Projeto da Reformulação pelo AMOR

Projeto da Reformulação pelo AMOR

Ao estudar os conceitos da Programação Neurolinguística aprendi que nossa mente é programável. Tudo o que nós fazemos repetidas vezes, querendo ou não, de bom ou de ruim, gera hábitos. Esses hábitos, muitos deles maus hábitos, podem gerar vícios e até crenças profundas negativas.

Sem querer me aprofundar muito no tema, apesar de estar apaixonada pela eficiência da PNL, vou explicar para vocês como venho refletindo sobre a comunicação com a minha família e a Evangelização Infantil.

As crianças são bem maleáveis, umas “esponjinhas”, captam e repetem tudo: modo de falar, humor, comportamentos, etc. O que muitas vezes é dolorido, pois as vemos reproduzir nossas próprias falhas (aquelas que temos medo até de admitir que elas existem).

Foi através das práticas de PNL que o Projeto da Reformulação pelo Amor surgiu na minha casa. Meus filhos começaram a ver o meu esforço em mudar as minhas palavras ao utilizar expressões mais adequadas. Além de estar sempre mais focada na intenção positiva de cada um dos meus comandos. Meus filhos entraram na brincadeira! Perceberam que precisa de esforço para mudar, mas que é possível, especialmente quanto mais nos ajudarmos. Então sistematizamos a brincadeira para eles usarem como uma ferramenta:

1. Evitar o “não” inadequado

a) Só pode dizer o não para respostas únicas. “Quer uva? Não.”

b) Por incrível que pareça, a mente tira o “não” da frase e guarda apenas o comando contrário da sua intenção.

c) É uma forma de ser mais positivo;

d) Evita chantagens e terrorismos desnecessários ex: “Come, se não….”

2. Busca da Intenção Positiva

a) O que exatamente você quer comunicar? Qual a intenção positiva? Busque primeiro o que você QUER que aconteça.

b) Deixe de lado seus medos sobre o que pode acontecer.

c) Afaste-se de todas as ideias NEGATIVAS, e aproxime-se das ideias do que PODE e são positivas.

d) Podemos até, ao invés de broncas, sugerir novas formas de fazer o certo, usando o “Que tal?”

e) Ex: Não pode subir no sofá não. Se não você pode cair, estragar o sofá, se machucar, sangrar, ir para o hospital, tomar injeção, etc.

Substituição 1: Tire os pés do sofá, ele foi feito para sentar.

Substituição 2: Tire os pés do sofá, mas se quiser continuar pulando, que tal agora pularmos no chão?

3. Reformular a frase

a) Uma frase “mal-dita” é lançada

b) É importante identificar se a intenção é realmente positiva e a forma de falar é que foi ruim ou se a intenção foi negativa mesmo.

c) Combinamos que se a intenção for negativa não iríamos repetir, mas pedir desculpas e nos calar.

d) Se a intenção era positiva, eu pergunto: “Como você pode falar a mesma coisa de forma mais amorosa e positiva? Quer ajuda para reformular?”

e) A reformulação envolve:

    • Achar a intenção positiva
    • Tirar o “não” inadequado
    • Mudar o TOM de voz para um mais amoroso
    • Pode começar pelo sentimento envolvido (mesmo que seja negativo) e terminar com algo positivo e amoroso
    • Ao invés de bronca sugerir outras formas de fazer ou oferecer ajuda

f) Ex: (volume alto da TV) “Você está surdo? Não está ouvindo que tá muito alto?”

    • Substituição 1: Você poderia diminuir o volume por favor?
    • Substituição 2: O volume alto me acordou e isso me deixou irritado, você poderia diminuir o volume por favor? Quer ajuda?

g) Ex: (dedo no nariz) “Tira o dedo do nariz! Que nojento!”

    • Sua intenção era apenas xingar e ofender? OU sua intenção é corrigir?
    • Se for apenas xingar, pede desculpas.
    • Substituição: Gostaria de um papel para limpar o nariz?

Muitas vezes a criança está irritada e tem dificuldade de reformular, ou nem aceita o desafio. Encoraje-a a começar pelo sentimento que está sentindo, isso ajuda muito a criação de novo hábito em que falar sobre os sentimentos é possível e saudável. Ajude-a a nomear o sentimento e a identificar exatamente a intenção positiva e, caso não tenha sido positiva a intenção, oriente como poderia ter tornado o momento mais amoroso.

Este é um projeto bastante útil para os evangelizadores infantis usarem em aula, principalmente quando houver discussões ou desentendimentos entre alunos. Uma ideia é usar as técnicas acima e também utilizar exemplos das histórias já contadas ou sobre os ensinamentos de Jesus e propor as reformulações, acrescentando mais atitudes de amor.

É um exercício para pais e filhos, evangelizadores e crianças. Para cuidarmos da nossa comunicação, criando novos hábitos de pensamentos mais positivos e saudáveis, deixando de lado os medos, ameaças e chantagens que saem até sem intenção. Mesmo na Adversidade e no meio do problema podemos estar atentos e trazer ferramentas para nossos pequenos aprenderem as alternativas amorosas e pacíficas que Jesus nos ensinou.

Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra. (S. Mateus, 5:5.)

Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. (S. Mateus, 5:9.)

Luiza Bastos

Grupo Espírita Razin

Regional SP Centro