Entusiasmo e ideias fervilhantes

Entusiasmo e ideias fervilhantes

Como surgiu a primeira Escola de Pais na Aliança? Através de Vera Perez recebemos os depoimentos das primeiras dirigentes. Que esta viagem no tempo possa nos auxiliar a refletir sobre o trabalho na atualidade!



SP 04/02/2024

Paz e trabalho profícuo!

Sou Rosa Maria Carleto Tosello, agora com 76 anos. E o que é voltar no tempo, há 46 anos? Assim eu chego com minha memória em 1978. Local: Centro Espírita Aprendizes do Evangelho / CEAE Genebra – São Paulo/Brasil.

Ah, 1978!  Nesse ano, dois pilares me sustentavam:

1- Eu era voluntária do CVV/SAMARITANOS, há 10 anos;

2- Em dezembro de 1977, havia terminado o Curso da Escola de Aprendizes do Evangelho, no CEAE Genebra. Interessante ressaltar aqui que, no exame espiritual para o ingresso à Fraternidade dos Discípulos de Jesus, foi destacado trabalho com crianças.

E mais, eu havia concluído o Curso de Psicologia, com o qual passei a ter um pouco mais de conhecimento e vivência quanto ao comportamento humano e consequentemente me interessei pelo relacionamento entre pais e filhos.

Daí, fui convidada, juntamente com outros trabalhadores da casa (aqui eu destaco a parceria com a Angela, minha irmã, que também havia feito psicologia), a implantar o programa para a Escola de Pais, no mesmo horário em que já acontecia a Evangelização Infantil, no CEAE Genebra.

Éramos uma turma de jovens entusiasmada, com ideias fervilhantes, comprometidas e responsáveis com a causa. Assim, demos início à fundação da Escola de Pais e não foi difícil elaborarmos o programa com temas bem diversos, mas sempre de interesse para conhecimento dos pais.

Tínhamos a impressão de que já éramos aguardados para essa iniciação, onde tudo fluía bem e em harmonia.

O objetivo dos temas era levar aos pais o conhecimento do comportamento infantil e juvenil, nas várias etapas do seu desenvolvimento; mas sempre fazendo uma correlação com os princípios da doutrina espírita, no processo da reencarnação, leis de causa e efeito, leis divinas e o quanto a doutrina acolhe e desperta o ser humano.

Para isso convidávamos expositores de outras casas espíritas, engajados com a causa da educação e da pedagogia, alguns profissionais da saúde e da educação comportamental, para abordarem os temas, sempre à luz da doutrina espírita.

Os primeiros anos, foram verdadeiros laboratórios e depois fomos testando e aperfeiçoando até atingirmos uma maturidade e com primor e dedicação, começamos a participar [como expositoras] dos Cursos de Capacitação de Evangelizadores que a Aliança promovia.

Que alegria poder receber, conversar e passar os modelos para implantação dessa modalidade aos participantes de outros Centros integrados à Aliança Espírita Evangélica que vinham até de outras cidades para se aperfeiçoarem!

Imaginem vocês: 1978, sem internet, telefone celular ou outros recursos tecnológicos na área da comunicação, transporte público precário… Mas em todos os sábados lá estávamos no CEAE Genebra: dirigentes das Escolas de Evangelização Infantil e Pais, crianças acompanhadas pelos seus pais, uma verdadeira família que queria muito aprender e acertar na educação dos seus filhos.

Lembrando também que os primeiros alunos da Escola de Evangelização eram filhos dos trabalhadores da Casa.

Assim os anos foram passando, a quantidade de pais foi aumentando e consequentemente a de crianças também, na Evangelização Infantil.

Não podemos deixar de enfatizar que algumas crianças que foram evangelizadas, cujos pais participavam assiduamente, frequentaram a seguir a Mocidade e depois Escolas de Aprendizes. E mais, se tornaram Dirigentes de Escolas também!

Mas o elemento motivador desse processo foram os pais, que não mediam esforços para levarem seus filhos à Evangelização e também aproveitavam para assistir às aulas direcionadas a eles e se relacionarem entre si, trocando ideias e experiências.

Não havia, entre nós, competição de poder ou hierarquia, vaidade ou melindres.

Formávamos um bloco único, respeitoso e comprometido com aquilo que fazíamos. Ainda mais porque tínhamos como modelos sempre presentes os dirigentes da Aliança e nossos próprios dirigentes de Escola de Aprendizes – Jacques Conchon, Suely Conchon, Valentim Lorenzetti, Flávio Focássio, Wilson Focássio, Arnaldo Coutinho e tantos outros que nos orientavam e nos estimulavam.

Gratidão agora aos membros da Aliança Espírita Evangélica, por me fazerem voltar no tempo, onde essas vivências não estavam esquecidas, apenas adormecidas.

Abraços a todos,

Rosa Maria

CEAE Genebra

São Paulo / Centro


É importante lembrarmo-nos do acolhimento fraterno que sempre tivemos para com os pais. Tínhamos livros de apoio sobre pedagogia e psicologia, além da vivência de cada um. As dificuldades e experiências eram levadas para o grupo e trocadas entre todos. Sempre estávamos abertos ao diálogo e informações novas. No decorrer dos anos, tivemos muitos feedbacks positivos dos pais.

A estes encontros deve ser dada importância continuamente. Nada como essa troca ao vivo!

Beijos,

Angela Carleto

CEAE Genebra

São Paulo / Centro