Pinguinho e Xô, corona
Hoje, em nossa coluna Momento literário, apresentamos um conto, psicografia da equipe do CEAE Brasília. Na sequência, uma paródia musical que incentiva os cuidados com a saúde neste momento de pandemia, criada por Luzimaria da Silveira Carvalho, da Casa Miramez, em Fortaleza.
Esperamos que você aprecie e se inspire para aproveitá-los em suas aulas com as crianças e com os pais / responsáveis.
Pinguinho
Pinguinho era o irmão mais novo de Joca. Joca não podia jamais ser Joquinha. Menino avantajado, sempre usava roupa de numeração dois ou três anos para frente. Sapato, seus pais já compravam vários números maior, porque senão era um desperdício. Joca não cansava de ser grande.
Pinguinho, ao contrário, era pequeno. Em tudo era pequeno. Nas roupas, no sapato, até na voz. Era dessas pessoas com o dom de se fazer invisível. Quando queria, se punha tão discreto, que parecia estar com uma capa especial de fazer desaparecer.
Seu nome não era Pinguinho, era Matias. Mas os amigos deram o apelido de Pinguinho e o apelido pegou. Na verdade, não pegou muito porque apelido pega, gruda mesmo, quando o apelidado se zanga, reclama, xinga. Aí apelido vira quase nome oficial. Quase, só porque em casa não costumam chamar pelo apelido de fora de casa.
Mas Pinguinho nunca ligou a mínima para o apelido. No quieto que ele era, Pinguinho gostava era de observar as pessoas. Divertia-se com seus colegas. Entendia tanto o jeito de cada um, que sentia até pena das vezes que os meninos se provocavam ou provocavam Pinguinho. Ele via que era até uma canseira para os próprios meninos de tanta tolice que faziam. E que de tão tolos, não conseguiam parar. O resultado é que o apelido Pinguinho virou um jeito carinhoso de chamarem o menino. Ele era pequeno, discreto, quase invisível, não se zangava com ninguém. E quando ninguém esperava, ainda falava alguma esperteza que ajudava um ou outro.
Quem vivia sendo ajudado por Pinguinho era Joca. E no final, Pinguinho sempre dizia: Joca, Joca, é uma pena que você seja tão grande. Acaba que sua orelha fica longe das coisas pequenas aqui debaixo. Sabe Joca, é nas pequenas coisas que ficam as respostas dos mistérios. A voz dos segredos é a pequenina. Precisa estar pequeno para ouvi-la. Mas não se preocupe. Eu vou te contando, eu vou te contando… e Joca saía coçando a cabeça e pensando: esse meu irmão sabe das coisas. Quando eu crescer, quero ser pequeno como ele.
Graças a Deus!
Equipe de psicografia
CEAE Brasília 1 – DF
Regional Ribeirão Preto
Luzimaria da Silveira Carvalho
Casa de Miramez / Fortaleza / Ceará