Paciência e Empatia – cuidado ao falar por parte do evangelizador

Paciência e Empatia – cuidado ao falar por parte do evangelizador

Quem aqui já ouviu falar que as palavras tem poder?

Apesar de muitos terem escutado ou até mesmo lido essa frase, observa-se que nem todos tem consciência do poder que as palavras têm.

Dependendo do quê e de como falamos, podemos estimular, curar, construir, consolar, assim como desanimar, destruir, ferir, magoar…, conforme nossas colocações.

Nossas palavras emitem vibrações, é por meio das palavras que transmitimos ideias e sentimentos. Ainda que a palavra seja uma grande ferramenta, vale a pena lembrar que existem diversas formas de comunicação além da verbal: visual, escrita, gestual, entre outras.

Antes de abordarmos o tema: paciência e empatia – cuidado ao falar por parte do evangelizador, vamos definir o significado das palavras paciência e empatia:

Paciência – característica de manter um controle emocional equilibrado, sem perder a calma, ao longo do tempo.

Empatia – exercício afetivo e cognitivo de buscar interagir, percebendo a situação sendo vivida por outra pessoa, além da própria situação.

O que estamos oferecendo aos evangelizandos?

Ao assumir a tarefa de Evangelizador Infantil, precisamos ter consciência de que a missão educativa é uma empreitada intensa, contínua e crescente, que requer determinadas características, além do amor.

A casa espírita recebe diferentes tipos de família. O Espírito passa por muitas existências corporais. A criança é um Espírito reencarnado que traz consigo suas bagagens de múltiplas existências e necessidades diferentes. Ser que possui qualidades que podem ser aprimoradas e imperfeições que necessitam ser compreendidas para serem transformadas ao longo de seu desenvolvimento. Cabe ao Evangelizador ter um olhar individualizado, compreender que cada Espírito é único.

A virtude da paciência para ensinar, ouvir, repetir, aguardar, esperar e respeitar o tempo do evangelizando, juntamente com a leveza e a empatia – capacidade de se colocar no lugar do outro –, devem ser companheiras assíduas do Evangelizador.

A criança tem sensibilidade e uma percepção incrível em relação àquilo que deixamos transparecer e ao que estamos verdadeiramente transmitindo.

Antes de chegar à casa espírita preparemo-nos, façamos a oração, procuremos pausar por algumas horas nossas preocupações pessoais, façamos uma conexão com a espiritualidade para que possamos nos dedicar exclusivamente ao momento da Evangelização. Pensemos em Jesus, em sua mansidão. Nós estamos sendo aguardados até pelos desencarnados. Somos acolhidos, então vamos acolher os evangelizandos com alegria, ter atenção ao tom de voz, usar palavras simples, carinhosas e colocar o amor em ação.

Disse Jesus: Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas.

Tenhamos humildade e simplicidade, sejamos conscientes em relação aos pequeninos e suas necessidades, Espíritos no recomeço e na continuidade da jornada.

Ter paciência não significa ignorar o comportamento inadequado, e sim aproveitar a oportunidade para acolher o evangelizando em sua insegurança, medo ou dor, dialogar, auxiliar a perceber alternativas, buscar ajuda, levando a uma reflexão sobre suas ações.

“Sorria, você está sendo filmado” – somos observados o tempo todo, na padaria, no mercado, na família, na escola, no trabalho, enfim, a todo o momento alguém está nos olhando. E não é diferente na casa espírita que frequentamos. Como evangelizadores, nós também somos notados, principalmente pela ótica infantil, em nossa postura, nosso andar, nosso olhar e até mesmo em nossa maneira de falar.

Calma! Também somos observadores, tentamos seguir os passos do Mestre há mais de dois mil anos.

Ide e evangelizai a todas as gentes. (Marcos, 16:15)

Evangelizador por excelência, Jesus nos apresentou a tarefa de evangelizar. É fundamental que mantenhamos a constância na busca pelo autoconhecimento, aprendendo a identificar e entender nossas emoções, renovando nossos sentimentos e cultivando o equilíbrio. O que levará ao desenvolvimento de virtudes que serão aperfeiçoadas, conforme nossa dedicação aos estudos doutrinários, à prática, à exemplificação e à vivência do Evangelho de Jesus em nosso cotidiano.

Jesus tratava a todos com amor e respeito. Olhava nos olhos, ouvia com atenção e paciência e não fazia distinção entre as pessoas.

A criança é sementeira que aguarda.

Quais as qualidades da semente que estamos lançando?

Devemos sempre lembrar que, ao evangelizar Espíritos, estamos também nos evangelizando. É um processo contínuo. Segundo Emmanuel: para evangelizar é necessária a luz do amor no íntimo, é preciso vibrar e sentir com o Cristo1.

 

Silvia Maria dos Santos Amâncio Ribeiro

CE Luz do Caminho – CELUCA

Regional Vale do Paraíba

 

Referências:

1XAVIER, Francisco C. O Consolador, 13ª edição, FEB, capítulo Realização.