A família e a parábola do Bom Samaritano
A família e a Parábola do Bom Samaritano
Voltando a tratar da relação entre a Evangelização Infantil e a sala de pais, lembramos o artigo escrito anteriormente (veja em https://alianca.org.br/site/2022/07/01/pontes/), no qual foi mencionado que é aconselhável que os programas de aulas da Sala de Pais estejam, sempre que possível, em sintonia com os programas da Evangelização. Isto tanto com o objetivo de que os pais saibam o que os filhos estão aprendendo em suas aulas, quanto para que os próprios pais se esforcem para vivenciar aqueles ensinamentos em seus lares, dando assim o exemplo que irá reforçar o que foi transmitido nessas aulas.
Assim, ressaltamos novamente que, nas reflexões propostas nas aulas da Sala de Pais, é importante buscar o estabelecimento de uma relação entre os conhecimentos do Evangelho e as questões práticas vivenciadas na família. Neste sentido, consideramos que é fundamental que os coordenadores e expositores da Sala de Pais façam esta ponte, que conduza os ensinamentos do Mestre para os lares. Na ocasião tivemos oportunidade de refletir sobre algumas questões que relacionaram a Parábola do Semeador com as vivências familiares.
Vamos agora fazer um exercício de propor algumas reflexões para a vivência em família a partir da Parábola do Samaritano. Dentro da proposta que havíamos mencionado, de fazer uma ponte que conduza os ensinamentos de Jesus para os lares, refletindo situações do cotidiano na família, ao tratar da Parábola do Samaritano, que nos remete à prática da caridade, é importante destacar, primeiramente, a importância da caridade dentro do lar.
Na parábola, Jesus inicia dizendo que: “um homem descia de Jerusalém para Jericó”. A interpretação desta frase nos remete a uma compreensão de que Jerusalém era considerada uma cidade santa, portanto com vibração elevada. Já a cidade de Jericó, era associada a práticas somente materiais, pois era uma cidade comercial. Desta forma, descer de Jerusalém para Jericó significa uma queda no padrão vibratório, devido quase sempre à nossa invigilância moral. Podemos então refletir enquanto pais: Quantas vezes contribuímos para a queda do padrão vibratório em nossos lares, devido à irritação, às brigas, ou mesmo a partir de cenas inferiores assistidas na televisão?
Continuando a proposta de refletir com os pais sobre a Parábola, lembramos que Jesus menciona que o homem caiu nas mãos de assaltantes e podemos dizer que atualmente nossas famílias são constantemente assaltadas por diversos valores contrários àqueles pregados por Jesus em seu Evangelho.
Na sequência da narrativa Jesus diz que passaram pelo caminho um Sacerdote e um Levita, mas que não se detiveram para auxiliar aquele que estava caído, e passaram para o outro lado, sem se deixarem tocar pelo sofrimento daquele homem. Quantas vezes as famílias também não permanecem tão “bitoladas” em seus afazeres intermináveis, em atividades sem fim, que acabam se insensibilizando, mantendo relações glaciais, frias, e deixando os filhos à margem do caminho?
Diante da atitude do Samaritano, que não possuía credenciais como os dois primeiros que eram religiosos, mas que acolheu o caído e atendeu às suas necessidades, podemos também refletir com os pais: Como podemos fazer para sermos famílias samaritanas que atendem às necessidades de nossos filhos? Interessante observar que Jesus disse que o Samaritano foi tomado de compaixão pelo homem ferido, ou seja, ele abriu seu coração para amar o próximo, mesmo não possuindo as credenciais religiosas, como dissemos. Nesse sentido podemos refletir que existem pais que não conhecem qualquer teoria pedagógica, sociológica ou psicológica, mas que abrem seus corações para amar seus filhos e isto é o mais importante.
O Samaritano colocou remédio nas feridas do homem, o que podemos entender, trazendo para a vivência familiar, a necessidade de a família acolher os filhos quando estes se encontram feridos, pelas violências, agressões de todo tipo sofridas nos ambientes onde convivem, seja na escola ou no grupo de amigos.
Por fim, Jesus afirma na Parábola que o Samaritano levou o homem para a hospedaria, continuou cuidando dele durante a noite, mas como tinha que seguir viagem, deu duas moedas ao hospedeiro recomendando que cuidasse do ferido e quando voltasse pagaria o restante.
Poderíamos relacionar este final da parábola com o início quando mencionamos que muitas famílias estão envolvidas em tantos afazeres que não conseguem dar atenção aos filhos, e perguntar aos pais: Então os pais devem deixar os seus afazeres para somente cuidar dos filhos? Como conciliar tudo isto? É claro que os pais não precisam deixar de fazer todas as suas atividades, mas devem priorizar a caridade no lar como fez o Samaritano, mesmo que as vezes tenham que atrasar um pouco “a viagem” como aquele fez. Além disso, poderíamos dizer que as famílias também podem contar com uma Hospedaria, recomendada por Jesus e, portanto, Divina, que se chama Evangelização Infantil. Ela pode auxiliar os pais a cuidar das necessidades de Evangelização de seus filhos. Por isso, é importante recomendar aos pais que não deixem de levar seus filhos à Evangelização pois as famílias que assim agem, estão caminhando para se tornarem “Famílias Samaritanas”.
Esperamos assim, que as reflexões aqui propostas possam servir para auxiliar nas aulas das Salas de Pais que queiram abordar a Parábola do Bom Samaritano relacionando-a com a vivência em família.
José Arnaldo Fernandes Filho
FE Vinha de Luz
Regional Minas Gerais