Responsabilidade
Responsabilidade
“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”
Você conhece ou leu esta frase? Já ouviu falar nela? Levando para a ótica da aquisição de conhecimentos, já parou para pensar nestas palavras em relação à sua tarefa evangelizadora?
Tem noção do quanto suas aulas podem fazer a diferença na vida de uma criança ou um jovem e o quanto isto se estende a toda uma família?
No dicionário “responsável” significa: que ou aquele que responde pelos seus atos ou pelos de outrem; que têm condições morais e/ou materiais de assumir compromisso.
Quando abraçamos a tarefa evangelizadora é imprescindível tomarmos consciência da responsabilidade, do comprometimento e do compromisso assumido com Jesus, em levar, praticar e exemplificar os seus ensinamentos a cada coração que passa por nós.
Compreendendo que cada ser é único, quando mais conhecimento, maior nossa responsabilidade em nossas ações, pensamentos e atos.
Responsabilidade é uma virtude e seu sentido nos é ensinado desde nossa infância. Somos brindados com exemplos à nossa volta, em família, na escola, na comunidade, com amigos… Gradativamente nos tornamos responsáveis pelas pequenas e grandes coisas em nosso cotidiano.
E o melhor: tornamos-nos responsáveis por nós mesmos, nossas escolhas, pensamentos, atitudes, atos… Será que estamos em boas mãos?
Estamos nos cuidando? Instruindo-nos? Preparados para os trabalhos assumidos?
Perceba o quanto você está diferente. Somos espíritos únicos, a geração de ontem não é a mesma de hoje. Cada Ser tem sua particularidade e individuação.
Procuremos tornar o estudo um hábito em nossas vidas, afinal, estamos o tempo todo aprendendo e ensinando. Para alguns, somos exemplos, modelos é até inspiração.
A seguir apresentamos o depoimento de três evangelizadoras do CELUCA sobre o estudo continuado e sua contribuição para o aprimoramento social e pessoal. O livro estudado foi A evangelização de portas abertas para o autismo, de Lucia Moysés1.
Silvia Maria dos Santos Amâncio Ribeiro
CE Luz do Caminho – CELUCA
Regional Vale do Paraíba
Fiz o estudo deste livro com a equipe de Evangelização do CELUCA. A cada semana uma dupla explanava sobre um capítulo do livro. Esse modo foi enriquecedor e muito curioso, pois embora todos estivessem lendo o mesmo livro, cada um trazia sua visão e experiência do conteúdo, enriquecendo cada vez mais a busca pelo aprendizado que, para nós, ainda é muito desafiador.
Para mim, particularmente, foi uma imersão em pensamentos, dúvidas, algumas frustrações passadas, mas também um leque de informações e emoções através das experiências vivenciadas no livro em contraponto com as experiências vivenciadas por nós.
Já tivemos no passado uma vivência com uma criança no espectro autista. Apesar de todos se doarem com muita atenção e carinho, não conseguir saber como de fato agir, ou agir sem saber se estávamos corretos, nos trazia aflição e frustração (pelo menos para mim).
Embora a família fosse acolhida e essa criança também, a sensação no final era de exaustão.
O livro traz no título “portas abertas” e é exatamente como eu me senti ao ler, foi como uma porta aberta ao pensamento e ao coração, ao sentir as emoções que estavam sendo lidas naquele livro, em saber que embora ainda “crus” de conhecimento neste assunto, na nossa pouca experiência, o acolhimento faz toda a diferença.
Aquele Espírito que escolheu estar naquele corpo, nesta trajetória encarnatória, é pensante. Está amarrado em um corpo sem poder se expressar como uma pessoa neurotípica, mas tem as emoções pulsantes dentro dele. Entende, sim, tudo o que falamos, as expressões. E está em uma batalha tão grande com esse resgate, que emociona!
E aí está a nossa responsabilidade como evangelizadores de Espíritos: trazer recursos para que eles possam ser inseridos nas atividades da evangelização, respeitar seu tempo, suas vontades, respeitar seu livre-arbítrio encarnatório.
Mais do que isso, acolher a família que está em processo junto com esse Espírito, e que muitas vezes é esquecida ou julgada por suas atitudes, por ninguém nem sequer imaginar quão dolorosa e valiosa está sendo essa passagem terrena.
Nós, evangelizadores, temos que estar dispostos e cientes da responsabilidade com essa criança atípica que veio até nós. E saber o quanto somos parte integrante desse processo e o quão é enriquecedor passar por ele.
Fácil? Nunca será, mas “As portas do nosso coração” deverão estar sempre abertas.
Claudia Inês da Silva de Sá
CE Luz do Caminho – CELUCA
Regional Vale do Paraíba
A leitura foi muito enriquecedora para mim, pois tinha conhecimentos muito superficiais sobre os transtornos do espectro autista. O livro me proporcionou muitos conhecimentos para realizar um melhor acolhimento e proporcionar aulas mais interessantes e adequadas a todos os evangelizados.
Foi uma oportunidade de muito aprendizado e reflexão, além da quebra de estereótipos que eu tinha em relação às pessoas com TEA.
Em suma, a leitura, bem como o estudo em grupo, foram de grande valia para mim!
Beatriz Carvalho Morais
CE Luz do Caminho – CELUCA
Regional Vale do Paraíba
Em vista do grande aumento de crianças que atualmente se apresentam em algum nível do espectro autista, foi uma oportunidade rica e oportuna para adquirirmos real conhecimento do universo dessas crianças e melhor estar com elas e atendê-las, assim como a seus pais, numa postura de esforços conjuntos, contribuindo de forma consciente e eficaz para a sua inclusão social.
O estudo desse livro, ajudando a entender o que é o TEA, seus níveis, funcionamento neural, comportamentos, etc., além de ter-me auxiliado na evangelização, foi muito proveitoso no cotidiano do meu trabalho, como assistente social do judiciário, pois me possibilitou um acolhimento/atendimento de maior qualidade aos pais e crianças com os quais trabalhei.
Ivete Campelo Andraus
CE Luz do Caminho – CELUCA
Regional Vale do Paraíba
Referência:
1 MOYSES, Lucia. A evangelização de portas abertas para o autismo, 1ª edição, Editora EME, Capivari/SP, novembro de 2022.