Quem é minha mãe e quem são meus filhos?

Quem é minha mãe e quem são meus filhos?

 

Pode ser que ao ler este título, neste momento, muitas questões passem pela sua cabeça.

Conhecer minha mãe e meus filhos… puxa! Será que saberei responder? Hoje faremos uma reflexão sobre este tema.

Em princípio, muitos irão dizer que nossos filhos são Espíritos que nos foram confiados, por Deus, a fim de que pudéssemos auxiliar em seu desenvolvimento moral e espiritual.

Contudo, vamos nos aprofundar um pouquinho mais nesta questão.

Entender e compreender a grande oportunidade que toda a fase infantil nos proporciona, pois não é por acaso que a infância é um período longo para o ser humano. Tudo na criação de Deus tem um propósito.

Perguntado aos Espíritos: Qual a finalidade do Espírito passar pelo estado da infância?1 A resposta foi: Encarnando com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo.

A convivência familiar não se limita a um único objetivo do convívio, vai muito mais além. O lar é um laboratório de almas, mesmo passando pelas mesmas experiências, cada um aprende de acordo com seu grau de desenvolvimento.

O desenvolvimento da criança é gradual, contínuo, individual. Uma etapa de aquisição de novos hábitos, construção de valores, conceitos e crenças.

A criança é um ser dependente, cabe aos pais ou responsáveis a tarefa de estimular, durante o seu desenvolvimento, a capacidade de conquistar sua autonomia.

Podemos afirmar que conhecemos nossos filhos?

Estamos conversando, escutando, dando-lhes atenção e limites? Estamos atentos a suas atitudes, ações e a seus sentimentos?

Com a modernidade, às vezes, nos distraímos e acabamos por negligenciar aqueles a quem mais amamos. E quando percebemos já é tarde, o tempo passou…

Tempo… Jesus, nosso divino modelo, nos mostra em várias passagens do Evangelho que todo momento é tempo de ensinar.

Como por exemplo:

E, tendo vindo para casa, reuniu-se aí tão grande multidão (…) o povo se assentara em torno dele e lhe disseram: “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e te chamam.” — Ele lhes respondeu: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” — E, perpassando o olhar pelos que estavam assentados ao seu derredor, disse: “Eis aqui minha mãe e meus irmãos; pois todo aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.”2

Jesus conhecia Maria e sua essência espiritual.

E você? Saberia responder quem é sua mãe?

Por acaso, você já se deu conta que só conhecemos nossa mãe, neste mundo, a partir de nosso nascimento?

Antes da nossa chegada há um passado, histórias vivenciadas por nossas mães. São lembranças, memórias afetivas, com alguns momentos eternizados em pequenos álbuns de fotografias.

Se durante seu crescimento sua mãe compartilhou alguns momentos de sua trajetória, parabéns! Seja grato! Você é um privilegiado.

Agora, se faz parte da turma que nem imagina como era a vida de sua mãe, e a tem do seu lado, aproveite a oportunidade para conhecê-la melhor, seus sonhos, suas lutas, seus talentos e até seus amores.

O diálogo é o alicerce da família, cuidar de alguém é uma grande responsabilidade. Passamos anos ao lado desse Ser maravilhoso, “mãe”, designado por Deus, incumbido de nos ajudar em nossa caminhada, de acordo com nossa programação reencarnatória. Seres abnegados, assim como os pais, dando o melhor de si, em prol dos filhos.

Respeitar a individualidade, a diversidade em família, conhecer nossas raízes, estreitar laços, também faz parte de nosso processo evolutivo.

E agora, se voltarmos à nossa reflexão: Quem é minha mãe e quem são meus filhos? Você saberia realmente responder?

Deixo uma dica: Se você não sabe como responder ouça o seu coração, assim saberá a melhor direção!

 

Silvia Maria dos Santos Amâncio Ribeiro

C.E. Luz do Caminho – CELUCA

Regional Vale do Paraíba

 

Referências:

1Allan Kardec – O Livro dos Espíritos, questão 383.

2Allan Kardec – O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XIV, item 5.