Aprimoramento contínuo
Aprimoramento contínuo
Em qualquer atividade, seja ela intelectual ou não, a busca pela formação continuada faz-se necessária.
Não é diferente na atividade do Evangelizador Infantil, seja ela Espírita ou não. O aprimoramento desenvolve a competência e, consequentemente, contribui para o aprendizado e assimilação por parte do evangelizando. Precisamos garantir às nossas crianças espaços de efetiva participação, estudo e confraternização. Isto pode ser alcançado com a busca pela qualidade crescente da tarefa da Evangelização Espírita, contemplando o zelo doutrinário, relacional, pedagógico e organizacional.
A busca de novas informações promove apoio às diferentes necessidades do evangelizador no processo de evangelizar.
Participar de cursos oferecidos pelas Regionais ou mesmo pela Equipe de Apoio à Evangelização Infantil da Aliança é necessário, mas não suficiente. Deve funcionar como importante motivação para busca de novos conhecimentos.
A formação continuada auxilia na superação dos obstáculos que o voluntário da Evangelização encontra ao longo do percurso e que não deve, de forma alguma, ficar no improviso.
Identificadas as dificuldades, deve-se procurar ajuda com a equipe de sua casa e juntos buscarem soluções, propiciando uma reflexão na qualidade do ensino e o crescimento espiritual de quem ensina e de quem aprende.
Temos o auxílio da espiritualidade responsável por esta atividade, mas vamos nos recordar que no Evangelho Segundo o Espiritismo encontramos a máxima:
Ajuda-te que os céus te ajudarão.
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Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei a porta e se vos abrirá: porquanto quem pede recebe e quem procura acha e àquele que bata à porta, abrir-se-á. (…)
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Do ponto de vista terreno, a máxima: Buscai e achareis é análoga a esta outra: Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará. É o princípio da lei do trabalho e, por conseguinte, da lei do progresso, porquanto o progresso é filho do trabalho, visto que este põe em ação as forças da inteligência.1
Prova desta orientação se percebe no preparo de aula, por exemplo. Ao fazermos a ligação com o Alto e sairmos em busca de material, encontramos com muita facilidade o que deve ser utilizado nas aulas. Isto nos mostra que é necessário sairmos da inércia e adentrar no processo da ação, através da lei do trabalho.
Não nascemos evangelizadores, nos fazemos evangelizadores através de cursos e aprimoramentos contínuos.
As orientações neste sentido encontram-se principalmente nas obras da codificação. Não as despreze.
Que definição se pode dar da moral? – A moral é a regra do bem proceder, isto é, de distinguir o bem do mal. Funda-se na observância da lei de Deus. O homem procede bem quando tudo faz pelo bem de todos, por que então cumpre a lei de Deus.2
A missão de Evangelizar deve ser levada a sério! O compromisso assumido antes de nosso reencarne é grande.
Os espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.3
Vós sois o sal da terra. – Jesus4
Vós sois a luz do mundo. – Jesus4
Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens. – Jesus4
Todos vós, homens de fé e de boa vontade, trabalhai, portanto, com ânimo e zelo, na grande obra de regeneração, que colhereis pelo cêntuplo o grão que houverdes semeado.5
As sugestões a seguir podem ser úteis para esse aprimoramento dos Evangelizadores:
Filmes:
A Educação de Pequena Árvore. Faz-nos refletir sobre o preconceito e a discriminação ético-racial.
Float, curta metragem que fala sobre inclusão.6
Livros:
A Raiva, de Blandina Franco e José Carlos Lollo, é encantador.
Pata de Elefante, de Luciene R. P. Tognetta, com ilustrações de Paulo R. Masserani, também.
Um Encontro com Jesus, de Divaldo Franco. Li e recomendo este livro que fortalece nossa missão diante de Jesus.
Curso de Preparação para Evangelizador da Infância. Não deixe de ler esta versão atualizada.
Infância e mediunidade, por Rafael de Figueiredo, ditado por François Rabelais. Este livro auxilia na identificação e reflexão sobre o comportamento das crianças que chegam às nossas casas.
Site:
Gosto muito do site Seara Espírita7, onde encontro indicação de leituras para aprimoramento.
Vale a pena, também, ler os artigos cujos links encontram-se nas referências. Embora os autores abordem a educação convencional, suas considerações podem ser levadas em conta e adaptadas ao trabalho do Evangelizador. Descrevem a importância da participação nos grupos de estudos. Por exemplo:
Kemle Senhorinha Rocha Tuma Viana, em seu artigo8, escreve: “Através dos encontros na formação, os docentes podem trocar experiências, conhecimentos, falar sobre suas dúvidas e observar os resultados do seu trabalho em sala de aula, com atividades inovadoras e estratégias que estimulam a reflexão. Dessa forma, é possível identificar e ampliar os conceitos e aplicar na prática os princípios do planejamento no ciclo da alfabetização.”
Paulo Freire escreveu9: “Faz parte da natureza da prática docente a indagação, a busca, a pesquisa. O de que se precisa é que, em sua formação permanente, o professor se perceba e se assuma, porque professor, como pesquisador.” Para o mesmo autor: “na formação, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática”.
Concluímos com a contribuição de outros ilustres irmãos reforçando o mesmo propósito:
[…] a tarefa de Evangelização Espírita Infantojuvenil é do mais alto significado dentre as atividades desenvolvidas pelas Instituições Espíritas, na sua ampla e valiosa programação de apoio à obra educativa do homem. Não fosse a evangelização, o Espiritismo, distante de sua feição evangélica, perderia sua missão de Consolador […]10
Instruamo-nos, pois, para conhecer. Eduquemo-nos para discernir. Cultura intelectual e aprimoramento moral são imperativos da vida, possibilitando-nos a manifestação do amor, no império da sublimação que nos aproxima de Deus.11
Maria do Rosario Justino
Casa de Oração Caminho da Paz
Artur Nogueira – SP
Regional Campinas
Referências:
1 KARDEC, Allan, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXV, itens 1 e 2.
2 KARDEC, Allan, O Livro dos Espíritos, questão 629.
3 KARDEC, Allan, O Livro dos Espíritos, Prolegômenos.
4 Novo Testamento, Mateus: 5, 13, 14 e 16)
5 KARDEC, Allan, O Livro dos Espíritos, questão 1019.
6 Disponível em: https://fb.watch/dSjbfjeohL/ (acessado em 25/06/2022)
7 https://www.searadomestre.com.br/evangelizacao/livros.htm
8 A importância da formação continuada de professores alfabetizadores para melhorias na prática pedagógica: Um estudo de caso, disponível em:
https://www.redalyc.org/journal/5746/574660903001/html/ (acessado em 26/06/2022)
9 FREIRE, Paulo, Pedagogia da autonomia. 1ª edição, São Paulo, Paz e Terra, pág. 32.
10 Emmanuel em XAVIER, Francisco C., Fonte Viva, cap. 91.
11 Bezerra de Menezes, psicografia Júlio Cezar Grandi Ribeiro – Vila Velha (ES), 2 de agosto de 1982
Outras referências:
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, Introdução e Perigos e Inconvenientes da Mediunidade, item 221, subitem 7.
- O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, Introdução, item IV.
- Curso de Preparação para Evangelizador da Infância, 3ª edição, 2021, editora Aliança.
- Caminho, Verdade e Vida, por Francisco Cândido Xavier, ditado pelo Espírito Emmanuel, lição 4, A lei do trabalho.
- http://febnet.org.br/dij/comunicativos/orientacao_a_acao_evangelizadora_espirita_da_infancia_subsidios_e_diretrizes_final.pdf
- https://www.searadomestre.com.br/evangelizacao