É preciso disposição para o “CONHECER”

É preciso disposição para o “CONHECER”

Em meados de junho de 1992 eu cursava a Escola de Aprendizes do Evangelho quando uma amiga me convidou para conhecer um Centro um pouco mais perto de casa e que estava precisando muito de pessoas para ajudar.

Como eu não tinha nada para fazer no sábado de manhã, resolvi ir conhecer esse lugar. No princípio foi por curiosidade e, sinceramente, posso dizer que achei o local meio estranho, não gostei muito, mas estava cheio de crianças. Neste caso pensei: Gosto de crianças…

 

Na época, nem mesmo sabia o que estava fazendo lá, confesso que não gostei muito e pensei até em não retornar.

Durante a semana fiquei pensando se voltaria ou não e por fim resolvi voltar, porém com o seguinte pensamento: Vou lá ajudar, tem muita criança e eles precisam.

Este pensamento durou alguns meses e ao mesmo tempo fazendo a Escola de Aprendizes, foi mudando algo em mim. Fui me interessando cada vez mais, até que um dia a dirigente do trabalho me chamou de canto, sugerindo que eu fosse num dia da semana à noite para conversarmos. Eu fui. Ao chegar, ela estava me esperando com um monte de livros na mão, dizendo que queria me apresentar o material da Evangelização Infantil. Tentava me convencer que eu tinha tudo para ser evangelizadora e me perguntou se eu topava fazer o próximo curso. Lembro-me direitinho deste dia. Saí do Centro com uma sacola de apostilas nas mãos. Por sinal, naquela época, as apostilas eram sem ilustrações, sem nada digamos, “muito cativante”. Tive receios, fiquei um pouco insegura, mas interessada em conhecer. Mais uma vez pensei: Não me custa tentar… afinal posso aprender, posso estudar e, quem sabe, até ser útil, né?

Fiz o curso e gostei muito. Nele me disseram que havia reciclagens. Fiz reciclagens. Nas reciclagens me disseram que havia seminários. Participei dos seminários. Nos seminários me disseram que havia reuniões de Casas da Regional. Ia às reuniões. Nas reuniões de Regionais me disseram que havia Encontros. Fui aos Encontros e, diga-se de passagem, não parei mais. Na verdade, ia e vou até hoje a tudo que acho importante, que me acrescenta conhecimento para colaborar na Evangelização Infantil.

O que pretendo dizer?

Passaram-se trinta anos e ainda sinto que tenho muito a aprender, cada dia é um dia na Evangelização, as gerações são outras e nós temos que continuar a cativar, encantar e fortalecer este trabalho tão importante e necessário para a infância.

Na pandemia me bateu o desespero ao pensar: Vamos ter que parar?

Graças a Deus não paramos, sabe por quê? Porque pertencemos a um movimento chamado Aliança Espírita Evangélica, onde a premissa é confraternizar para melhor servir. Estar neste movimento significa que um motiva o outro, uma Regional fortalece a outra, uma Casa aqui motiva a outra ali. Isto é tão verdade que na pandemia, quando percebemos que não haveria como atender presencialmente, começamos a evangelizar de forma on-line e mais uma vez pensei: TEMOS QUE NOS APRIMORAR, nem todos têm habilidades com a tecnologia. Mais uma vez, vamos estudar? Vamos conhecer? Vamos aprender a dar aulas on-line?

Isto é tão mágico que pudemos perceber que nós, evangelizadores, teríamos agora um bom meio para fazer o estudo continuado. BORA… Estamos com grupos de estudo continuado para aqueles que já estão há bastante tempo na Evangelização, já fizeram cursos e agora precisam apenas dar continuidade para que a chama da motivação não se apague.

Evangelizar nos possibilita muitas coisas, mas é preciso disposição para o conhecer. Na verdade é PRECISO HUMILDADE para aceitar que ninguém sabe tudo, mesmo há anos na evangelização. Sempre haverá algo novo a ser aprendido, sempre haverá quem nos conta um conto de forma diferente, haverá aqueles que sabem músicas muito mais interessantes do que aquelas que já conhecemos, haverá aqueles que poderão nos ensinar a brincar de um jeito bem mais legal do que já sabemos. Haverá aqueles que poderão nos ensinar de forma muito simples, que é simples de aprender. Sempre haverá quem nos ensine algo diferente e o diferente pode fazer muita diferença em nossas aulas da Evangelização.

Se você é evangelizador, pense em ser O evangelizador que faz a diferença. Estude, busque o estudo continuado, se fortaleça com aqueles que têm para lhe ensinar.

Se você pensa em ser um evangelizador ou evangelizadora, não perca as oportunidades que lhe são oferecidas. Talvez venham a ser únicas e que terão o poder de lhe fortalecer nesta missão tão nobre que é evangelizar.

Maria Eliana Vieira

CEAE Vila Nhocuné

Regional SP Leste