento de tudo se encadeia no plano macro como no micro. Podemos dizer que somos um universo e somos deuses deste micro universo, temos sobre ele todo o poder e responsabilidade, em nossa consciência fazemos o melhor por ele. É importante compreender que nosso próximo é outro universo ao qual não temos controle e prerrogativas e que para garantir o equilíbrio precisamos buscar sempre
a harmonia. Podemos interpretar o tema desta edição como um chamado ao nosso papel de cocriadores, participando da vida do Cosmo, mesmo sem querer ou saber nossas atitudes refletem no todo. Busquemos nos inspirar nas leis da natureza, físicas e espirituais que buscam o equilíbrio, portanto os eventos telúricos e as pequenas intercorrências em nossas vidas são ações dessas leis buscando novo ponto de equilíbrio. Não se trata, portanto, de mudança no humor do Pai Divino, como muda o humor do ser humano. Como fazemos no nosso microuniverso procurando o remédio para o desequilíbrio de alguma área, Deus busca o equilíbrio. É muito interessante expandir nossas reflexões para o nível cósmico, poderíamos inferir que Deus é a alma do universo, e também que o universo é o corpo de Deus. Luiz Amaro é diretor geral da Aliança
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O Universo em mim
Desde os tempos mais remotos, o homem busca dominar as forças invisíveis que o cercam e encontrar o seu criador. Descobriu, então, que só conseguiria isso através do autoconhecimento, buscando a sabedoria e o criador em seu interior. Para alcançar este estado de compreensão, relembremos o processo de evolução desde a mônada, no primeiro instante, quando por vontade do criador “desceu” ao plano da matéria, para iniciar seu desenvolvimento de retorno a Ele. Antes de avançarmos, vamos retomar o conceito de mônada ou “o princípio inteligente do Universo”, resposta à questão 23, no Livro dos Espíritos; ou expressa na filosofia “substância individual e indivisível que constitui a realidade básica do universo. É única e representa uma forma de existência elementar, dotada de suas próprias percepções, atividades e propriedades internas” (Gottfried Wilhem Leibniz). No livro Iniciação Espírita, no capítulo “Síntese”, transcrevemos: “O ser eterno, a mônada divina, transforma-se em alma vivente quando se organiza para viver no mundo físico, seja qual for a forma de que se utilize em dado momento ou circunstância”. E o que quer dizer organizar-se para viver no mundo físico? Significa:
Revestir-se de matéria;
Utilizar-se de órgãos apropriados às atividades que deva desenvolver nos ambientes onde vai evoluir. Porém, esse processo só se consolida quando acreditamos em uma força, além de nós mesmos, ou quando Deus é sentido para mim. “Deus não se
mostra, mas se revela por suas obras”, … caminhamos para a perfeição que observamos nas leis eternas e imutáveis que regem os fenômenos naturais. (…) Quanto mais se aproxima, através do trabalho, do plano Divino, mais feliz se sente.” (Iniciação Espírita – cap. O Plano Divino) Temos dois pontos em destaque: a partida e a chegada. A partida, quando da criação; a chegada, o nosso objetivo. Porém, entre esses pontos, o mais importante, a jornada ou o caminho; acreditemos ou não na reencarnação. Voltemos ao parágrafo inicial, quando destacamos a busca da sabedoria e do criador. Esse é o trabalho que individualmente ou coletivamente, cada homem tem realizado ao longo de sua jornada, ou seja, a conexão com o divino ou o transcendente, refletindo em suas experiências do dia a dia, conforme o contexto em que está inserido. O caminho pode incluir crenças, práticas devocionais, moralidade e ética, busca por significado e propósito na vida. Ou o que designamos como busca pela espiritualidade, que pode se traduzir nas variadas práticas religiosas reveladas ao longo da história, conforme as tradições e culturas específicas; incluindo as práticas espirituais individuais como a oração, a meditação, a contemplação ou a busca por experiências de transcendência, que possibilite o fortalecimento espiritual e a paz interior.
Algumas literaturas destacam essa procura como: a busca pelo “sagrado”, dando destaque para aquilo que entendem como impulso universal na humanidade, e a maneira como cada indivíduo experimenta essa conexão pode ser estruturada ou altamente variável. Estruturada quando as pessoas se voltam para as práticas das religiões tradicionais como o cristianismo, o budismo, o islamismo ou o judaísmo. O que se percebe ao estudar esse tema é o fato de que em sociedades mais secularizadas, a busca pela fé pode ser mais individual e menos ligada a tradições religiosas organizadas. Isso corrobora com a indicação do Cristo Planetário, ao deixar em seus ensinamentos que o caminho até Deus é um só – Ele, Jesus. Finalmente podemos trazer à nossa consciência um exemplo de êxtase espiritual, quando em contato com a natureza, no silêncio e na solidão podemos sentir a presença do Criador em nós. Porém, isso só é possível se a “ansiedade passa, as emoções desaparecem e os pensamentos se calam”. Ou quando a mãe sente verdadeiramente o nascimento de seu filho. Com o passar dos anos ela se lembrará de todos os detalhes que experienciou naquele momento. Em síntese, viemos do Criador e retornamos a Ele. Todas as influências externas que sofremos ao longo da jornada podem nos imprimir internamente a vontade de através do esforço alcançar este objetivo. Maria José Ribeiro é do Grupo Espírita de Aprendizado Evangélico/ Regional Litoral Centro
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Edgard Armond, suas vidas e a influência no movimento espírita
O movimento espírita brasileiro nas primeiras décadas após a codificação se notabilizou pelo atendimento à população através das assistências espiritual e social com aberturas de creches, asilos para a velhice desamparada e orfanatos, cumprindo fielmente o seu aspecto consolador preconizado pelo mestre Jesus. Mas faltava dar foco ao seu aspecto redentor através da evangelização do ser, por meio da reforma interior, para fazer frente às agruras do período de transição que o planeta viveria a partir da segunda metade do século XX. Um marco decisivo foi implementado por Edgard Armond, com o amparo e auxílio do plano espiritual superior, a partir de 1940 até seu desencarne em 29/11/1982. Antecedentes Edgard Armond é considerado um dos últimos capelinos remanescentes no planeta Terra, com destacado papel em diferentes encarnações na vida social, religiosa e política na Lemúria, na Atlântida e no antigo Egito. Armond relata para Esther Dahan (autora de Mediunidade Multidimensional, da Editora Aliança) a passagem de dois jovens guerreiros (Armond e Razin) há seis mil anos. Desiludidos com as suas atuações na materialidade, eles decidem ingressar num mosteiro na Índia, na cordilheira do Himalaia, em busca de espiritualização. No século I a.c., Armond reencarna como o cônsul Caio Mario, destacando-se por suas vitórias militares e brilhante carreira política. Vó Martha relata a interessante passagem do comerciante e navegante Razin, presenciando a crucificação de Jesus, assumindo o compromisso de difundir a Boa Nova por todos os locais que visitasse. Outra vivência, no deserto, é mencionada na mensagem de Razin para Armond. No livro Gregório IX, se depreende que o papa foi uma das encarnações de Edgard Armond. Há notícias, no movimento espírita, de que teve uma encarnação na Espanha, nos fins
da Idade Média, com atividades no campo da Medicina. E, no século XVIII, foi militar, dentista e inconfidente, recebendo a alcunha de Tiradentes. Logo após o desencarne como Tiradentes, retorna ao mundo físico como Antoine Demeure (médico homeopata que se correspondia com Allan Kardec), para colaborar com o espírito que traria o Consolador prometido por Jesus. Vida de Edgard Armond Com esta possível bagagem, reencarna em 14 de junho de 1894 como Edgard Armond, em Guaratinguetá, seguindo a carreira militar no Estado de São Paulo. Também se formou em Farmácia e Odontologia, profissão que exerceu gratuitamente no atendimento à população pobre do bairro do Brás. O interesse nos assuntos da espiritualidade se manifestou desde cedo. Aos 26 anos, traduziu do francês O Livro dos Mortos. Em 1936, fez parte da equipe organizadora do Encontro sobre Espiritualidade. Em 1938, editou o livro Contos Espiritualistas para presentear seus amigos. Com esse cabedal, em fins de 1939, se aproxima da FEESP, sendo convidado para exercer o cargo de secretário-geral para reorganizar as atividades daquele grupo. Inicia suas atividades sob o amparo e proteção da espiritualidade superior, começando por estudar e organizar a assistência espiritual, desenvolvendo as atividades conhecidas como trabalhos padronizados, contando com o auxílio espiritual de Louis Pasteur e sua equipe. Implantou o trabalho de Vibrações Coletivas para dar suporte às carências geradas pela II Grande Guerra Mundial. Também implantou o primeiro Curso de Médiuns, atendendo ao apelo de Kardec, com o auxílio do mentor da FEESP – Dr. Bezerra de Menezes. Com todo este trabalho em andamento, detectou que muitos atendidos pela assistência espiritual obtinham sua melhora, mas tempos depois retornavam à FEESP em busca de novo atendimento. Ele concluiu, com auxílio de Razin, que era o momento de dar foco no aspecto redentor da doutrina consoladora.
A proposta da Escola de Aprendizes do Evangelho (EAE) de caráter iniciático surgiu em 6 de maio de 1950, com o objetivo de preparar núcleos poderosos para auxiliar na transição do mundo de provas e expiações para o mundo regenerado, onde o Bem passará a superar o Mal.
Retrato de Tiradentes feito pelo pintor Oscar Pereira da Silva Crédito da foto: José Rosael/Hélio Nobre/Museu Paulista da USP – Wikimedia Commons
Para fortalecimento desses núcleos foi criada a Fraternidade dos Discípulos de Jesus em 29 de maio de 1952, sendo inaugurada em março de 1954, com o ingresso da 1ª turma. Os alunos que assumiram o compromisso de viver e difundir os ensinamentos de Jesus ascenderam a mais de uma centena de milhar de adeptos nos diversos setores da FDJ . A atuação de Edgard Armond foi um divisor de águas no movimento espírita brasileiro, evoluindo de uma atuação filosófica e consoladora para uma eficiente atuação redentora na sociedade, com foco no aspecto religioso, sem menosprezo aos demais setores da doutrina espírita. Hoje a EAE tem turmas presenciais em 14 países e alunos virtuais em quase trinta países. Luiz Pizarro é colaborador do C. E. Vinha de luz/Regional São Paulo Centro
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Migrações planetárias e a lei do progresso
O tema proposto neste artigo nos remete diretamente ao livro Exilados da Capela, um best seller da editora Aliança de Edgar Armond. A leitura nos mostra que as correntes migratórias planetárias são constantes no universo, influenciando a vida em todos os planetas habitados. Essas correntes são responsáveis pelo movimento de espíritos de um planeta para outro, conforme sua evolução espiritual e as necessidades do próprio planeta. Destacamos um trecho do livro (Cartas de Uma Morta – capítulo As Correntes migratórias): “Os nossos Mestres nos falaram das grandes correntes migratórias que modificam as civilizações, asseverando que o mundo atual se encontra à beira desses movimentos inevitáveis. Compreendemos, então, que todos os progressos da civilização terrestre dependem da economia, sobre cuja base repousa todo o edifício da organização social. Soubemos assim que, em tempos remotíssimos, quando o planeta se encontrava em véspera de inaugurar nova posição progressiva, ocorreu o deslocamento das raças arianas que invadiram os territórios europeus. O congestionamento de certos países, o problema da economia regulamentada, a necessidade de expansão que muitas nacionalidades experimentam nos tempos modernos constituem uma determinação desesperada dessas corrente migratórias, cuja passagem é assinalada por guerras destruidoras, ensaiando novas soluções para as magnas questões da vida coletiva.” Assim como na Terra, onde existem pessoas de diferentes origens e culturas, em outros planetas também existem seres com diferentes graus de evolução e sabedoria. As correntes migratórias permitem que esses seres possam viver em outros planetas que ofereçam melhores condições
para seu aprendizado e evolução espiritual. Temos uma vasta literatura espírita que aborda estes aspectos de espíritos sábios atuando sobre a Terra. Acreditamos que estas atuações possam estar ligadas ao pedido amoroso do nosso Cristo Planetário. Essas correntes migratórias são orientadas por espíritos superiores, que acompanham e direcionam os seres em sua jornada evolutiva. Além disso, também existem leis naturais que regulam essas migrações, como a lei de afinidade, que determina que os espíritos se agrupem com aqueles que possuem afinidades e interesses similares. Porém, vale ressaltar que a migração não é a única forma de evolução espiritual. É possível evoluir espiritualmente em um mesmo planeta, através de diferentes experiências e aprendizados. A migração é apenas uma das possibilidades oferecidas pelo universo para o aprimoramento dos espíritos. Segundo Os Exilados da Capela, as correntes migratórias são resultado da lei de progresso, que determina a evolução dos seres em direção à perfeição. No livro, os exilados são seres que foram encaminhados para a Terra como um meio de aprendizado e evolução espiritual, após terem cometido erros em sua civilização de origem. Já em A Caminho da Luz, obra psicografada por Francisco Cândido Xavier e ditada pelo espírito Emmanuel, as correntes migratórias são influenciadas pela lei de afinidade, que determina que os espíritos se agrupem com aqueles que possuem afinidades e interesses similares. O livro também destaca a importância da reencarnação como um meio de
evolução espiritual. Na atualidade, as correntes migratórias planetárias continuam influenciando a evolução espiritual das civilizações. Com o avanço da tecnologia e a possibilidade de exploração espacial, a migração entre planetas pode se tornar uma realidade no futuro. Dentro da doutrina espírita, a ideia de evolução espiritual está diretamente relacionada com a busca por aprimoramento moral e intelectual ao longo das encarnações. Isso significa que, para os espíritas, a evolução não é apenas uma questão de adquirir conhecimento, mas sim de transformar a própria conduta, os valores e sentimentos. Dessa forma, é possível comparar essa busca por evolução espiritual com a necessidade de reforma íntima, um conceito presente na doutrina espírita que trata da mudança de comportamentos, pensamentos e sentimentos negativos para se tornar uma pessoa melhor e mais equilibrada emocionalmente. Nos dias de hoje, a busca pela reforma íntima é muito importante, já que estamos vivendo em um mundo cheio de desafios, onde muitas vezes é difícil manter a calma, a paciência e a compaixão. Praticar a reforma íntima significa que estamos nos esforçando para melhorar como pessoas e contribuir para um mundo melhor. Além disso, a comparação com a reencarnação nos mostra que a vida é uma jornada de aprendizado, onde temos a oportunidade de evoluir espiritualmente através de nossas experiências, escolhas e ações. Nesse sentido, é importante estar consciente de que cada ação e escolha que fazemos hoje terá um impacto em nossa vida futura e na evolução de nosso espírito. Leandro Machado Costa é do N.A.E. Terceiro Milênio/ Regional São Paulo Leste.
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A Mediunidade, a Intuição e a Sabedoria
Qual a finalidade da reforma íntima? Para que investir o tempo atento às emoções, pensamentos e reações? Como perceber o progresso? Trabalhoso que é vencer as próprias limitações no dia a dia, devemos entender claramente os benefícios no curto e médio prazo – a oração e as anotações na caderneta, que nos propiciam orientação e vigilância na busca de paz interior, e podemos perceber a evolução analisando esta encarnação. Entretanto, no longo prazo espiritual, é necessária a busca na bibliografia disponível para um entendimento mais abrangente. Utilizando então, para esta breve análise, inicialmente três livros a saber: A Caminho da Luz (Emmanuel e Chico), Os Exilados da Capela (Armond)
e Memória Cósmica (Steiner) podemos descrever abaixo um conciso entendimento sobre este assunto tão interessante. Sugerimos, para quem se interessar em ler os livros, que comece pelo livro A Caminho da Luz de 1938 e depois Os Exilados da Capela de 1951, que cita várias passagens do anterior. Os livros mencionam e descrevem algumas das raçasmães pelas quais o processo de evolução anímica esteve presente nos milênios passados. Os Exilados da Capela descreve a vinda de um grupo de espíritos da constelação referida, seus grupos reencarnatórios, finalidades e trabalhos. Já o livro
A Caminho da Luz nos infere principalmente ao período posterior a vinda de Cristo e Memória Cósmica detalha as primeiras Raças. Assim, podemos saber um pouco mais da primeira raça mãe, com o desenvolvimento anímico em processo no plano astral; da segunda raça-mãe,
num processo já encarnatório com os homens primitivos; da terceira raça-mãe, conhecida pelo nome Lemuriana; a quartaraça-mãe, a Atlante, já bem mais conhecida com diversos livros sobre esta civilização a começar por Timeu e Crítias de Platão; e finalmente a quinta raça-mãe, que estamos vivendo atualmente, conhecida pelo nome de Ariana. Cada uma destas raças abrange aspectos de desenvolvimento e objetivos que podem ser organizados conforme a planilha abaixo onde tabulamos as informações trazidas por Armond em Os Exilados da Capela, detalhando os ciclos, raças-mães e objetivos das raças e sub-raças além das futuras raças-mães, como também das experiências de cada sub-raça e objetivos complementares, conforme mencionados no livro Memória Cósmica, de Rudolf Steiner.
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O passado já está detalhado, porém, o futuro estamos construindo e podemos, através das mensagens disponibilizadas nesta literatura, antever um pouco do que virá. A mediunidade tem se feito mais amplamente presente, basta percebermos o aumento na quantidade de casas de enfoque espiritual. Atualmente encontramos maior número de pessoas com esta característica e sabemos que, apesar de ser na sua maioria uma mediunidade de provas, conforme nossa evolução moral avança, mais e mais pessoas com aptidão natural por mérito se farão presentes e teremos no futuro pelo menos uma pessoa na família com mediunidade, até que todos possamos estar aptos a um intercâmbio com o plano espiritual mais intenso e frequente. Além disso, a mediunidade nos permite acessar uma grande quantidade de informações além da matéria. Nossa mente precisa estar preparada para assimilar e ponderar esta quantidade de informações no tempo e no espaço, além de nosso coração estar evangelizado para nos garantir bases sólidas de sustentação. Para isto, já vimos sendo preparados, uma vez que o advento da globalização e da internet nos trouxe livre acesso a uma infinidade de informação, tanto as boas, quanto as ruins e saber distingui-las e utilizá-las, chama-se Sabedoria. Porém, a Sabedoria não se constrói da noite para o dia, isto é, necessitamos tentar e errar, estudar, amar, servir e evoluir nas diversas experiências encarnatórias que estão à nossa frente. A mediunidade será um caminho para esta sabedoria, um caminho de desenvolvimento que permitirá ao homem-anímico no futuro aplicar o que Jesus nos ensinou que será transmitir e realizar as vontades de Deus. Isto está bem detalhado no livro Mediunidade (Armond) e nos revela também que quanto maior o grau de sensibilidade tanto maior a Intuição – e consequentemente maior o campo que o indivíduo abrange na percepção dos fenômenos e aspectos da vida cósmica. Aprofundando um pouco o conceito desta Intuição, Armond nos traz ainda ser uma voz interior que fala e que deve ser obedecida sem vacilações, um sentimento íntimo que temos a respeito de algo, é a verdade cósmica, Divina, existente em nosso Eu, em forma potencial, porque Deus é a verdade única e eterna e Ele está derramado em toda a criação universal, da qual somos apenas uma partícula viva e sensível. Nos esclarece também que a
Intuição é a nossa ligação direta e original com o Deus potencial interior, assim como a razão é a nossa ligação com o mundo. A razão é a lei, a Intuição a graça. E completa de forma esclarecedora: Amor, fé e intuição, eis pois as características sublimadas do homem espiritual. O fluido cósmico universal permite a transmissão do pensamento quase que instantaneamente a qualquer lugar. Podemos nos conectar a almas superiores se estivermos em vibração elevada, uma conquista do espírito moralmente elevado, e com isto acessar o que os antigos chamavam de AKASHA, ou no nosso entendimento, pela afinidade nos conectar a sabedoria dos espíritos elevados que, como Jesus, cada vez mais estão alinhados à sabedoria Divina. De forma simples podemos dizer que no final buscamos entender o que Deus espera de nós. Conforme vamos renascendo, nossa sabedoria aumenta, e pela Intuição podemos ter certo acesso a esta Sabedoria Divina. Este ciclo vai se completando em cada encarnação até que entendamos definitivamente o amor divino, a nossa real condição e consciência e sobretudo nossa verdadeira conexão com o Divino. Assim, retornando a pergunta do início sobre a reforma íntima, podemos dizer que cada vez que entendemos melhor um defeito e tentamos transformá-lo numa virtude vamos construindo nossa paz interior, nossa serenidade, que nos permite aumentar cada vez mais esta conexão com o pensamento mais elevado, com a sabedoria das almas mais vivenciadas ampliando nossa Intuição. Voltando então a tabela acima, como descrito no livro Memória Cósmica não é necessário que se finde uma raça-mãe para que o novo aprendizado se inicie nem uma sub-raça, este processo se funde entre o fim de uma fase e o início de outra. Podemos dizer então que a Intuição está iniciando na quinta sub-raça anterior, ou seja, estamos vivendo este momento de transição onde a mediunidade se espalha e mais e mais pessoas começam a desenvolver a Intuição. Também no livro Mediunidade (Armond) no Cap. 9 – A Lucidez, nos destaca que o momento que vivemos é de domínio da razão, porém, alguns homens há mais evoluídos, que já se governam, mais ou menos conscientemente, pelo uso desta faculdade mais perfeita que é a Intuição. Todos somos intuitivos, porém de forma rudimentar, como explicitado em O Livro dos Espíritos
item 101, os espíritos de terceira ordem têm a intuição de Deus, mas não o compreendem ainda. Ainda em A Gênese, Kardec nos coloca no Capitulo XVIII que a nova geração deverá fundar a era do progresso moral e será fácil distingui-la sobretudo pela natureza das disposições intuitivas e inatas. Complementando, seguimos então para O Evangelho Segundo o Espiritismo onde podemos encontrar uma descrição do que é a Sabedoria no item – Resumo da Doutrina de Sócrates e de Platão – que nos traz que a alma perturba-se e confunde-se, quando se serve do corpo para considerar algum objeto, pois se prende às coisas que são, por sua natureza, sujeitas a transformações, mas ao contemplar a sua própria essência, ela se volta para o que é puro, eterno, imortal, e, sendo da mesma natureza, quando cessam as suas perturbações, a esse estado é que chama-se Sabedoria. Portanto, o que devemos buscar? Resignação nas provas enfrentadas, construção de um futuro mais resplandecente com os acertos do presente, entendimento da vida nos diversos planos pela leitura, conversa e trabalho edificantes nos permitem fazer cada vez mais parte da criação, ajudando o semelhante a avançar, participando de uma pequena fração de toda a criação através do amor que flui em todo lugar. Afinal, segundo a questão 111 do Livro dos Espíritos, devemos desenvolver de forma mais contundente a sabedoria, como espíritos de segunda ordem e segunda classe, com a inclusão desta sabedoria à ciência e à bondade e a partir daí estar nos aproximando dos espíritos superiores, isto deve seguir em processo até a sétima raça-mãe. Este avanço se percebe também por processos de emancipação da alma, como o êxtase que nos faz sentir como que integrados à criação Divina e através da concessão Divina teremos cada vez mais acesso a Sua sabedoria integrada pelo amor e pensamento presente no fluido cósmico universal. E finalizando, de forma simples Chico e Emmanuel nos esclarecem em A Caminho da Luz no item – Roteiro de Luz e Amor – que os Evangelhos guardam a súmula de todos os compêndios de paz e de verdade para a vida dos homens, através do qual todas as almas podem ascender às luminosas montanhas da Sabedoria dos Céus. Fiquemos com Deus. Mauro Iwanow Cianciarullo é do EEA/Regional São Paulo – Oeste
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Ataques às escolas e o papel das casas espíritas
Todos estamos acompanhando estarrecidos os tristes episódios envolvendo ataques homicidas em diversas escolas pelo Brasil, frequentemente perpetrados por jovens alunos das próprias instituições. As causas de tais barbaridades são multifatoriais e seria leviandade tentar elencar e explorá-las neste breve texto. Mas isso não nos desobriga de pesquisar sobre o tema em fontes confiáveis, com estudiosos da área (psicólogos, pedagogos, especialistas em segurança pública, etc), assim como analisar os aspectos espirituais, que apesar de preponderantes, infelizmente nem são considerados pelo vulgo. O fato é que temos um problema grave e a casa espírita pode contribuir para a sua resolução ou ao menos sua mitigação. Como? A resposta é simples, mas exige comprometimento de todos. Em seu programa de atividades, a Aliança possui dois trabalhos voltados justamente para a faixa etária mais afetada por esta tragédia. São eles: a Mocidade e a Pré-Mocidade espíritas. Para esta reflexão, vamos partir do pressuposto que os programas são conhecidos por todos. Você não os conhece ainda? Convidamos a estudá-los no livro Vivência do Espiritismo Religioso. A seguir, propomos uma discussão sobre o tema deste artigo para dois grupos importantes do movimento espírita. 1 – Voluntários da Casa Espírita (especialmente a Diretoria) Todo mundo já está careca de saber (brincadeira, eu estou, mas não por causa disso), que a Mocidade e a Pré-Mocidade são requisitos obrigatórios para casas que desejam postular à condição de Grupo Integrado na Aliança. Isso não é mero capricho decisório do CGI, esta é uma forma bem inteligente de reafirmar a importância destes trabalhos de evangelização do ser, voltados para um grupo que representa 40% da população brasileira. Então, o primeiro ponto a ser encarado com seriedade é deixar de tratar estes trabalhos como formalidade institucional e enxergá-los como são: trabalhos de redenção espiritual de jovens. Saindo desta questão mais abstrata (e fundamental), gostaríamos de elencar algumas perguntas básicas – cada resposta
negativa que você der é um sinal de alerta: • Você sabe se a Casa que você frequenta tem turmas de Mocidade e/ou Pré-Mocidade? • Sabe o dia e o horário destes trabalhos? • Conhece a(s) pessoa(s) que dirige(m) estas atividades? • Já visitou a(s) turma(s)? • Está a par das dificuldades enfrentadas pela turma? • A Casa possui uma diretoria da Mocidade ou pelo menos faz questão que dirigentes destas atividades participem das reuniões da Diretoria? • Buscam incluir os jovens nas demais atividades da Casa? • Sabem se Dirigentes da Mocidade e/ou Pré-Mocidade fizeram, fazem ou têm pretensões de iniciar uma EAE? • BÔNUS: já deu ao menos uma aula para os jovens? • E PRA DEIXAR COM UMA PULGA ATRÁS DA ORELHA: você sabe se a(s) pessoa(s) que trabalha(m) na Mocidade e Pré-Mocidade se sente(m) acolhida(s) e à vontade para pedir ajuda ao restante da Casa (em especial à Diretoria), em caso de necessidade do trabalho que dirige(m)? 2 – Voluntários da Mocidade e da Pré-Mocidade Sem muitas delongas, seguem algumas questões para reflexão: • Você se interessa em procurar ativamente a direção da Casa para reportar como anda o trabalho que dirige e também acompanhar o que acontece nas demais atividades da Casa? • Convida voluntários da Casa para conhecer a turma e até dar aulas? • Já visitou todos os dias de trabalho da Casa para divulgar a Mocidade e/ou a Pré-Mocidade? • Participa com a turma de atividades ou eventos da Casa, quando possível? • Faz, fez ou fará em breve a EAE? • Como você anda nos estudos doutrinários? Estuda o conteúdo só para preparar aulas ou tem o interesse permanente em conhecer mais sobre a Doutrina? (não vale justificar falta de tempo, se você consegue assistir suas séries preferidas
Como anda a vivência evangélica no seu dia a dia? (esta pergunta é importante, pois é o nosso esforço sincero em nos moralizar que garante melhor conexão com os mentores espirituais que dirigem a turma.) • Você considera que a turma é um ambiente de ameaça zero ou ainda enfrenta dificuldades neste quesito, devido a comportamentos inadequados de algum membro? • Você se preocupa ativamente em tornar a turma um local de acolhimento para os alunos, colocando-se, por exemplo, à disposição para conversar depois da aula com quem quiser desabafar algum problema? • Você se preocupa ativamente em tornar a turma uma comunidade onde todos tenham a percepção de pertencimento e apoio dos demais integrantes? • Está acompanhando não somente as notícias sobre as tragédias nas escolas, mas está estudando toda a problemática, certo de que se trata de um tema complexo? • Já dedicou um tempo da aula para conversar com a turma sobre o assunto, em especial com os rapazes? (lembramos que todos os ataques até agora foram feitos por pessoas do sexo masculino). • Você dá aquela “stalkeada” marota (no bom sentido: queremos dizer apenas em acompanhar) nos perfis dos alunos nas redes sociais para acompanhar o dia a dia deles e também observar sinais que mereçam atenção? • Os alunos sabem que você está à disposição deles durante a semana para conversar mesmo que virtualmente, caso eles precisem de apoio? • Você tem o contato dos pais e/ou responsáveis dos jovens da turma? Para finalizar Sabemos bem que as perguntas acima não encerram todas as medidas e debates necessários para aperfeiçoar o trabalho de Pré-Mocidade e Mocidade e a integração com a Casa Espírita. Diremos mais: as perguntas acima são o roteiro básico que deveria ser seguido por todos os envolvidos. Contudo, é necessário que façamos este básico bem feito para que efetivamente possamos contribuir com qualidade para o fim de episódios tão infelizes em nossa sociedade. Evandro dos Anjos é do CE Discípulos de Jesus Bela Vista/ Regional São Paulo Centro.
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Curso de Médiuns: um complemento à evangelização do ser
Muitos dirigentes do nosso movimento na Aliança acreditam ser o Curso de Médiuns um instrumento de preparação dos alunos ao trabalho nas atividades de assistência espiritual e nos vários grupos mediúnicos das casas espíritas. O que esquecem é que o curso de médiuns é, antes de mais nada, um instrumento que complementa e auxilia os alunos da Escola de Aprendizes do Evangelho (EAE) no processo de sua evangelização. Exatamente por esse motivo é oferecido aos mesmos na aula 48 da EAE. O trabalho após a conclusão do curso é uma consequência e não um fim. No capítulo 2.6 do livro Vivência do Espiritismo Religioso, no item “Curso de Médiuns” encontramos o seguinte texto: “Em geral, a mediunidade é exercida mecanicamente, sem objetivo definido, pelo simples fato de existir. Mas isso é um erro. O médium deve saber por que é médium, quais faculdades possui, limites de sua aplicação, consequências de sua ação, objetivos a atingir e responsabilidade que assume, tanto como indivíduo quanto como membro da coletividade.” O texto ainda traz: “Seu objetivo é educar os médiuns para o desenvolvimento e uso da mediunidade dirigida aos trabalhos evangélicos, tendo como base os princípios da doutrina espírita”. Se analisarmos o contexto destes textos, vamos verificar que eles nos conduzem antes de mais nada ao complemento do autoconhecimento, para depois utilizar como ferramenta de trabalho evangélico. É por isso que acredito que os dois cursos se complementam e fazem parte do processo iniciático
do aprendiz. Lembrando que a escola existe mesmo sem o curso de médiuns, mas o curso de médiuns sem a escola não tem sentido e nem forma de condução. O curso de médiuns reeduca os alunos conduzidos pela EAE. É com essa atitude que devemos olhar o curso de médiuns quando direcionamos nossos alunos de EAE para a realização do mesmo.
“A mediunidade que tem compromissos com o Cristo na Terra não pode se esquecer de subir o calvário”
Se o foco não for complementar o processo de evangelização do ser, teremos apenas médiuns mecânicos, na maioria das vezes fazendo o trabalho sem saber por que o fazem e indisciplinados. Médium precisa antes de mais nada ser médium de si mesmo. E isso só acontecerá se o curso de médiuns for tratado pelos dirigentes como ferramenta de autoconhecimento, transformação e equilíbrio, antes de ser um curso que vai permitir ter mais um trabalhador para as salas de passes e câmaras mediúnicas. Cito um trecho do livro Segurança Mediúnica, psicografado por João Nunes Maia pelo espírito Miramez
que está no item 5 – Médium e Mediunidade: “A mediunidade que tem compromissos com o Cristo na Terra não pode se esquecer de subir o calvário, com a cruz nos ombros, representando sacrifícios de várias espécies: a renúncia é a característica de seus passos; o perdão, uma norma diária em sua vida; o trabalho, uma obrigação sem queixa; a oração, um dever silencioso; a alegria, uma manifestação de gratidão por tudo o que vê e recebe na vida. a língua deixa de ferir e a cabeça passa a ser um ninho de pensamentos nobres. Tudo o que faz, ela o faz por amor”. Lembremos também o que Kardec elucida no cap. XXIV, item 12 do Evangelho Segundo o Espiritismo: “A mediunidade…é simplesmente uma aptidão, para servir de instrumento, mais ou menos dócil, aos Espíritos em geral. O bom médium não é, portanto, aquele que tem facilidade de comunicação, mas o que é simpático aos Bons Espíritos e só por eles é assistido. É nesse sentido, unicamente, que a excelência das qualidades morais é de importância absoluta para a mediunidade”. A frase acima nos remete à finalidade e metas a serem alcançadas no curso: fazer o médium consciente de suas responsabilidades como medianeiro do Plano Espiritual Superior na propagação da Boa Nova, levando consolo e sinalizando o caminho para a redenção aos irmãos em Cristo. Jerson Bottaro é do Grupo Espírita Nosso Lar e da Equipe de Apoio à Mediunidade.
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‘O dia a dia é nosso campo de batalha’
Ney Prieto Peres acompanhou de perto momentos marcantes da história do movimento espírita. Na primeira parte desta entrevista, publicada na edição anterior de O Trevo, Ney falou sobre seus encontros com Chico Xavier e sua atual rotina de estudos. A seguir, publicamos a segunda parte desta entrevista, com informações de bastidores sobre a criação da Aliança Espírita Evangélica, um relato de uma mensagem mediúnica do espírito Razin descrevendo seu encontro com Jesus quando criança e outras histórias inspiradoras. Como você entrou na Escola de Aprendizes do Evangelho? Foi exatamente na semana seguinte à morte da minha mãe, que foi um dos momentos mais difíceis da minha vida. Logo depois eu fui transferido do Rio para São Paulo. O meu contato imediato foi a dona Thirzah, que eu conhecia de Recife. E ela me disse: “Ney, você precisa conhecer a escola de aprendizes do evangelho”. A dona Thirzah Riether já estava fazendo a 7ª turma. Naquela semana mesmo, no sábado, eu fui pra lá com a dona Thirzah. Quem nos recebeu foi a dona Lígia Jardim, que era a secretária da turma e esposa do Dr. Milton Jardim, o nosso dirigente. A turma já tinha começado em março e eu entrei em abril de 1961 na sétima turma da Escola de Aprendizes Evangelho. Foi uma experiência marcante como é essa Escola para todo mundo.
Você pode citar alguma lembrança importante? Eu me lembro de situações muito interessantes na Escola. A gente tinha que preparar o tema para defender na semana seguinte em cima de uma tribuna. Eu lembro até hoje que o dr. Milton me deu o tema “primeiro o próximo”. E quando chegou a minha vez de subir, quem é que o Dr. Milton tinha convidado para fazer uma avaliação sobre aquele aluno? Estava lá sentado na principal cadeira o comandante Armond. Aí você imagina a minha tremedeira! Li o meu tema e no final o comandante disse: “se ele fizer tudo isso que está dizendo, ele está no caminho certo”. Foi um episódio muito marcante para mim na Escola. Aliás, eu ainda tenho aqui a minha caderneta preta. Era o comandante que lia todas elas, colocava comentários.
Tenho eles aqui escritos com a letrinha dele. O que mais te marcou? Eu ia às quintas-feiras lá na Federação, nas reuniões
de vibrações coletivas, que eram a mesma coisa de hoje, às 19h30. Fui muitas vezes e eu me lembro que uma vez a dona Thirzah recebeu uma comunicação de Razin. Foi impressionante. Uma coisa linda. Eu lembro disso até agora. O Razin falava da convivência dele com Jesus garoto, no período que esteve entre os essênios. Ele dizendo do encantamento, da irradiação desse menino Jesus. Ele tendo visto, tendo estado com Jesus criança. Lembro dele falando sobre isso com muita emoção. Esse foi um episódio marcante para mim. Isso foi talvez no primeiro ano da Fraternidade dos Discípulos de Jesus. Depois teve a fundação da Aliança, em 1973. Você estava presente? Sim, foi na casa do comandante. Eu estava presente e assisti a todo esse episódio. O comandante disse para entregar a direção da Aliança para o Jacques (Conchon), porque ele tinha experiência com o CVV, que já tinha uma estrutura na época. A Aliança começou usando as instalações da rua Genebra, no CVV. Eu lembro que depois disso nós começamos a acompanhar a dona Thirzah nas visitas aos centros espíritas no interior de São Paulo para divulgar a Aliança. Como surgiu a ideia de escrever o Manual Prático do Espírita? Foi por causa do período probatório da Escola de Aprendizes, que é aquela situação que cada um tem que fazer a sua autoavaliação. Então me veio a ideia, conversando com o comandante, de
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facilitar isso escrevendo um manual. Ele ia seguindo os degraus, os passos da escola. E foi aí que surgiu o Manual Prático do Espírita. Eu trabalhava perto da casa do comandante Armond e fui lá várias vezes para discutir os passos do Manual. Nós seguimos uma sequência: primeiro, a superação dos vícios. E o degrau seguinte era se voltar para os defeitos. E, na sequência, às catorze virtudes que são aquelas a serem conquistadas com o esforço próprio. Qual o caminho para conseguir viver o Espiritismo na prática? Tem aquele exercício diário de no final de cada dia se colocar em revista. É a experiência de vida de Santo Agostinho. É a pergunta 919 (do Livro dos Espíritos). É aquela famosa “qual o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir ao arrastamento do mal?”. Esse é todo o propósito da Escola. Essa pergunta merece sempre um estudo. A resposta dada pelos instrutores de Kardec, o Espírito da Verdade, foi: “um sábio da Antiguidade já vos disse”, se referindo a Sócrates. É o “conhece-te a ti mesmo”. Mas a pergunta seguinte é insistente e muito clara: “a dificuldade reside exatamente nesta máxima (de se conhecer a si próprio). Como atingir?”. Aí é uma resposta longa, assinada por Santo Agostinho: “Fazei o que eu fazia quando vivi na Terra: ao final de cada dia me colocava em revista”. Isso ainda é um grande desafio. Mas com isso localizamos os momentos (em que erramos) e reagimos. Com a prática, com a persistência, a gente vai formando aquele
mecanismo habitual. É a força do hábito. O dia a dia é o nosso campo de batalha. Hoje temos grupos de estudo de diversos tipos no nosso movimento. O estudo é um dos recursos importantes desenvolvidos nas casas espíritas. Mas não é só o estudo. É aplicar o conhecimento no nosso dia a dia.
‘O Razin falava da convivência dele com Jesus garoto, no período que esteve entre os essênios. Foi impressionante. Uma coisa linda
Como você vê isso no movimento espírita? Existem três tipos de adeptos do Espiritismo: aqueles que se interessam e se dedicam ao estudo, aqueles que buscam no estudo as suas consequências filosóficas e o terceiro é aqueles que se esforçam em aplicar a doutrina, que é o seu aspecto religioso. Esses adeptos do Espiritismo religioso se reconhecem pelo esforço que se envolvem no seu autoaprimoramento. O sr. também foi muito atuante no campo da medicina espírita. Qual sua opinião sobre a evolução desses estudos? Nós acompanhamos essa evolução de perto. A Maria Julia (esposa) foi a primeira secretária da Associação Médico Espírita de São Paulo, a AMESP, que foi fundada por sugestão do dr. Bezerra de Menezes incorporado pelo médium Spartaco Ghilardi. Então, estamos envolvidos desde o começo da formação desse trabalho aqui em São Paulo, nos anos 80. Hoje isso está se
expandindo. Estamos vendo felizmente uma crescente no movimento de abertura da medicina para o lado da religiosidade. Nos congressos médicos espíritas, estão sendo discutidos temas importantes, como por exemplo a reencarnação e os seus efeitos atuais, as heranças que a gente traz de outras vidas. É uma temática que me interessa muito e que leva naturalmente a considerar a validade da terapia regressiva a vivências passadas em casos muito bem definidos como um recurso auxiliar à medicina tradicional. Para encerrar: um agradecimento a Deus? A nossa conexão com Deus é uma percepção progressiva, que a gente vai sentindo nessa relação do trabalho com você mesmo, de interiorização, de identificação. Com o tempo, vamos percebendo que somos permanentemente cuidados por uma equipe enorme. Nós somos cercados por nuvens de espíritos protetores. Olha Deus é tudo, Deus é tudo dentro de nós. Entrevista conduzida por Mauro Iwanow Cianciarullo, da Casa Espírita Evangelho e Amor/Regional São Paulo Oeste.
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Pronto-socorro de almas: você tem um minuto?
Um minuto pode fazer uma grande diferença, pois, em um minuto podemos perdoar um irmão, transformar um coração, fazer uma oração, evitar uma tragédia e até mesmo salvar uma vida. A ida ao centro espírita nem sempre é fácil. Muitas vezes, as pessoas levam horas, dias, meses e até mesmo anos, para procurarem auxílio por diversos motivos: questões particulares, familiares, falta de informações ou preconceitos. Em muitos casos, graças à misericórdia divina, a todo um trabalho nos bastidores da vida, feito por mentores individuais e amigos espirituais, muitos assistidos conseguem forças e coragem para chegarem aos centros espíritas, no acolhimento fraterno. De acordo com o dicionário acolhimento fraterno é defi nido como: • Acolhimento: Ação ou efeito de acolher; acolhida, hospitalidade; lugar em que há segurança; abrigo. • Fraterno: Fraternal; que diz respeito a irmãos, afetuoso; que expressa carinho. É neste campo seguro e bem defi nido que o assistido espera encontrar abrigo para conversar sobre suas dores e angústias, sigilosamente, no diálogo fraterno. O acolhimento na casa espírita diz muito sobre o que seus frequentadores
irão encontrar no local. “A primeira impressão é a que fica”, assim diz o ditado. Jesus exemplifi cou de várias maneiras as formas de caridade, sendo que o atendimento fraterno, a dedicação em ouvir a um irmão, é uma delas
Temos a responsabilidade de sempre estarmos preparados para atender qualquer pessoa que tenha coragem de vencer a si mesmo e seus medos para adentrar ao centro espírita
“São Paulo compreendeu tão profundamente esta verdade que diz: ‘se eu falar a línguas dos anjos; , se eu tiver o dom da profecia, e penetrar todos os mistérios, se tiver toda a fé possível, a ponto de transportar as montanhas, mas não tiver caridade nada sou’.” (O Evangelho Segundo Espiritismo – XV, item 6) Quando compreendemos e entendemos essas palavras, ativamente damos continuidade em nosso processo de transformação moral. Assimilando que a verdadeira caridade acontece de maneira espontânea, somos tomados por impulsos generosos, nos colocamos verdadeiramente no lugar do outro, saímos de nossa zona de conforto, ultrapassamos a indiferença em direção ao próximo. Aquele que busca consolo e alívio nos centros espíritas muitas vezes só
quer desabafar, ser ouvido, ser visto por alguém ao demonstrar sua fragilidade e fraqueza. Simplesmente quer sentir a tranquilidade e segurança emanada de seu interlocutor. Mas será que a primeira impressão realmente é a que fi ca? Sim, neste caso, sim, essa é a verdade. Afi nal, foi uma grande caminhada chegar à casa. Então, temos a responsabilidade de sempre estarmos preparados para atender qualquer pessoa que tenha coragem de vencer a si mesmo e seus medos para adentrar ao centro espírita. Busquemos acolher, consolar e orientar, de forma amorosa. Ao abrirmos as portas para os acolhimentos, estejamos cientes e preparados para a diversidade. Cada ser é único, com necessidades diferentes e todos são importantes. Logo, saber acolher carinhosamente, olhar nos olhos, é exercer a caridade ensinada por Cristo. “Vinde a mim, todas vós que andais em sofrimento e vos achais sobrecarregados, e Eu vos aliviarei, meu julgo é leve meu fardo é suave.” Por um minuto pensemos nestas palavras… sinta quanto amor e amparo elas transmitem! Independente dos momentos de difi culdades que estejamos passando, Jesus sempre está à nossa espera amorosamente. De braços abertos, sem julgamento.
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Este é o convite que Jesus nos faz o tempo todo, ele nos convida e aguarda pacientemente. O jugo leve é a coragem de observarmos e praticarmos as leis divinas trazidas por Jesus. Cada um de nós, chegou à casa espírita à sua maneira, sozinho, levado, acompanhado, guiado. Se estamos até hoje é porque fomos muito bem acolhidos por pessoas amorosas e abnegadas. Além de enxugar nossas lágrimas, preencheram nossos corações com a esperança de que não estávamos sozinhos, que tudo passa e após tantos tropeços e sofrimentos, fi nalmente, adquirimos coragem para darmos os primeiros passos em direção a Jesus. Dizem que as pessoas chegam à casa espírita por amor ou pela dor, mas o meu caso foi bem diferente: foi pelo medo mesmo. O medo das sombras que insistiam em permanecer passando por mim, de um lado para o outro, até terem certeza que eram vistas. Em uma noite, após sentir novamente o friozinho na barriga aumentando, percebi a necessidade de descobrir por que aquilo estava ocorrendo e como sentir medo de algo que nem conhecia? Precisava entender… e com esse pensamento saí em busca de respostas.
Nesta busca cheguei até o centro espírita e assim iniciei minha caminhada. “Os sãos não precisam de médico, mas sim os enfermos”, disse Jesus. A casa espírita é um pronto-socorro de almas. Local de fraternidade, ali chegarão irmãos necessitados. Que possamos enxergar além das aparências, façamos nossa parte da melhor maneira possível para percebermos o que naquele momento irá ajudar aqueles que entram nos centros espíritas. Que não ultrapassemos limites, pois a forma como nos comunicamos irá produzir mudanças. Sejamos cuidadosos, éticos, respeitando os sentimentos e o tempo de quem nos buscou. E procuremos auxiliar conforme as pessoas precisem, respeitemos a sua dor sempre em conexão com Jesus. Estejamos preparados para a tarefa de acolhimento fraterno, que apesar de ela ocorrer em dias e horários específi cos nas casas espíritas, acontece também em nossa vida cotidiana, na convivência no lar, com os amigos, familiares, no trabalho, na fi la de um banco, num hospital, etc. A todo momento temos
oportunidade de servir, o amparo é um trabalho contínuo. Por isso, sempre que alguém lhe perguntar se você tem um minuto, coloque-se à disposição desta pessoa. Você nem imagina o grande esforço que foi para ela pronunciar essas simples palavras, mas que fazem toda a diferença para o assistido. Abra seu coração, respire calmamente, busque se conectar com os amigos espirituais e faça aquilo que você se preparou para fazer: acolher e consolar. Perante nossos atos, lembremos das palavras do Mestre Jesus “Em verdade vos digo, todas as vezes que isso fi zestes a um destes mais pequeninos dos meus irmãos, foi a mim mesmo que o fi zestes”. Jesus está muito mais perto do que podemos imaginar, está sempre próximo a nós. E quanto as sombras em minha vida? Só tenho a agradecer de coração, pois foi graças às sombras que pude encontrar a Luz da Doutrina Espírita! Silvia Maria dos Santos Amâncio Ribeiro é do CE Luz do Caminho/Regional Vale do Paraíba
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Evangelização infantil: novos projetos a todo vapor
A equipe de apoio à Evangelização Infantil da Aliança é composta pelas equipes regionais de coordenação dos grupos. A partir de 2020, com a popularização
das reuniões virtuais, a equipe cresceu e se fortaleceu, contando com colaboradores de boa parte das regionais. Esse crescimento pode ser atestado pelos diversos projetos que estamos vendo se
desenvolvendo desde então. Para isso, a equipe se reúne às quartasfeiras, das 20h30 às 22h. A seguir, apresentamos um breve relato desses projetos
Estudo continuado – Projeto 50 anos de Aliança
Com vistas a melhorar a qualidade do nosso trabalho de evangelizadores da infância, criamos um roteiro de estudo para o livro Curso de Preparação para Evangelizador da Infância, 3ª
edição revisada. Evangelizadores, ativos e inativos, que já fi zeram o curso de preparação, são convidados a formar ou integrar um grupo, presencial ou virtual, para a leitura e discussão. Em
2022 lançamos oito turmas piloto que cumpriram o estudo. A meta é que novos grupos se formem, nas casas, nas regionais, de modo presencial ou virtual. Para saber mais, veja aqui.
Ofi cina para facilitadores dos cursos
Crianças e adultos aprendem da mesma maneira? Em 2023, um pequeno grupo da equipe de apoio revisou o material da primeira edição desta atividade. Foi lançada a ofi cina para facilitadores 2023, aos sábados de março. Reunimos 16 participantes que puseram a “mão na massa”.
Conversamos sobre andragogia, métodos e técnicas de ensinoaprendizagem e planejamento de aula. Estamos certas de que cumprimos o nosso papel, indicado pelas mensagens da espiritualidade, baseado na Parábola do Semeador. Nós semeamos e estimulamos mais pessoas a semearem, com
amor, dedicação, conhecimento e planejamento.
Curso de Preparação para Evangelizador de Infância
Estamos nos organizando para mais um Curso de Preparação para Evangelizador da Infância, de forma virtual, dirigido a todas as regionais da Aliança, inclusive às casas do Exterior. Esperamos que os alunos que estão atualmente no grau de Servidor ou os alunos da Mocidade, a partir do 3º ano, possam se capacitar para esse trabalho. Trabalho que é muito sério, apesar de ter muita música e brincadeiras.
O curso também prepara para o trabalho com a família, auxiliando na formação dos evangelizadores que fi carão responsáveis pela Escola de Pais, que faz parte da Evangelização Infantil. Com início em maio serão sete encontros com duração de 4 horas cada um, baseado no livro Curso de Preparação para Evangelizador da Infância, da editora Aliança, livro que foi recentemente
revisado pela equipe de apoio à Evangelização Infantil.
Curso de Preparação para Evangelizador de Infância
Guardem esta data: 27/08/2023. Neste dia estaremos juntos no 16º Encontro de Evangelizadores Infantis, na cidade de Limeira/SP. Depois de três anos afastados fi sicamente, teremos a oportunidade do abraço presencial, da troca de vivências, de renovar o nosso
olhar, de aperfeiçoar o nosso trabalho, renovando em nós o compromisso de evangelizar. Este momento está sendo preparado com muito carinho e dedicação pela Equipe de Apoio à Evangelização Infantil. E você não vai querer perder essa oportunidade, não é mesmo?
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Aprimoramento da liderança servidora
Através da escuta ativa, notamos a necessidade de oferecer aos coordenadores e dirigentes esclarecimentos e noções de liderança que chamamos aqui de “Liderança Servidora”, com os seguintes objetivos:
• refl etir sobre o papel do líder, • a compreensão do funcionamento do trabalho da Evangelização Infantil, • como desenvolver a tarefa de forma que as pessoas contribuam voluntariamente e com entusiasmo,
• como gerar maior harmonia e desmistifi car que é difícil alcançar o ideal do programa da Aliança. Estamos construindo o conteúdo dos encontros. O piloto tem previsão para novembro de 2023.
Blog
Identifi camos a necessidade de encontrar uma boa ferramenta de comunicação entre os evangelizadores, pais e responsáveis. O blog surgiu para ser a “voz do evangelizador”, alcançando a todos os voluntários,
inclusive os que atuam nos lugares mais longínquos. Desde julho de 2021 publicamos semanalmente textos dentro das seguintes temáticas:
Evangelização e Família – textos voltados para a Escola de Pais
Evangelização Infantil Sem Fronteiras – práticas ou sugestões de aulas com as crianças, que promovam a integração em amplo sentido.
Momento Literário – crônicas, poemas e contos inéditos de autoria dos evangelizadores.
Formação continuada – artigos que elevem a qualidade do trabalho do evangelizador.
Extra! Extra! – notícias de eventos relevantes para a Evangelização Infantil no movimento de Aliança. Os textos publicados são contribuições de evangelizadores e podem ser lidos neste link.
Perspectiva Inclusiva
Durante a transmissão da RGA de 2021, uma pessoa escreveu no
chat sobre a sua visão a respeito da inclusão da pessoa com defi ciência. A partir da escuta desta pessoa empreendemos diversas ações sobre a temática com vistas à conscientização e ao aprofundamento dos conhecimentos. Neste ano iniciamos uma série de lives no canal da Aliança. Promoveremos um curso específi co sobre inclusão com
previsão para 2024. A primeira Live, em 11/02/2023, com o tema “Perspectiva Inclusiva na Evangelização”, contou com a participação de Franciana Castro e Lúcia Moysés, e está disponível neste link. A segunda Live ocorrerá em 21/05/2023 e abordará a defi ciência auditiva. Esta temática terá uma continuação em 04.06.2023. Esperamos por vocês, pois, como diz o lema da Aliança: Confraternizar para melhor servir.
Apoio ao exterior
2021 nos convidou para a ação da Campanha Evangelização Infantil – Tempo de Renovar sem Fronteiras. O projeto de apoio ao exterior surgiu em uma das reuniões entre a Equipe de Apoio e a diretoria da Aliança.
Eduardo Miyashiro, então diretorgeral da Aliança, desafi ou-nos a nos aproximar das evangelizações do exterior, para tomar conhecimento de ações e projetos realizados em outros países e que poderiam auxiliar as evangelizações nacionais,
mas também para auxiliar na implantação da evangelização, com cursos de formação de evangelizadores, aprimoramento etc. Atualmente, o grupo tem empenhado esforços para levar o ideal da Aliança além das fronteiras.
O Trevo
Em 01/04/2023 nos reunimos com a equipe editorial de O Trevo, a fi m de estabelecermos uma parceria. Recebemos várias
sugestões de temas e formatos possíveis de serem transformados em publicações. Teremos agora espaço para divulgarmos nossos
projetos e também publicarmos artigos relacionados ao trabalho voltado às crianças e suas famílias. Não deixe de ler!
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Maio, um mês para estar presente
Crédito: Amy Shamblen/Unsplash
Quantas coisas importantes para as nossas vidas aconteceram em maio e normalmente não lembramos. Pode ser que nesse momento começamos a tentar puxar da memória eventos, notícias que marcaram a nossa sociedade, aquele episódio na nossa vida que aconteceu na infância, ou algo que aconteceu na vida de alguém. Tentamos lembrar do aniversário de algum parente ou amigo querido, ou até o retorno de alguém para o plano espiritual. Como é importante recordar dos acontecimentos que nos marcaram, mas sobretudo os de cunho espiritual. Em maio, comemoramos a criação da Escola de Aprendizes do Evangelho, com a aula inaugural da primeira turma em 06/05/1950, e a criação da Fraternidade dos Discípulos de Jesus (FDJ), em 29/05/1952. Foram dois marcos espirituais nos quais Edgard Armond, obedecendo às orientações espirituais, organizou primeiro na escola
um processo de iniciação espírita para acelerar a evangelização e, depois, na FDJ, um local para agregar a todos que vivem esse processo. O que seria de nós sem a Escola de Aprendizes do Evangelho e a Fraternidade dos Discípulos de Jesus? Onde estaríamos caminhando? Como estaríamos conosco mesmo? Muitas vezes escutamos histórias magníficas sobre iniciações espirituais no Oriente, sobre como as pessoas se dedicaram, se modificaram, se iluminaram. Ao olharmos atentamente à nossa Escola e à nossa vivência nela, percebemos que ela é a oportunidade que estávamos buscando nesta vida, porém perto de nós, é essa vivência espiritual que nos transforma e nos torna seres humanos melhores.
Desafios do mundo atual têm nos chamado para servir constantemente e a oportunidade de servir existe em todo lugar.
Como sabemos, a iniciação é um processo que exige um grande esforço nosso. Encontramos no livro Ave Luz, no texto “Dois ou Mais”, a seguinte passagem dita por Jesus a João: “Vós todos podeis fazer o que eu faço dependendo de alcançar a minha morada e pagar o preço que eu cedi pela força do despertar espiritual”. E temos realizado esse pagamento nos esforços que fazemos para vivê-la todos os dias de nossas vidas.
Desafios do mundo atual tem nos chamado para servir constantemente e a oportunidade de servir existe em todo lugar. Com a ampliação das possibilidades através das atividades virtuais, podemos ir a todos os cantos plantar as sementes desse processo e do evangelho de Jesus. A FDJ é o nosso cobertor acolhedor que nos aquece, nos apoia, nos encoraja não importando onde estivermos. Temos um caminho ainda a percorrer para compreender com mais profundidade o que a FDJ significa em nossa vida, porém ela passa pela nossa vontade em estarmos juntos trabalhando pelo Cristo, nos compreendendo e apoiando apesar de desacordos que surgem. Como diz um companheiro: quando temos um desentendimento, vamos trabalhar para ocupar a mente e colocar energia na construção do bem. De fato, o mês de maio é um mês para estar presente em nossas consciências. É hora de renovar a lembrança do compromisso com Jesus, com o trabalho e conosco mesmo, e seguir firmes na estrada da evolução que nos é oferecida e que aceitamos no momento que participamos da aula inaugural da Escola de Aprendizes do Evangelho e ingressamos em uma fraternidade, a Fraternidade dos Discípulos de Jesus.
. Denis Orth é da Equipe de Apoio EAE-FDJ
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Aconteceu
Inauguração do centro espírita A Caminho da Luz de Edmonton, no Canadá
A vida é feita de desafi os e novos caminhos a seguir todos os dias, e não foi diferente com todos nós que um dia decidimos sair do Brasil em busca de um novo caminho aqui no Canadá. Entre todos esses desafi os existe também a saudade de nossos grupos religiosos no Brasil. Foi assim que com a ajuda da espiritualidade maior – que com certeza já sabia o que viria pela frente – nos encontramos nesta terra gelada. O trabalho de preparação e formação para que esta inauguração ocorresse teve início no ano de 2015 com a abertura da primeira Escola de Aprendizes do Evangelho no Canadá. Com a conclusão da primeira turma e o trabalho tendo prosperado, em 2019 foi aberta a segunda turma. Infelizmente, com a doença que assolou o planeta, as reuniões que eram feitas de forma presencial se tornaram virtuais, atrasando um pouco a abertura da nossa tão sonhada casa. Mas como sabemos, o momento perfeito pode nunca chegar quando hesitamos, então nos
fortalecemos nas adversidades já esperadas e nos colocamos à disposição desse trabalho tão importante. Foi assim que, com a vida retornando a sua nova normalidade, não havia mais motivos para a espera. Com toda confi ança na espiritualidade e no trabalho até aqui realizado, tínhamos em mente que o centro espírita A Caminho da Luz já existia no plano espiritual, então dependia apenas de seus trabalhadores para que ele pudesse se manifestar também no plano material. Através do apoio da Aliança Espírita Evangélica, do trabalho, do amor e da disciplina de cada trabalhador, no carinho para com os pequenos detalhes da arrumação do ambiente, na preocupação para que tudo pudesse ser traduzido em acolhimento para os assistidos e o mais importante, na confi ança da espiritualidade presente, a inauguração ocorreu no dia 6 de Abril de 2023. Uma noite muito especial, muito emocionante e, após 8 anos, o trabalho gera seu fruto. Em todo esse período,
alguns se afastaram, outros chegaram, alguns desanimaram, mas outros se fortaleceram e continuaram. Com certeza, todos deixaram seus “tijolinhos” para que esse ponto de luz pudesse se formar neste grupo pequeno e cheio de amor. Nossa eterna gratidão a todos que estiveram conosco nessa caminhada. O ACL Spiritist Society of Edmonton agradece a Aliança por ter pavimentado a estrada que percorremos para a realização deste sonho, por todo carinho, atenção e ajuda que nos foram dispensados. A todos os dirigentes de cursos que estiveram conosco ao longo dessa jornada e que continuam nos apoiando, orientando e vibrando por nós. Finalmente, gostaríamos de deixar aqui o convite não só para os moradores de Edmonton e região, mas também para quem estiver visitando a cidade: que venham nos prestigiar com suas presenças. (Izabela Bonani é uma das dirigentes das duas primeiras turmas de EAE do A Caminho da Luz, de Edmonton)
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2 anos do Falando ao Coração 365
No dia 1º de maio, celebramos dois anos do Falando ao Coração online. Foram 731 dias e 731 exercícios; 5154 inscrições e 1752 diferentes participantes, média de 3 participações por dia. Tudo isso só aconteceu graças ao empenho e dedicação de 97 diferentes facilitadores.
Agradecemos muito a todos os participantes, que são a razão desta atividade da FDJ. Agradecemos aos facilitadores por possibilitarem estes maravilhosos e transformadores exercícios de auto e mútuo encontro e expansão de vida e consciência. Agradecemos à franca e extensa
cobertura de nossos mentores e instrutores espirituais e o apoio de nossa querida Aliança. Parabéns e continuidade ao projeto, pois nossas necessidades íntimas de aprimoramento e felicitação são enormes. Esse é o link para participar. (FDJ-Equipe Falando ao Coração)
Encerramento do Curso de Formação de Dirigentes de Pré-Mocidade
No último dia 7 de maio, realizamos o último encontro do Curso de Formação de Dirigentes de Pré-Mocidade. Antes do encontro presencial, fi zemos 5 reuniões online desde março, aos domingos, onde aprendemos e conhecemos um pouco mais sobre os nossos jovens e sobre o programa em 10 módulos. O nosso último encontro foi feito presencial em várias
regionais da Aliança, sendo possível assim colocarmos algumas coisas em prática, revisar temas e trocar vivências de dirigentes nos desafi os diários. Tivemos também um encontro que se manteve no virtual para atender nossos companheiros de longe, como da Argentina e do Extremo Sul. Foi uma formação, mais uma vez, enriquecedora, onde contamos com 110
inscritos que concluíram a formação e agora poderão abrir ou dirigir turma em suas casas, acolhendo nossos amados jovens. Foi uma excelente oportunidade também para fortalecer nosso movimento e confraternizar, como é o nosso lema, visando um melhor servir. Que venham mais. (Equipe de Apoio de Dirigentes de Pré- Mocidade)
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“Nos caminhos da espiritualização o progresso se mede em milímetros”.
Mesmo sabendo que há muito trabalho a ser feito, não me cobro, pois tento olhar para mim com mais amor e paciência, tendo em mente que o progresso é medido em milímetros.
Patrícia M. Bueno Rosário – 52ª turma Centro Espírita Redentor Santo André/SP – Regional ABC
“Como entendo a Fraternidade dos Discípulos de Jesus?”.
Entendo como um compromisso em minha vida, onde uma porta se abre para que eu possa ter a luz para administrar os compromissos e desafi os deste mundo de muitas provas.
Edson Bandini – 13ª turma Geael – Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de Limeira Limeira/SP – Regional Campinas
“O homem retarda, porém a lei o impulsiona”.
Há anos procuro me encontrar espiritualmente pulando de igreja em igreja. Porém, uma amiga me trouxe para esta Casa Espírita. Tenho fé na Lei Divina e sou imensamente grata por estar aqui.
Magali Lucia Augusto Silveira – 6ªturma Casa Espírita Caminho da Luz Balneário Camboriú/ SC – Regional São Paulo Centro
“Nos caminhos das realizações espirituais não há quedas defi nitivas”.
Acredito que para minha evolução espiritual preciso aprender o desprendimento das coisas materiais. Ao participar dos trabalhos espirituais aprendi e cresci muito e assim dividir conhecimentos.
Cíntia Gabriele Credendio – 54ª turma Centro Espírita Redentor Santo André/SP – Regional ABC
“Toda virtude que se conquista é uma porta nova que se abre para um mundo melhor”.
Desde o início da EAE estou refl etindo e passando a entender que sou feito de virtudes e defeitos, assim como todos. Este é o propósito de nossas vidas para caminhar em busca da evolução.
Bruno Cesar da Cunha – 25ª turma Casa Espírita Luz Do Caminho Campinas/SP – Regional Campinas
“O arrependimento é o primeiro passo para o pagamento de nossas dívidas”.
Me perguntaram uma vez se não me arrependia de algo que fi z e respondi não. Depois de cinco anos de aprendizado na EAE nasci novamente para o Cristo e sinto uma paz porque me perdoei.
Daniela Carnieri Oliveira Campinas/SP Projeto Paulo de Tarso
“O sofrimento é um recurso do próprio Espírito para evoluir”.
Deus é justo e se sofremos é para evoluir espiritualmente, limpar as sombras e pecados de outras vidas. É preciso reconhecer e agradecer pelo sofrimento, porém ainda sofrido e difícil.
Carita de Oliveira D. Ficher – 51ª turma Casa de Timóteo – Evangelização E Cultura Espírita São Bernardo Do Campo/SP – Regional ABC
“Aliança é um estado de espírito. Estamos à altura dele?”
Hoje estou mais próxima do meu espírito. Sempre acreditei que meu corpo tinha algo em seu interior. Na Doutrina Espírita sinto uma sintonia maravilhosa com a espiritualidade.
Edvaneide Pereira de Souza – 68ª turma Centro Espírita Mansão da Esperança – Ceme São Paulo/SP – Regional SP Oeste
“Para as conquistas de ordem espiritual é bom que não haja nem entusiasmo nem desânimos”.
Reforma Íntima para mim é um desafio diário de atenção e persistência. A minha é cheia de altos e baixos, porém, entendo que não devo entusiasmar nem desanimar, mas confi ar no Alto.
Aldine Vila – 3ª turma Centro Espírita Missionários da Luz Santo André/ SP – Regional ABC
Dirigente de EAE, envie-nos, digitado e para o e-mail [email protected], o melhor trecho de algum tema escrito por seus alunos, informando sempre tema, nome completo do aluno, turma, nome da casa e regional.
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O TREVO
Fraternidade dos Discípulos de Jesus Difusão do Espiritismo Religioso
Julho/Agosto de 2023 – Ano L • Aliança Espírita Evangélica – Órgão de Divulgação da Fraternidade dos Discípulos de Jesus – Difusão do Espiritismo Religioso • Diretor-geral da Aliança: Luiz Carlos Amaro • Jornalista responsável: Barbara Blás e Marina Gazzoni • Projeto Gráfi co – Editoração: Equipe Editorial Aliança • Conselho editorial: César Augusto Milani Castro, Cida Vasconcelos, Denis Orth, Eduardo Miyashiro, Elizabeth Bastos, Fernanda N. Saraiva, Julio Cesar Silva Gama, Maria José Ribeiro, Mauro Iwanow Cianciarullo, Rejane Petrokas e Renata Pires. • Colaboraram nesta edição: Dagmar Theodoro Cruz, Izabela Bonani, Marcelo de Andrade, Maria Filomena C. Lopes, Milton Antunes Martins, Miriam Gomes, Sandra Felipe Penteado Bartolomeu, Silvia Maria dos Santos Amâncio Ribeiro e Ulisses Nascimento • Capa: iStock • Redação: Rua Humaitá, 569 – Bela Vista – São Paulo/SP – CEP: 01321-010 – Telefone (11) 3105-5894 • Informações para Curso Básico de Espiritismo e Projeto Paulo de Tarso: 3105-5894 (WhatsApp) • CVV 188.
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Apresentando a edição
A migração de povos faz parte da História humana desde o início da civilização. Na Idade da Pedra, os homens migravam para sobreviver, em busca de alimentos e melhores condições climáticas. Na História recente, as migrações continuam: muitos partiram para novas terras em busca de oportunidades profi ssionais, novas experiências e até mesmo fugindo de guerras e perseguições políticas e religiosas. E, junto com as pessoas, migram as ideias. Muitos brasileiros partiram rumo ao exterior e levaram o Espiritismo para novas nações. Lá fora, a nossa religião é menos conhecida. Afi nal, o Brasil é o Coração do Mundo, a Pátria do Evangelho. Cabe, portanto, a nós, brasileiros, a missão de “exportar” a luz do Espiritismo. A edição de Julho-Agosto de 2023 de O Trevo tem como tema central o desafi o de levar o Espiritismo para novas nações. As reportagens de Capa foram elaboradas em parceria com a Equipe de Apoio ao Exterior da Aliança.
O primeiro texto aborda a importância de o movimento espírita no Brasil desenvolver esforços para a exportação do Evangelho. Na sequência, O Trevo traz uma refl exão sobre a importância das traduções de livros espíritas e a necessidade de mudanças internas nos Discípulo de Jesus. Reunimos ainda 25 curiosidades sobre as atividades da Aliança no exterior. A maioria das informações foram retiradas de edições antigas de O Trevo. Trazemos também uma sequência de relatos da
criação de grupos espíritas em Cuba, na República Dominicana e no Canadá, e fechamos com uma refl exão de como podemos nos organizar para ampliar a expansão internacional do Espiritismo. Olhando também para aqueles que vieram de longe para o Brasil, publicamos uma entrevista com Nobuko
Miyashiro, que conta a experiência de uma família de imigrantes japoneses que conheceu o Espiritismo no Brasil. Além disso, O Trevo traz uma resenha do livro Cosmos, de Carl Sagan, um visionário que popularizou a astronomia e a astrofísica no mundo. Fizemos
um paralelo entre conceitos laicos científi cos de evolução do planeta com o espiritismo. Vale muito a leitura! Esta edição contém ainda um alerta aos pais sobre o excesso de uso de celular e a necessidade de dar atenção às crianças e um esclarecimento sobre os critérios mínimos para um voluntário ser dirigente de uma Escola de Aprendizes do Evangelho. E, por fi m, uma novidade: a partir desta edição abrimos espaço para a publicação de charges e poesias em O Trevo. Boa leitura! Equipe O Trevo
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A vida é mudança!
Oano de 1962 mal começava e eu cheguei neste planeta, mudei para o mundo físico. Uma alegria enorme na chegada e desafios gigantes a vencer, um deles era as muitas mudanças que minha família fez nas primeiras décadas dessa minha vida. Nasci em uma fazenda a oeste do Paraná, e já no meu primeiro ano de vida migramos compulsoriamente para o norte desse mesmo estado. Passados dois ou três anos lá, e novamente fomos forçados a mudar para outras regiões do estado. A minha vinda para o estado de São Paulo foi a minha última mudança de região. Aprendi que a vida é mudança e que
não devemos temer pois sempre teremos aprendizado. Minha busca atual é saber de onde vim e, mais importante, o que de mais importante eu devo fazer. Não tem sido fácil compreender que essa é minha grande missão e fazer essa longa viagem para o interior de minha consciência. Tenho viajado por mundos internos. Já vivi num mundo competitivo, em outro de ameaças, em um mundo de combates, em outro mundo de mentiras e no mundo de ilusões. Fui para o mundo da culpa, e para o mundo da desculpa, e estou chegando ao mundo da compreensão. Espero que nele eu fique um bom tempo, pois me parece um mundo bastante
equilibrado. Para viver no mundo de compreensão é preciso ter uma visão de mundo abrangente, saber que todos são migrantes como eu, buscando um espaço, ou vivendo em um mundo interno condizente com seu momento. A vida é mudança, caro leitor. É possível que, ao final deste texto, você já não se encontre no mesmo mundo que começou. Porém, é importante lembrar que estará no comando de sua vida o tempo todo, escolhendo os melhores caminhos e vivendo cada aprendizado, os mundos são estágios, as escolhas são nossas.
Luiz Amaro é diretorgeral da Aliança
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Brasil, é hora de exportar sua luz
OBrasil tem se destacado na exportação de produtos que dão à nossa nação grande importância no cenário mundial. Bilhões e bilhões de dólares são exportados em soja, minério de ferro, óleo bruto de petróleo e proteína animal. Não há dúvida de que a espiritualidade se alegra e colabora com a evolução industrial e comercial de nossa nação. Mas, certamente, os bons espíritos estão mais interessados em espalhar pelo mundo outro “produto” abundante em solo brasileiro: as luzes do evangelho. Emmanuel deixa claro no prefácio do livro Brasil, Coração do mundo, Pátria do evangelho a missão do nosso país: “O Brasil não está destinado a suprir as necessidades materiais dos povos mais pobres do planeta, mas também a facultar ao mundo inteiro uma expressão consoladora de crença e fé raciocinada e a ser o maior celeiro de claridades espirituais do orbe inteiro”. O livro, ditado pelo espírito Humberto de Campos a Chico Xavier, explica por que o Brasil foi escolhido para tal missão e relata o trabalho da espiritualidade para permitir que o Espiritismo encontrasse terreno fértil para se desenvolver no nosso país. Os fenômenos espíritas iniciaram na América do Norte, ganharam o interesse do Velho Mundo e, seguindo orientação de Cristo, o governador espiritual do planeta, chegaram ao Brasil. A árvore do evangelho foi transplantada para o solo brasileiro. Grandes líderes
dela cuidaram, mudas foram plantadas e espalhadas pela nossa nação, deram maravilhosos frutos que foram colhidos e distribuídos. Sementes foram preparadas em nossos celeiros. Mas não basta espalhar nossas sementes apenas em solo brasileiro. Assim como o conhecimento tecnológico deve se globalizar e levar o progresso a diferentes nações, o mesmo deve acontecer com o conhecimento espiritual.
Nunca foi tão oportuno entendermos que a exportação de luz não é uma simples e corriqueira tarefa que cabe a alguns discípulos devotados ou mesmo a uma equipe de abnegados. É um trabalho confiado a toda rede da Aliança
Nossos irmãos estrangeiros também necessitam ter acesso à Doutrina Espírita e aos programas da Aliança Espírita Evangélica. A Terra deverá passar em breve por uma transição planetária, rumo a um mundo de Regeneração. Não é um processo isolado, limitado ao solo brasileiro. O efeito é global, atingindo também aqueles que nunca ouviram falar do assunto. Portanto, precisamos exportar as luzes do evangelho para todos os cantos do planeta, lembrando que amanhã nossas necessidades reencarnatórias podem nos levar a outras regiões, onde poderemos colher o que hoje estamos semeando. Como levar o Espiritismo a outras terras?
A própria experiência do mundo material em abrir fronteiras mostra alguns caminhos. Para ampliar nossos negócios, o país envia verdadeiras caravanas com representantes dos mais diversos segmentos industriais e comerciais. Escritórios e agências comerciais são abertos e contam com o total interesse e apoio do governo e da iniciativa privada. Será que estamos agindo na mesma proporção quanto às caravanas de discípulos e aberturas de centros espíritas para que a luz da doutrina dos espíritos, estrategicamente instalada em terras brasileiras, seja exportada a todas as nações? Penso que a Aliança Espírita Evangélica através da Equipe de Apoio ao Exterior, com suas caravanas e por meio do trabalho dos Médiuns sem Fronteira (grupo que dá apoio mediúnico às casas espíritas no exterior) tem uma grande tarefa a ser cumprida. E estamos apenas no início, pois há muito trabalho ainda a realizar. Nunca foi tão oportuno entendermos que a exportação de luz não é uma simples e corriqueira tarefa que cabe a alguns discípulos devotados ou mesmo a uma equipe de abnegados. É um trabalho confiado a toda a Aliança, que tem muito clara sua missão. Chegou a hora de “fazer juntos o que sozinho é impossível ou, pelo menos, muito difícil”.
Milton Antunes Martins é voluntário da Equipe de Apoio ao Exterior e da Casa Espírita Aurora dos Aprendizes da Regional Oeste – SP.
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O Discípulo de Jesus é um eterno migrante?
E ntendemos por migração o deslocamento de pessoas dentro de espaços geográficos. Como nosso foco é a evangelização do ser pela reforma íntima, vamos refletir também neste texto sobre as micro migrações que cada um faz dentro de si mesmo. Os motivos para migrar são os mais diversos. As pessoas se movem por razões econômicas, culturais, religiosas, políticas, entre outras. Normalmente estas migrações ocorrem porque o ser busca alguma forma de melhorar sua vida. O espaço onde se encontra não permite mais a normalidade de sua existência. Ou sua própria condição não mais o satisfaz. Urge migrar! Nas primeiras aulas da Escola de Aprendizes do Evangelho (EAE) e no livro Os Exilados da Capela, temos notícias de migrações planetárias e da movimentação das massas sobreviventes dos grandes afundamentos. Nessas situações, o ser foi levado a migrar não só de espaços físicos como também e principalmente sair de dentro de si. Sua forma anterior
resultados e a mudança era necessária. Eis o grande desafio: migrar e mudar. Observamos ao longo da História várias migrações. Muitas por uma espécie de êxodo rural, onde se busca melhores condições em uma grande cidade. O contrário também ocorre, quando há a busca pela tranquilidade do interior.
Para a necessária reformulação dos nossos hábitos, temos que sair de dentro de nós
Temos as migrações diárias, que pessoas se deslocam para trabalhar e voltam no final do dia. E, finalmente, podemos falar daquelas que são causadas por catástrofes ou calamidades, onde o ser se vê levado a deixar toda sua vida para trás e buscar, mesmo que sem querer, o novo. Enfim, percebemos que esse movimento de migração, de busca do novo e de algo melhor contribui para a evolução da humanidade. Ao passo que a acomodação deixa o indivíduo estacionado.
Devemos ser eternos migrantes para evoluir? Sim, este é o grande desafio. O Discípulo de Jesus para mudar o mundo precisa MIGRAR. E isso pode acontecer no seu deslocamento do dia a dia ou mesmo em uma mudança de país. Ao se tornar um IMIGRANTE, ele busca acolhimento em uma nova terra onde contribuirá com as luzes que adquiriu em função da Escola. Ele também se tornará um EMIGRANTE, porque saiu de sua terra natal e levará as sementes do amor de Jesus para semear onde estiver. E nas migrações pendulares, onde alguém sai de manhã e volta ao final do dia, deverá se tornar um caravaneiro do bem, pois em um mesmo dia se encontrará com os mais diferentes tipos de pessoas e as diversas situações onde o serviço em nome de Jesus se torna cada vez mais claro. Ouvimos muito e até repetimos em nossas aulas, palestras e comentários evangélicos que a SEARA DE JESUS É O MUNDO.
Como ter convicção e fazer esta pregação se não ousamos sair de dentro de nós? Para a necessária reformulação dos nossos hábitos, temos que sair de dentro de nós. E, muitas vezes, isso significa ir ao encontro da dor, participando de caravanas de evangelização e auxílio àqueles que, por qualquer razão, não vêm ao centro espírita. Como seremos um Discípulo de Jesus se não formos solidários, caridosos e amorosos e, principalmente, se não ousarmos MIGRAR para fora da estufa psíquica do comodismo? Milton Antunes Martins é voluntário da Equipe de Apoio ao Exterior e da Casa Espírita Aurora dos Aprendizes da Regional Oeste – SP.
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Migração de ideias: da oralidade à escrita
Os maiores líderes e mestres da humanidade não deixaram nada por escrito. Sócrates, Buda, e principalmente, Jesus marcaram sua vida pelo planeta pelo exemplo e pelas palavras que disseram. Foi assim que impressionaram de forma indelével seus seguidores e discípulos. Estes, visivelmente impressionados pela qualidade dos exemplos e pela profundidade e amplitude dos ensinos, teceram um verdadeiro “tapete de ecos” que permitiram que estes ensinos fossem também gravados no espírito de uma plateia ávida e carente. A oralidade venceu o tempo e as distâncias. Pautada pela criatividade, emoção, capacidade mnemônica e potencial para representação, suas lições foram levadas a todos os cantos do globo. Seja ao redor das fogueiras, em palcos improvisados, ambientes bucólicos ou hostis, nas praças públicas, diante do trono de um poderoso monarca ou imperador, nos templos religiosos, em cenários pagãos e até mesmo embalados pelas libações alcoólicas nas tabernas, os mitos e as verdades ganhavam cores de sobrenatural ou de possibilidades transformadoras. Livros são vetores de conhecimento Os tempos avançaram, mudaram seu entorno e as pessoas. A escrita é inventada e traz novas possibilidades de levar a palavra além da oralidade. Ganhamos alcance por meio de registros históricos que superam as limitações da memória. A escrita permitiu ao ser humano registrar fatos em livros e repassar esse conhecimento a futuras gerações, atuando como importante vetor do conhecimento. Os livros, portanto, têm vital importância no desenvolvimento das sociedades e do crescimento intelectual dos seres humanos. Os livros têm até hoje papel fundamental na propagação do Espiritismo. Os fenômenos espíritas espantaram o mundo a partir do século XIX. Das irmãs Fox, às mesas girantes e dos “raps” às mensagens psicografadas, estes fenômenos de simples entretenimento e curiosidades ficaram para sempre estampados nas maravilhosas obras básicas que
pela codificação de Kardec vêm revivendo o Cristianismo. Se não fosse a escrita, as lembranças do mestre Jesus falando aos seus discípulos às margens do mar da Galileia teriam se apagado com o tempo. Os fenômenos espíritas não teriam passado de diversão. Não fosse o livro, a magistral colaboração de Chico Xavier não seria levado a efeito, e suas ações talvez ficassem circunscritas às lembranças de poucos que o conheceram em Pedro Leopoldo.
O Espiritismo avança para terras estrangeiras e a primeira solicitação que recebemos dos abnegados brasileiros que lá se instalam é a de remessa de livros.
“O livro foi e continua sendo a forma mais clara e objetiva para disseminar as ideias espíritas”. A frase do livro Espiritismo: primeiros passos (editora Aliança), usado como material didático do Curso Básico de Espiritismo, deixa clara a importância dos livros na disseminação do Espiritismo. As ideias de Kardec chegaram primeiro nas sociedades intelectuais do Brasil do século XIX, especialmente entre aqueles poucos que dominavam o idioma francês. A tradução das obras de Kardec e o lançamento de revistas espíritas foi o passo seguinte. A primeira edição do Livro dos Espíritos traduzida para o português foi publicada em 1875. Ainda assim, esse conhecimento se limitava aos poucos que sabiam ler na sociedade brasileira da época, formada majoritariamente por analfabetos. Mas, nos anos seguintes, a educação básica
avançou na sociedade e o analfabetismo diminuiu. Com isso, houve uma popularização dos livros de todos os tipos, inclusive, os espíritas. No século XX, o Brasil passou a ser protagonista no movimento literário espírita, com destaque para a extensa obra deixada por Chico Xavier. Só o médium mineiro psicografou mais de 450 livros. Somando seu trabalho a de outros colaboradores, a literatura espírita ganhou milhares de livros, todos publicados originalmente em português. Agora o Espiritismo avança para terras estrangeiras e a primeira solicitação que recebemos dos abnegados brasileiros que lá se instalam é a de remessa de livros. São muitas as solicitações para a tradução de obras e são poucos os companheiros que colaboram neste importante setor. O espírita deve vivenciar o Espiritismo de onde estiver. Especialmente para aqueles que estão distantes de um centro espírita, o livro é um recurso valioso para continuar a enobrecer a alma. O Mestre pediu que pregássemos em seu nome, curássemos os cegos e surdos da alma e expulsássemos os demônios da ignorância e isto não se faz somente com oralidade. O livro muitas vezes chega primeiro do que nossa fala. Especialmente agora com versões digitais, o livro anda mais depressa, atinge um número maior de pessoas, está em todo lugar e é sempre bem-vindo. Lembremos as palavras do Mestre pouco antes de sua ascensão: “Sereis minhas testemunhas em todos os cantos da Terra” e até que cumpramos esta importante sentença, o livro pode nos antecipar. As palavras de luz escritas por nossos precursores podem chegar primeiro e, até mesmo, nos substituir e representar, até que nos tornemos OS ARAUTOS DO SENHOR. E, como “bardos” atuais e “aedos” modernos, possamos pregar “as maravilhas do Reino de Deus” em todos os cantos do planeta. Milton Antunes Martins é voluntário da Equipe de Apoio ao Exterior e da Casa Espírita Aurora dos Aprendizes da Regional Oeste – SP
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25 curiosidades sobre as atividades da Aliança no exterior
As iniciativas da Aliança no exterior envolvem não apenas o trabalho de nossos irmãos desbravadores em novos países, mas também a dedicação de um grupo de
espiritual. Trata-se de um trabalho complexo, que exige organização e diversos desafi os. Para trazer um pouco mais de detalhamento, selecionamos 25
curiosidades sobre as atividades da nossa rede no exterior, a partir de relatos das reportagens publicadas em O Trevo e de colaboradores que compartilharam sua experiência.
Você sabia que…
1– A Aliança promove diversas Caravanas Globais para apresentar no exterior sua estrutura de rede e seus programas de espiritualização, como a Escola de Aprendizes do Evangelho, a Mocidade Espírita e a Evangelização Infantil. 2– Uma das primeiras visitas de apoio ao exterior foi em 1994, para a cidade de Loberia, na Argentina. O grupo Edgard Armond de Santo André (SP) foi sorteado para ir à Loberia apoiar o grupo Amália Domingo Soler, um dos primeiros a oferecer a Escola de Aprendizes do Evangelho. 3– As duas primeiras casas no exterior a se tornarem Grupos Integrados da Aliança foram em Loberia e Mar del Plata, na Argentina. 4– Assim como no Brasil, na Argentina a caridade também teve papel relevante na divulgação do Espiritismo. Em Mar del Plata, foi estruturado um trabalho de assistência social para dar complementação alimentar a crianças de um bairro carente, além de evangelização infantil. A iniciativa saiu na mídia local e também virou referência para outros companheiros espíritas argentinos em outras cidades. 5– A maioria dos frequentadores dos centros espíritas no exterior é formada por brasileiros expatriados. Além de buscar um local de estudo e trabalho para si, eles também têm a missão de apresentar o Espiritismo para estrangeiros. 6– Um dos principais pedidos dos grupos no exterior é a tradução de livros espíritas. Atualmente, a editora Aliança tem 51 livros traduzidos para o espanhol, 6 para o inglês, 5 para o alemão e 2 para o francês. 7– As Escolas a Distância foram essenciais para o surgimento de grupos em países como Alemanha, Bélgica, Cuba e Estados Unidos. 8 – As Escolas de Aprendizes do Evangelho a Distância (EAED) surgiram na década de 80, atendendo primeiramente brasileiros que não poderiam frequentar uma escola presencial. 9– Em 1988, surgiu a primeira iniciativa na região Centro-Oeste de uma escola que não tinha uma equipe dirigente presencial. Os
dirigentes se deslocavam uma vez por mês para as cidades de São José do Rio Claro e Campo Novo do Parecis (MT). 10– Tal iniciativa abriu espaço para a realização das EAEDs no exterior. Uma das maiores experiências da Aliança com turmas da escola a distância ocorreu em Cuba, conduzida pelas Caravanas. 11– A primeira Caravana a Cuba ocorreu em janeiro de 2009, com palestras em 10 cidades. Três meses depois, houve outra para implementar o Curso Básico de Espiritismo. Depois disso, ocorreram diversas caravanas para Cuba nos anos seguintes para auxiliar a implementação de grupos de estudo e trabalhos. 12 – Em 2011, havia 50 grupos conduzindo o programa de EAE em Cuba com 455 alunos e dois grupos de Pré-Mocidade com 22 alunos. 13 – Uma das frentes de trabalho da Aliança de apoio ao exterior é o Médiuns Sem Fronteiras. Entre as atividades estão vibrações por grupos de trabalho no exterior, pelas caravanas e por países em guerra. Há também apoio mediúnico a casas espíritas no exterior, tais como: verifi cações para assistidos de casas que têm assistência espiritual, mas não tem grupo mediúnico e exames espirituais dos alunos das escolas. 14 – O trabalho dos Médiuns Sem Fronteiras se iniciou em setembro de 1999 no CEAE Vila Manchester, para a sustentação da abertura da Escola de Aprendizes do Evangelho a Distância (EAED) no exterior. 15 – Esse mesmo grupo apoiou a criação da primeira EAED em Tóquio, em 2000. 16 – Atualmente, são direcionadas vibrações de apoio a 54 grupos de estudo ou casas espíritas no exterior, em todos os continentes. 17 – O grupo de trabalho de Apoio ao Exterior da Aliança foi criado na Reunião Geral da Aliança (RGA) de 2001. 18 – O primeiro centro espírita da Aliança na Europa foi criado em Bruxelas, na Bélgica, em 1996. Iniciativa de expatriados brasileiros,
recebeu inicialmente a comunidade brasileira e portuguesa. Em meados dos anos 2000, decidiram acelerar a migração dos trabalhos para o idioma francês para atrair mais frequentadores belgas. 19 – Uma das difi culdades dos espíritas no exterior é o desconhecimento da doutrina, mesmo na Europa, terra onde Allan Kardec publicou as obras básicas. Para explicar a questão, separamos um trecho do artigo de Chico Bosco, na época residente em Bruxelas, publicado em O Trevo de julho de 1998: “Kardec pode ser considerado aqui como um ilustre desconhecido; e o Espiritismo uma seita exótica, apócrifa, com a qual se pode, de tempos em tempos, se divertir em sessões de clarividência e adivinhações. Esse quadro é o mesmo de há cem anos na França de Kardec.” 20 – A criação dos centros espíritas na Austrália teve apoio da Regional Vale do Paraíba. 21 – No dia 10 de outubro de 2004 foi realizado o primeiro ingresso de discípulos da Fraternidade dos Discípulos de Jesus na Europa – na cidade de Frankfurt, na Alemanha. Dos 19 alunos da turma, 9 fi zeram o exame espiritual naquele dia e foram aprovados. São alunos da primeira turma de EAE do grupo Freundeskreis Allan Kardec Frankfurt. A foto saiu na capa de O Trevo. 22 – Os 9 ingressantes eram brasileiros, mas a cerimônia tinha a presença de alemães. Foi necessário “improvisar” uma tradução simultânea. 23 – As iniciativas da Aliança de apoio aos grupos no exterior já estiveram na capa de O Trevo em 11 edições antes desta. 24 – O site da Aliança tem uma ferramenta para a seleção do idioma do site. Com isso, é possível traduzir automaticamente todo o conteúdo publicado para 133 línguas. 25 – A equipe do site escolhe toda edição uma matéria de O Trevo para publicação. Assim, é possível ler também este texto em qualquer idioma.
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Talita, a tartaruguinha, e outras memórias da 35ª Caravana a Cuba
Participei da 35ª Caravana a Cuba, de 31/05 a 19/06/2017. Foi uma experiência maravilhosa! Sandra Pizarro e eu facilitamos o Curso de Preparação para Evangelizador da Infância. Foram três cursos intensivos em três localidades, durante três fi nais de semana. Diversas pessoas participaram com o intuito de montar e oferecer o curso, posteriormente. Já se vão seis anos e ainda me lembro com muita emoção. Pessoas comprometidas, interessadas, que não mediam esforços para participar. Diversas limitações, todas superadas com muita criatividade. No fi m, não havia limites. Numa das aulas do curso, os participantes, em grupo, planejaram e apresentaram uma aula para os vários ciclos e também para a Escola de Pais. Que satisfação ver tudo o que trabalhamos sendo aplicado! Quantas risadas! Em Camagüey um dos grupos elaborou a aula JA36,
Talita, a tartaruguinha, cujo tema é gostar de si mesmo. Fizeram um pequeno teatro para contar a história. Fábio, um senhor de mais de 80 anos, fez o papel da tartaruga. Com uma mochila nas costas, simbolizando o casco, dobrado sobre si, caminhava lentamente enquanto as demais participantes faziam a narração. Esbanjava juventude! Preparava-se para ser evangelizador de crianças. Soube que Fábio desencarnou há alguns anos. Onde quer que esteja, minha gratidão por aquele momento. Em Bayamo, conheci a Sociedad Espirita Gracias a Dios. Uma casa que foi ampliada para atender à Evangelização Infantil. Lá, todos os voluntários eram evangelizadores. O Curso de Preparação para Evangelizador da Infância era o primeiro a ser oferecido aos alunos das Escolas de Aprendizes do Evangelho,
em Cuba. Havia um mural da Evangelização, muito lindo! Com as fotos dos evangelizadores (que eram muitos!) e das crianças. Os livros de apoio e todo o material maravilhosamente arrumado. Um exemplo de organização, de capricho, que demonstrava a importância que o trabalho tem. Já imaginou se aqui no Brasil fi zermos o mesmo?
Maria Filomena C. Lopes é da Equipe de apoio à Evangelização Infantil
O que não estamos fazendo?
Nesta edição de O Trevo, trouxemos alguns relatos sobre iniciativas da Aliança Espírita Evangélica para apoiar a expansão do Espiritismo no exterior. Apesar das conquistas dos trabalhos realizados, é preciso também refl etir sobre o que ainda precisamos fazer. Estamos sentindo um pouco de distanciamento dos apoiadores. Muitas vezes fi camos sem notícias dos nossos apoiados no exterior. Em alguns casos, as vibrações às Casas no Exterior fi cam sem receptividades! Precisamos junto à Diretoria da Aliança desenvolver um trabalho corporativo de apoio e integração permanente
com as Casas no Exterior como acontece com as nossas Casas no Brasil. Aqui temos as Regionais e talvez precisaremos criar um modelo para as Casas no Exterior que passam muitas vezes esquecidas no movimento. Trago abaixo um trecho do editorial de O Trevo de julho de 2012: “A Aliança do Futuro não deve fi car limitada ao que estamos fazendo hoje. Precisamos refl etir principalmente naquilo que não estamos fazendo, mas deveríamos. A sociedade avança e multiplicam-se as provas coletivas e individuais no campo racional e no campo moral, para que possamos fazer bem a atual transição de nível
planetário. No que compete à Aliança, isso exige a evolução constante de nosso programa. A Aliança foi criada para contribuir com a evolução da humanidade, junto a tantas outras iniciativas que a Espiritualidade Superior vem desenvolvendo ao longo das eras. Nos momentos de nossas vidas em que nos lembramos de nossa natureza verdadeira, é útil nos indagarmos se e como servimos a uma Causa Maior, pois a Aliança verdadeira é formada por todos nós.”
Dagmar Theodoro Cruz é da Equipe de Apoio ao Exterior e do CEAE Manchester, da Regional São Paulo – Leste
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Um ‘obrigado’ do Canadá aos Médiuns sem Fronteiras
A distância e as barreiras são limites existentes somente no plano físico. As fronteiras nos separam, mas o amor de Cristo nos une. E o que é o trabalho abnegado dos Médiuns sem Fronteiras senão a personifi cação desse amor? Há 8 anos surgia em Edmonton, no Canadá, o sonho de iniciarmos atividades espíritas nessas terras distantes. Desde os primeiros momentos recebemos o apoio da equipe dos Médiuns sem Fronteiras, o que foi essencial para
que pudéssemos ter a sustentação necessária para a realização do nosso sonho. Ao longo desses anos muitos foram os trabalhos aos quais pudemos contar com o apoio deles em diversas atividades: exames espirituais das 2 turmas da EAE, exames dos cursos de médiuns, vibrações de sustentação pelos trabalhos, vibrações para participantes, amigos e familiares, tratamentos a distância, vibrações pela nossa futura sede etc. Somos extremamente gratos por esse trabalho
maravilhoso, que esteve presente conosco e que nos ajudou a regar nossas sementinhas que hoje dão frutos. Nossa eterna gratidão a esses amorosos companheiros que estiveram conosco de mãos dadas, nos guiando, orientando e ajudando. Que um dia possamos fazer por outros irmãos o que vocês fi zeram por nós.
Izabela Bonani é do Grupo Espírita A Caminho da Luz, de Edmonton / Canadá.
Guiada pela espiritualidade até a livraria da Aliança
Sou brasileira e moro há 25 anos fora do Brasil devido ao trabalho do meu marido. Atualmente moro em Santo Domingo, na República Dominicana. Encontrei a doutrina Espírita há 22 anos, depois do desencarne de minha mãe. Fui buscar consolo e encontrei compreensão, entendimento, acolhimento, gratidão e o verdadeiro sentimento de amor ao próximo. A República Dominicana é uma ilha pequena e faz divisa com o Haiti. O Espiritismo aqui ainda é pouco difundido e existem alguns tabus por desconhecimentos da doutrina. Pertenço a um grupo de brasileiras expatriadas, hoje quase todas já se mudaram a outros países, mas seguimos nos encontrando online. Fazemos o estudo do evangelho semanalmente, quando, por surpresa, recebemos uma mensagem que existia um grupo espírita kardecista e deveríamos buscá-lo. Encontramos o Centro Espírita Elupina Cordero (CEEC), um grupo pequeno, porém com bases sólidas e fomos recebidas
de braços abertos. Por meio de mensagens psicografadas recebidas pelo centro, tivemos a confi rmação que o sr. Alipio González Hernández estava presente nos orientando . Diversas vezes sentimos sua presença de maneira a nos conduzir. Tomamos conhecimento que os livros pertencentes ao centro espírita haviam sido doados por sr Alipio, e que, inclusive, ele esteve visitando o país anos atrás. O dirigente do grupo, o dr. Fernando Antonio Lora Gómez e sua esposa, a sra. Vilma Piña Guzmán, haviam participado da correção da tradução de alguns exemplares . Devido à escassez de livros no país, senti necessidade de buscar novos exemplares. Então, antes de minha última viagem ao Brasil, em fevereiro/23, liguei para a editora IDE tentando saber se ainda existiam livros para serem vendidos. Fui super bem atendida e informada que não havia mais exemplares. Chegando em São Paulo me dirigi a Feesp para uma palestra e aproveitei para passar
por uma livraria que anos atrás comprei alguns exemplares espíritas em espanhol… Mas a livraria havia sido fechada. Voltei à Feesp, orei e entrei na livraria. Conversei com a atendente e me aconselhou a buscar na internet o telefone e endereço da livraria da Aliança Espírita, pois sabia que tinha outras lojas. Liguei e a Val me atendeu. Com uma inspiração divina, cheguei na livraria e para surpresa haviam muitos exemplares espíritas traduzidos pelo sr Alipio, exatamente iguais aos que nos chegavam ao centro espírita. A emoção foi muito grande. Me senti guiada e orientada o tempo todo. Muita gratidão. Acredito que somos dirigidos, orientados, inspirados e abençoados pelo amor de irmãos espirituais. Vários exemplares que trouxe já foram distribuídos. Muito obrigada pela oportunidade.
Sandra Felipe Penteado Bartolomeu é do Centro Espírita Elupina Cordero (CEEC), na República Dominicana.
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Cosmos: lições de astronomia, evolução e espiritismo
fantástica, o maior porto do mundo, na época que a navegação era o contato entre os povos e teve seu apogeu nos seus 600 anos de existência, que começaram por volta de 300 a.C., chegando a possuir meio milhão de livros (em papiro). Lá os sábios estudavam todo o cosmos, uma palavra grega que expressa a ordem do universo e implica a profunda interconexão entre todas as coisas. Foi lá, por exemplo, que Herófi lo, o fi siologista, estabeleceu de maneira sólida que é o cérebro, e não o coração, a morada da inteligência. Foi lá também que foram feitas as cópias que chegaram até nós do Antigo Testamento para o grego. Dos poucos fragmentos e livros que sobreviveram ao incêndio, sabemos que havia uma história do mundo em três volumes, hoje perdida, de um sacerdote babilônio chamado Beroso. História esta que hoje diversos livros espíritas nos trazem repletos de detalhes de nosso avanço espiritual no
Interessante como algumas obras não precisam ser espíritas para falar de Espiritismo. Como nas parábolas do Mestre, que trazem também a mensagem subliminar nas entrelinhas de textos majestosos. O livro Cosmos certamente é uma delas. Escrito por Carl Sagan, um visionário que popularizou a astronomia e a astrofísica, trazendo uma forma de pensar muito racional e organizada sobre nosso contexto neste universo gigantesco de Deus. O livro faz parte de uma lista seleta do Congresso Americano de publicações que moldaram os Estados Unidos da América. Para quem imagina que encontrará fórmulas e teorias da formação dos mundos…está certo. Porém, esta é uma diminuta parcela
do livro. Com um grande histórico das civilizações e do conhecimento humano, nos leva a viajar junto nesta odisseia do descobrimento do mundo e da exploração dessa perspectiva cósmica. A introdução, logo na primeira frase, nos traz Sêneca, fi lósofo grego do século I, dizendo: “Há de vir o tempo no qual uma pesquisa diligente durante longos períodos revelará coisas que hoje estão ocultas… A natureza não revela seus mistérios de uma vez só.” Nos lembra que mundos são raridades preciosas, que existem centenas de bilhões de galáxias, cada uma em média com 100 bilhões de estrelas e 10 bilhões de trilhões de planetas… Algo inimaginável como o infi nito. Nos lembra que Alexandria foi uma metrópole egípcia
mundo material. Sabemos também que o universo conhecido tem 14 bilhões de anos, conhecido falemos, pois sabemos ser infi nito. Que a passagem do caos do Big Bang (teoria do início da criação da nossa parte do universo conhecido) para o cosmos que estamos começando a conhecer é a mais espantosa transformação de matéria e energia que tivemos o privilégio de deslumbrar. E somos nós mesmos uma das mais espetaculares de todas as transformações, formados da poeira das estrelas. O livro fala de evolução, de seleção natural, de vida, de genética e ressalta: ”Parecia não haver um modo pelo qual átomos e moléculas pudessem de algum jeito se juntar espontaneamente para criar organismos com tão espantosa complexidade e de tão sutil funcionamento como os que adornam quaisquer das regiões da Terra… Cada célula de seu corpo é um tipo
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de comuna, com partes que uma vez haviam sido livres, tendo se juntado para o bem comum. E você é feito de 100 trilhões de células. Somos cada um de nós uma multidão.” Há dezenas de bilhões de tipos conhecidos de moléculas orgânicas, mas apenas 50 delas são usadas nas atividades essenciais da vida. Os mesmos padrões são empregados repetidas vezes, conservadoramente, engenhosamente, para funções diferentes. O autor destaca que apenas uma célula viva é um regime tão complexo e tão belo quanto o reino das galáxias e das estrelas. Que a elaborada maquinaria das células tem evoluído de maneira meticulosa por mais de 4 bilhões de anos e que nossos corpos são remanescentes de 40 mil gerações de homens pensantes que nos precederam. Comenta que a evolução deve ter sido desesperadamente lenta e funciona por meio de mutação e seleção. Isto é muito interessante e nos remete a pensar que um dos maiores avanços da alma é a paciência como virtude. Para poder participar mais e mais da criação divina, basta para isto substituirmos a palavra mutação acima por criação. Assim, através do pensamento e vontade, espíritos de moral elevada podem atuar sobre a matéria e através da intuição e sabedoria utilizar as Leis Divinas no processo criador, mutador. Nos destaca que o sábio antigo Ptolomeu nos estudos dos céus chegou a uma espécie de êxtase onde registrou: ”Mortal como sou, sei que nasci para durar um dia, mas quando acompanho sempre que quero a compacta multiplicidade dos astros em seu curso circular, meus pés já não tocam a Terra.” É interessante pontuar que os planetas sentem a presença do Sol pelo magnetismo. E Newton, após a revolução que conseguiu trazer na ciência, antes de morrer escreveu: “Não sei o que o mundo pode achar de mim; mas para mim mesmo parece que fui apenas um menino, brincando na praia e me divertindo quando
encontro, vez ou outra, uma pedrinha mais lisa ou uma concha mais bonita do que o normal, enquanto o grande oceano da verdade jaz totalmente não descoberto à minha frente.” Fala de catástrofes e estatística, da Lua, de planetas, das diversas sondas enviadas para o sistema solar, sobre a exploração de Marte, Vênus, que a natureza levou centenas de milhões de anos para fazer a bactéria evoluir e bilhões para criar o gafanhoto. Se entendermos que a Natureza é produto Divino feito por uma legião de trabalhadores no bem, pois onde está a atenção está também o coração, poderemos compreender o quão abençoados somos por ter este corpo físico que nos permite avançar. Ainda que, com a evolução do entendimento da energia elétrica, a mente humana evoluiu no abstrato saindo do mecânico, analógico para o digital. Que os pitagóricos imaginavam o mundo ser constituído de 4 elementos (terra, fogo, água e ar) e que a substância dos corpos celestes seria feita de uma quinta essência, daí a origem da palavra quintessência, muito difundida no espiritismo. Discorre sobre os ciclos também, ponderando: “E se existem ciclos na era dos seres humanos, não poderia haver ciclos nos éons dos deuses? A religião hindu é a única entre as grandes crenças do mundo que cultiva a ideia de que o próprio cosmos passa por um imenso, na verdade infinito, número de mortes e renascimentos. É a única religião na qual a escala do tempo corresponde, sem dúvida por acaso, à da moderna cosmologia científi ca. Seus ciclos vão desde um dia e noite normal a um dia e noite de Brahma, com 8,64 bilhões de anos, mais longo que a idade da Terra ou do Sol, e cerca de metade do tempo transcorrido desde o Big Bang. E há escalas de tempo ainda mais longas.” O livro fala que a quantidade de informações contidas nas canções das baleias Jubarte é mais ou menos a mesma quantidade
de informação contida na obra Ilíada ou na Odisseia. Que a evolução do cérebro humano mostra todas as fases anteriores do núcleo para a periferia, desde os répteis aos mamíferos. Uma descrição similar encontramos no livro Missionários da Luz ao explicar o desenvolvimento fetal, também, o entendimento de que a espécie humana se distingue pelo pensamento. As Leis da Natureza são uma linguagem comum a todos os mundos (nós, espíritas, sabemos que o pensamento também é uma linguagem universal). A exploração do cosmos é uma jornada de autodescobrimento, e com a razão aprendemos a moderar nossa raiva, nossa frustração, nosso desespero. Assim, a história humana pode ser vista como um lento amanhecer da consciência de que somos membros de um grupo maior. Fala de muitas outras coisas interessantíssimas, de Santo Agostinho aos Gregos, Jônios, cérebro, consciência etc. Se as elencasse aqui, não haveria páginas sufi cientes a não ser as do próprio livro. Este livro virou uma série muito famosa de TV de mesmo nome que teve uma continuação recente. Vale a leitura. Fiquemos com Deus.
Mauro Iwanow Cianciarullo é da Casa Espírita Evangelho e Amor (CEEA) – Regional São Paulo Livro: Cosmos Editora: Companhia das Letras Autor: Carl Sagan
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Um alerta aos pais
Olá, famílias! A inspiração para escrever sobre este título surgiu a partir da fala de uma criança de 6 anos, durante uma atividade na evangelização infantil. Estávamos realizando um exercício sobre autoconhecimento e uma das perguntas era: O que te faz feliz? Espontaneamente, sem parar para analisar nem pensar muito, a resposta desta criança foi: “o que me faz feliz é quando minha família brinca comigo, isso me deixa feliz, queria que tivessem mais tempo para brincar comigo, a minha família só fi ca no celular!” Por um instante pude sentir a emoção e a tristeza que se refl etiam naqueles pequenos olhos que me encaravam, buscando uma resposta, e que logo se distraíram ao ouvir as palavras da amiga ao seu lado. O lar é a primeira escola do espírito. Os pais são os primeiros educadores, aqueles que irão ensinar, exemplifi car, orientar, guiar e zelar por seu desenvolvimento como um todo. Os momentos convividos em família são grandes oportunidades para transmitir valores inerentes à formação da criança. Se antes do grande avanço tecnológico atual não conseguíamos dar a atenção sufi ciente às crianças, o que dizer então dessa nossa vida cotidiana agitada? Será que a tecnologia tão avançada e rica em conectar pessoas está nos deixando distantes de nossos fi lhos? Estamos realmente conscientes da responsabilidade? Se para os adultos não é fácil
competir por atenção contra a tecnologia, imagine então para as crianças. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Santo Agostinho nos diz: “Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe Deus perguntará: Que fi zestes da criança confi ada à vossa guarda?”. Receber de Deus um ser aparentemente tão frágil e poder contribuir para sua formação moral e espiritual é uma missão que nosso Pai nos concede. Busquemos nos tornar exemplos a serem seguidos, assim como Jesus, nosso modelo e guia.
“O que me faz feliz é quando minha família brinca comigo. A minha família só fi ca no celular!”
Procuremos estar atentos às nossas crianças. Os momentos de brincadeiras também são de grandes aprendizados, pois assim a criança aprende de forma natural e simples sobre o mundo. Aprende a despertar suas emoções, a desenvolver a confi ança, o respeito ao próximo, a autoestima, entre outras lições. E quando os pais participam desses momentos de brincadeiras, tão especiais para as crianças, são criadas memórias afetivas que farão parte de todas as fases de suas vidas. Todos nós temos memórias afetivas que se tornaram histórias engraçadas, tristes, alegres e que compartilhamos. Algumas até narramos aos nossos fi lhos. Então, refl ita: Você já sentiu a
tristeza da ausência na infância? Jesus ao nos ensinar ”façais aos outros o que gostaríeis que vos fi zessem”, também está se referindo ao nosso relacionamento com os fi lhos. Só por um minuto coloque-se no lugar da criança que aguarda passar alguns momentos com você, esperando um minuto, como você pediu, minuto que para ela parece eterno, pois nunca acaba. Procure perceber suas atitudes, busque o olhar de seu fi lho, observe como os olhos dele brilham e sorriem quando veem sua atenção totalmente voltada a ele. Segundo O Livro dos Espíritos, “a delicadeza da idade infantil os torna brandos, acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devam fazê-los progredir. Nesta fase é que se lhes pode reformar os caracteres e reprimir os maus pendores”. O momento é agora! A brincadeira é uma forma de aprendizagem educativa prazerosa e signifi cativa para o espírito na fase da infância. Além disso, a responsabilidade da tarefa evangelizadora se faz presente no lar, na realização do Evangelho, nas leituras edifi cantes, nos exemplos diários da conduta familiar, na conscientização de que cada criança é um espírito único, que deve ser visto, ouvido, respeitado e amado em sua essência.
Silvia Maria dos Santos Amâncio Ribeiro é do CE Luz do Caminho (CELUCA), Regional Vale do Paraíba
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Entrevista: Nobuko Miyashiro
Essa entrevista teve como motivação conhecer um pouco mais da história de uma família que se aproximou do Espiritismo e das práticas espiritualistas, mesmo tendo raízes em uma cultura tão diversa da nossa, a cultura japonesa, e também conhecer como a migração favoreceu encontros inter religiosos que, mesmo em meio a tanta intolerância, são a marca registrada do povo brasileiro. Sim, foi pela dor que a família de Nobuko Miyashiro, com influências do Budismo e do Catolicismo, chegou à assistência prestada em um barracão muito humilde. Confira a seguir a entrevista conduzida por Estela Miyashiro, neta de Nobuko, a pedido da equipe de O Trevo: Estela: Como foi essa chegada da sua família japonesa para o Brasil e como você, de origem japonesa, conheceu o Espiritismo? Nobuko: Meus pais vieram da cidade de Okinawa, no Japão […] Sempre ouvi falar que eles deixaram uma filha ou filho mais velho lá. Eu não sei se é verdade esse caso, porque antigamente toda família japonesa deixava um filho ou uma filha lá, por causa da guerra. Eu nunca soube se era verdade ou não. E: Como se tivesse que ficar alguém para lutar pelo país, é isso? Mas você nasceu
em Suzano [estado de São Paulo], né? N: Sim, eu e meus irmãos nascemos todos aqui no Brasil. E: Como você descobriu o Espiritismo? Não foi a partir dos seus pais, não? N: Não, porque eles tinham outra religião, o Budismo, eles não seguiam a religião, mas acreditavam. Seguir a religião é uma coisa, acreditar é outra, né. Eles acreditavam no Catolicismo. E: Ah, era o Budismo e o Catolicismo? E como que o Espiritismo chegou para você? N: Eu muitas vezes me sentia mal, eu era bem nova [criança], parece que eu perdia os sentidos e eu lembro que minha mãe jogava água na minha cara, na minha cabeça para acordar. No dia seguinte eu me sentia bem mal, mas não entendia nada. Meus pais conheciam uma família que era espírita e de vez em quando eu comecei a ir com eles nesse centro espírita, mas era aquele bem antigo, uma choupana, um barracão, bem pobre mesmo, eles tinham que apagar a luz pra receber, eu ficava no escuro, não via ninguém, morria de medo! Foi bem depois [anos depois], eu já era casada, já tinha seu pai, ele sofria de bronquite, mas ele se sentia tão mal, eu comecei a frequentar o centro espírita lá no Belém. E eu conheci várias pessoas que faziam parte da mesa espírita e eles davam passe no seu pai. Aí devagarinho ele foi melhorando, mas eu dei muito remédio pra ele, por causa da bronquite. E: E o passe ajudava? N: Ajudava bastante. Aí eu conheci a dona Luiza e um senhor chamado seu Lopes. Ele era muito bom, ele dava passe no seu pai e conversava muito. E: Ah, eu achei que você conheceu o Espiritismo pela dona Luiza, mas você já conhecia quando era jovem. N: Eu conhecia, mas não
entendia. A gente sabe que aquela pessoa é espírita e tira tudo de ruim da gente, mas conhecer a mediunidade, entender como são os guias, não entendia nada disso. Eu fui entender tudo com a dona Luiza e o seu Lopes. E: O conhecimento da Doutrina foi depois? N: Foi bem depois. Eu já tinha o seu pai e ele tinha quatro pra cinco anos, por aí. E: E você se considera espírita? N: Eu me considero. Eu respeito todas as religiões. Tem que respeitar e não debochar, porque são bem diferentes uma da outra. E: Eu gosto de várias religiões e dá para encontrar vários pontos similares. Eu acho bonito como Deus se manifesta de diferentes naturezas para diferentes pessoas, em diferentes culturas, acho muito lindo. E o que mais gosta do Espiritismo que você acredita que te ajudou? N: Eu acredito porque é uma uma religião sincera. Pelo menos até aqui, que eu sei, a gente não ouve mentira. E: E tem algum livro espírita que você gosta mais, que você acha inspirador? N: O Evangelho, o seu pai trouxe um de quando ele era pequeno, uns seis anos, tava caindo aos pedaços [o livro]. Mas eu não era muito frequentadora porque seu avô não acreditava, ele ouvia a dona Luiza mas não acreditava. E: A dona Luiza era médium de incorporação? N: Era muito forte, nossa! Quando terminava a sessão, ela trabalhava quase que a sessão inteira, quando terminava ela não lembrava de nada, quando voltava pro corpo dela estava muito cansada. E: É porque o espírito consome a energia do corpo, né. N: Antes de começar a sessão ela se concentrava firme e ela se entregava. Ela se
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concentrava e falava firme. Era diferente quando ela falava com outro espírito. E: E você quis trabalhar a sua mediunidade? N: Não, mas eu frequentava o centro espírita. Quando seu pai ficava ruim a gente ia toda semana. Seu avô me levava e buscava, mas ele não acreditava, nunca entrou, ele ia contra a vontade dele. E: Ele era católico, né. A família dele também. N: É, eles são católicos. E: Ao mesmo tempo, ele se aproximou da família da Luiza, apesar de não frequentar o centro, ele tinha amigos ali, era quase da família. N: Sim, quase parte da família, uma pessoa que ele sempre respeitou, que considerava mesmo. E: Você chegou a conhecer seus avós? N: Não, nem avós, nem tios. Meus pais não eram de conversar, de comentar. Minha mãe não entendia português e eu não entendia japonês. Mãe e filha não falavam a mesma língua, isso dificultou demais. Minha irmã mais velha e meu irmão mais velho falavam japonês então eles ficavam lá conversando.
anos, sou eu, porque eles faleceram antes dos setenta [anos]. E fico pensando, o que estou fazendo aqui, dando trabalho pros outros, será um castigo pra mim, não sair, não andar! Eu queria estar andando. E: Tudo tem um motivo. O processo de envelhecimento traz essas limitações, principalmente motoras, e às vezes, até cognitivas. A sua cabeça está boa, tem gente que anda e não está com a mesma cabeça que você! [as duas dão uma pausa] Olha o passarinho na janela. N: Olha, se não tivesse a rede eles entravam! [pausa] Eu via coisas, eu conto pro teu pai, ele acha estranho. Eu não sei se vem do espírito, imaginação, não é. Porque eu lembro até hoje porque depois eu vi na televisão muitos anos depois. Eu via que eu estava deslizando no gelo, via umas peças nos braços. E: Você se via esquiando no gelo como se fosse em uma outra vida? N: É, muitas coisas eu
lembro, de criança eu morava numa casinha de sapê e via uns troncos enormes e eu dormia num corredor e eu tinha minha cama e eu via um monte de serzinho pequeno, uns dez centímetros, usavam uma batina de marrom com aquele capuz, aquela roupa comprida. Eu tive muito desses sonhos. E: Deve ser algum espírito elemental. E fada, você viu? N: Não. Quando eu era criança também via e ouvia as coisas e não tinha com quem conversar, né. E os vizinhos falavam que eu estava louca. Sofri muito porque eu não podia contar com meu pai e minha mãe. Eu não tinha com quem desabafar, com quem conversar, contar… Se eu contasse pras minhas irmãs elas iam falar que era coisa da minha cabeça. Então, eu tinha que dormir naquele corredor imenso, eu ficava apavorada. Como eu ouvia e sentia as coisas. Tinha uns oito ou nove anos eu ouvia as coisas. E: Mas o Espiritismo te ajudou a aliviar isso né? N: Bastante.
Eu nunca pude desabafar com a minha mãe porque ela não me entendia, ela nunca se esforçou para entender o português, nem assinar o nome, ela assinava. Então eu tive uma vida sofrida porque não podia contar com a minha mãe, nem com o meu pai e nem minhas irmãs, a gente traz isso pro resto da vida, né. E: Algumas mágoas, né? N: Ah, muitas! E: Mas também teve a oportunidade de criar sua família, né? Mesmo que pequena, com só meu pai de filho, agora o Ravi. Agora uma nova história é uma nova oportunidade, então acho que a sra também teve a oportunidade de recomeçar de novo. N: Ah, completamente! Muda tanto, né (risos). Da minha família, eu sou a única com vida, aos oitenta e poucos
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O minimamente necessário para ser dirigente de EAE
Otrabalho em nosso grupo do projeto EAE/FDJ tem sido muito intenso e, como procuramos ressaltar sempre que temos oportunidade de expor e descrever o desenvolvimento do trabalho, tudo é feito para atender às demandas do movimento em Aliança e com foco no melhoramento e evolução da EAE, no que diz respeito à qualifi cação dos voluntários envolvidos no processo. Além disso, todas as decisões são feitas em conjunto, passando pela avaliação das coordenações e ciência e aprovações no Conselho de Grupos Integrados da Aliança (CGI), quando cabível. Um dos pontos que tem causado uma necessidade mais intensa de esclarecimentos é a ratifi cação – já que não é uma alteração do que já havia sido defi nido desde sempre – dos critérios mínimos para que alguém seja um Dirigente de EAE, ou mesmo para se fazer o Curso de Formação para Dirigente de EAE. A conferir:
O futuro dirigente, para se habilitar a realizar o curso, deve estar no grau de Discípulo, ou seja, ter ingressado com sucesso na FDJ, cumprindo todas as etapas da EAE para tal.
Para dirigir efetivamente uma turma de EAE, o aluno do Curso de Formação deve ter sido aprovado neste Curso, seja pela equipe encarnada, seja pelo Exame Espiritual.
Recomendamos que o voluntário também esteja capacitado no Curso de Facilitador (ou Expositor, como era designado), pois ele deve e precisa se responsabilizar por todas as aulas, independente da presença de um facilitador do tema. Além disso, queremos reiterar
os critérios para a ATUALIZAÇÃO geral de Dirigentes de EAE. Esta iniciativa, também alinhada com as solicitações do movimento, por meio de levantamentos feitos reiteradamente ao longo dos últimos 6 anos, e verifi cada e aprovada em CGI, reforçamos:
-Este é um programa de ATUALIZAÇÃO de dirigentes que estavam em exercício desta função, ou seja, aprovados anteriormente em curso de capacitação de dirigentes de EAE e, possivelmente dirigindo turmas ou tendo dirigido uma ou mais turmas de EAE.
– Não é um curso de Formação para NOVOS dirigentes, sendo este de responsabilidade de cada regional, segundo os critérios acima descritos.
-E, também acordado em Conselho, a recomendação fundamental é que TODOS os dirigentes de EAE da Aliança passem por esta atualização até o fi nal de 2025 para que se habilitem a dirigir novas turmas.
-E, estamos recomendando que os Dirigentes de EAE sejam igualmente capacitados como Facilitadores de aulas.
-Esperamos ter aclarado ainda mais este tema, que sabemos traz questões em muitas de nossas casas e regionais, mas sabemos de fundamental importância para uma evolução segura de nossa EAE em um mundo que muda todo dia e para atender um novo público. De qualquer forma, a equipe do projeto está sempre à disposição para dirimir dúvidas e esclarecer a todos pelo e-mail: projetoeaefdj@ equipesalianca.org.br ou procure o Coordenador de EAE/FDJ de sua Regional.
Cida Vasconcelos é da Equipe de Apoio Projeto EAE-FDJ
Foto: Aziz Acharki – Unsplash
POESIA Renunciar, erro fatal! Por Jerson Bottaro Nascemos para um projeto Projeto visando um bem maior Neste intuito não somos apenas o objeto Somos o grande condutor. Condutor das ações Que se bem conduzidas Adestraram também nossos corações Para as realizações iluminadas. Somos responsáveis por nós Somos responsáveis por todos em nosso caminho Somos responsáveis pelo Planeta Pois não estamos sós. Avanço intelectual e espiritual é fundamental Permite que utilizemos nossa razão Para que não vivamos como um vegetal E nossa vida seja de realização. Nossas amizades sejam fortes Enlaçadas por um fi o inquebrável, resistente Onde as tormentas não nos desgaste Para que sigamos avante. Trabalhar pelo nosso País e nosso Planeta Nos campos sociais da educação, saúde e segurança Possibilitando que todos atinjam sua meta Sem carregar o sentimento de vingança. É nosso direito É nossa responsabilidade Tratemos a todos com respeito Deixando de lado nossa vaidade. Mantendo sempre a conexão espiritual Para nossa vida não desabar Se faz necessário e primordial De nossa encarnação não renunciar!
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As visitas da Diretoria da Aliança às regionais estão de volta
complementar com alunos no centro Maria de Nazaré, onde relembramos o caráter iniciático da Escola de Aprendizes do Evangelho e os conceitos da Aliança. No sábado, estivemos na casa mais nova da regional, o Centro Espírita Joanna de Ângelis, e fi zemos um encontro com todas as lideranças da região. Tivemos a presença de 4
Atendendo a pedidos dos nossos amigos das regionais, a Diretoria da Aliança retomou as visitas às casas. Nos dias 17 a 21 de maio, visitamos a Regional Extremo Sul. Estivemos na maioria das casas e fi zemos alguns encontros com as lideranças. Foram momentos de muita troca e aprendizado. Registro aqui a minha gratidão
à hospitalidade do povo gaúcho, em especial aos casais Brau e Karen, e a Sandra Solé e Ricardo, pelo carinho e dedicação. Foram dias memoráveis. Na quinta-feira, visitamos a casa Paulo de Tarso, pioneira da Aliança Espírita na região, onde conhecemos os desafi os enfrentados e vencidos por esses voluntários. Na sexta, participamos de uma aula
representantes da casa Maria de Magdala, de Porto Alegre. Ao todo, estávamos em mais de 35 pessoas representando todas as casas. Neste período que passamos na regional, vi um grupo de casas vencendo desafi os e a coordenação regional empenhada em apoiar todas as casas, trabalhando incansavelmente para que os valores da Aliança sejam praticados. No retorno a São Paulo, fi cou a saudade e a certeza que os conceitos da Aliança estão assegurados nas casas da regional. Abraço forte a todos e espero revê-los em breve. Com certeza nos veremos na RGA 2024.
Visita à Regional ABC
No dia 4 de junho, a Diretoria da Aliança visitou a regional ABC. Eu e meu amigo Leandro Costa, diretor que apoia os coordenadores, nos reunimos com as lideranças num ambiente de muita alegria na casa Redentor, em Santo André. Ficamos na manhã de domingo aprendendo um pouco mais sobre essa regional, que é uma das maiores em número de casas e que contribui muito para o espírito de Aliança. Agradecemos o convite da Ângela e do Osnir e por toda a
organização do encontro, assim como todos os representantes que estiveram no local e enriqueceram a experiência. Os desafi os são grandes e a união nos fortalece. A regional ABC conta com 30 casas na região e mais 2 casas do Riode Janeiro que se juntaram à Regional já há algum tempo. O representante das casas do Rio participou remotamente da reunião. Fica aqui a nossa gratidão pela presença. Importante: A Diretoria da
Aliança se coloca à disposição para visitar as regionais sempre. Nestes tempos de mudanças, achamos por bem não colocar um calendário de visitas nas regionais e deixar as datas flexíveis. Então, as regionais que sentem que a presença da Diretoria pode ajudar de alguma forma, é só nos comunicar e vamos agendar um encontro. Será sempre um prazer servir. Afi nal, esse é o nosso principal lema: confraternizar para melhor servir. Luiz Amaro é diretor-geral da Aliança
Agradecimento e vibrações
Pedimos vibrações por Sônia Maria da Silva, que desencarnou em junho e foi colaboradora por
muitos anos na editora Aliança e diagramadora de O Trevo. Que a espiritualidade lhe receba com
acolhimento. Deixamos nossa gratidão pela sua grande contribuição ao Trevo e nossas orações pelos seus familiares.
Correção
Na edição de maio/junho de O Trevo, erramos uma informação na reportagem “Edgard Armond, suas
vidas e a infl uência no movimento espírita”, na página 6. O nome do livro traduzido por Armond aos 26
anos é “Os Vedas” e não “O Livro dos Mortos”. Pedimos desculpas pelo erro.
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Panorama dos projeto 50 anos da Aliança
Neste ano onde a Aliança completa 50 anos foi lançado um desafi o para o nosso movimento de realizar as comemorações da forma que mais nos une: através do trabalho. No período de fevereiro até o fi nal de maio foram inscritos 59 projetos para a renovação do nosso movimento. Os temas mais abordados foram evangelização do ser, social, artes, educação, meio
ambiente, saúde, comunicação e organização. Estes projetos são inéditos ou desconhecidos do movimento e serão apresentados pelos responsáveis em julho para a equipe da organização. Os projetos acolhidos serão catalogados e divulgados para todos que se interessarem e queiram aplicar também em suas casas e comunidades. E para celebrar todas estas
atividades, estaremos nos reunindo em 2 dezembro, onde todos estes projetos serão compartilhados com o nosso movimento. Reserve esta data na sua agenda para não perder a confraternização dos 50 anos… senão somente em 2073. Muita luz, paz e que nos mantenhamos unidos pelos laços de amor e de ideal da evolução do ser humano. Equipe 50 projetos
Evangelho no lar “universalista”
Nestes tempos de transição planetária, situação pós-pandemia, guerras e confl itos sociais, espalhados pelo mundo, fi cou evidenciada a necessidade de um Programa que levasse conforto, esperança e consolo aos corações e mentes das pessoas, através dos ensinamentos sublimes de Jesus. Com base em inspiração dos mentores, o projeto Paulo de Tarso Sem Fronteiras, que faz parte da Plataforma da FDJ na esfera do trabalho, elaborou o Programa do Culto do Evangelho no Lar Universalista, com a fi nalidade de divulgar, de forma prática e simples, os ensinamentos cristãos, independentemente de religião. O Programa é mais uma ferramenta de trabalho para os Discípulos e Servidores, especialmente para os primeiros, que estão saindo das Escolas de Aprendizes do Evangelho. É uma maneira de implantação
e multiplicação fora das casas espíritas do benefício do Evangelho no Lar, sem viés doutrinário ou religioso, apenas na simplicidade dos ensinamentos do Divino Mestre em sua pureza e profundidade. É uma prática leve (dura cerca de 20 minutos), que leva harmonia, esperança e paz aos lares. Em conformidade com a proposta acima, a Equipe do Paulo de Tarso Sem Fronteiras vem aplicando, ao longo deste ano, programas-pilotos para capacitação dos interessados (discípulos e servidores) na realização da atividade. Já estão programados mais dois pilotos, todas sextas-feiras, 20h00, durante os meses de agosto e novembro de 2023, sempre de forma virtual (pelo Google Meet).
A equipe também construiu material de apoio, dentre os quais o livreto “Evangelho no Lar Universalista”, disponível em português, inglês e espanhol. Para a participação nos projetos-pilotos favor entrar em contato através do e-mail: projetopaulodetarso@ equipesalianca.org.br Ensinar para multiplicar. Essa é a proposta do Paulo de Tarso Sem Fronteiras em relação ao evangelho no lar universalista! Equipe Paulo de Tarso Sem Fronteiras
Os Servos de Maria precisam de ajuda
Gostaria de compartilhar uma iniciativa do grupo Servos de Maria, que tem voluntários de diversos centros da Aliança: Há três anos, sempre no último domingo do mês, nos reunimos na minha residência e montamos kits de higiene, kits de limpeza e kits com bolacha e refrigerante para entregar a famílias em situação de vulnerabilidade. Mensalmente, atendemos 78 famílias, que têm em média 100 crianças, além de
mulheres e homens. São pessoas que moram em ocupações, prédios abandonados e debaixo de pontes. Entregamos mensalmente 40 cestas básicas, o que infelizmente tem sido insufi ciente, já que o número de famílias e mães que cuidam sozinhas dos fi lhos aumentou. Hoje esse projeto tem participação de voluntários de diversas casas espíritas da Aliança,
como o Centro Espírita Renovar, o Cempe, o Discípulos de Jesus na Bela Vista, o Cefram e o Núcleo Fraterno Samaritanos. Toda ajuda é bem-vinda e necessária. Recebo doações na minha residência ou depósito via PIX: ptpaulodetarso@gmail. com. Mais informações no meu Whatsapp (11) 94628-1666.
Ulisses Nascimento – Regional São Paulo – Centro
21 anos sem Chico
No dia 30 de junho, completouse 21 anos da morte de Chico Xavier. Deixou para nós um legado expressivo de obras sociais e livros espíritas psicografados. Recentemente, a sua vida inspirou um novo documentário. “Chico para
Sempre” foi lançado no ano passado nos cinemas e disponibilizado em julho deste ano no serviço de streaming Star+. Deixamos aos leitores do Trevo essa dica cultural!
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“Ajude conversando. Uma boa palavra auxilia sempre”.
Muitas vezes ignoramos pedidos de ajuda. O diálogo, a conversa e a palavra sempre vão acalentar um coração que está em apuros. Parece pouco, mas palavras podem salvar vidas.
Andreza Lobato – 3ª turma Cefram – Centro Espírita Fraternidade do Moinho São Paulo/SP – Regional São Paulo Centro
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“Cultivar o silêncio é lutar pela paz interna, vencendo a agitação do mundo”.
Tenho aprendido a silenciar quando o barulho incomoda. Para alguns, fuga ou omissão, mas para mim é autopreservação. O barulho interno é criado por mim quando imagino situações negativas, então oro pela paz interior.
Cristiane Armidoro – 61ª turma Centro Espírita Redentor Santo André/SP – Regional ABC
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“A sua irritação não solucionará problema algum”.
Gostaria de ter equilíbrio emocional para conseguir não me irritar com frequência, pois faz mal para mim e para as pessoas da minha convivência, me causando desequilíbrio e deixando o ambiente com vibrações negativas.
Andreza Menezes – 38ª turma online Projeto Paulo de Tarso Online Cordeirópolis/SP
“O arrependimento é o primeiro passo para o pagamento de nossas dívidas”.
Hoje com o estudo e os aprendizados da EAE consigo perceber com mais clareza quando cometo erros. Muito ainda tenho de aprender, porém, consigo enxergar meus erros e buscar uma forma de corrigir.
Daniela Matavelli – 18ª turma Centro Espírita Evangelho e Amor São Paulo/SP – Regional São Paulo Oeste
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“As dores sangram no corpo, mas acendem luzes na alma”.
Quando tive depressão a dor física e a tristeza chegava a doer no peito, mas foi proveitoso para meu crescimento espiritual, pois passei a buscar mais espiritualidade em minha vida. Assim, na escuridão buscamos a luz.
Maria Carla Reis de Moraes – 1ª turma Fraternidade Espírita Estrada de Damasco Belo Horizonte/MG – Regional Minas Gerais
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“Aliança é um estado de espírito. Estamos à altura dele?”
A Aliança com Deus é meu objetivo. Estou combatendo vícios e defeitos, buscando evoluir todos os dias através dos ensinamentos que adquiro na EAE. Me surpreendo como este novo mundo e com o potencial que possuo.
Hugo Leonardo Rishter Bassani – 51ª turma Casa de Timóteo Evangelização e Cultura Espírita São Bernardo do Campo/SP – Regional ABC
“Servir com desprendimento, sem visar retribuições do mundo, é viver com sabedoria”.
Quando iniciei o trabalho voluntário meu objetivo era algo que a Doutrina Espírita orientava para minha evolução moral e espiritual. A cada trabalho sentia útil por colocar novos desafi os para meu aperfeiçoamento moral e espiritual.
Bruno Ricardo Giangiardi – EAE À DISTÂNCIA Ceae Londrina Londrina/PR – Regional SP Leste
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“Não estacionar no bem nem progredir no mal”.
Com o aprendizado na EAE e o compromisso de fazer minha transformação moral colocando em prática o amor e caridade seguindo os ensinamentos de Jesus tenho consciência não devo estacionar no bem e não causar mal.
Ana Elizabeth – Biazon – 46ª turma Casa Espírita Edgar Armond Santo André/SP – Regional ABC
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“Somente após superar o transitório poderá o aprendiz conquistar a individualidade eterna”.
Toda transição gera medo, mas estas mudanças acontecem sempre em minha vida e são essenciais para a evolução espiritual. Acredito que superar o transitório é alcançar uma transformação muito benéfi ca e necessária.
Beatriz Cavalcante – 14ª turma Casa Espírita Irmão de Assis – Itatiba Itatiba/SP Regional Campinas
Dirigente de EAE, envie-nos, digitado e para o e-mail [email protected], o melhor trecho de algum tema escrito por seus alunos, informando sempre tema, nome completo do aluno, turma, nome da casa e regional.
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