Um presente para Jesus

Rebeca em:

Um presente para Jesus

Oi, amiguinhos! Alguém aqui já andou de ônibus? Hoje fui na cidade de ônibus com minha mãe Lulu.

Tinha tanta gente! Estava cheio, não tinha lugar para sentar. Minha mãe falava:

– Segura! Segura, menina! Vai cair!

– Como segurar? Onde mãe? Não alcanço o ferro. Opa!

Quase caí, mas segurei no vestido dela. Havia um monte de vovozinhas quase caindo também e as pessoas não davam o lugar para elas sentarem. – Será que ninguém aqui tem vovó em casa? – Pensei.

Eu tenho vó, lá na roça. Outro dia ela me levou para pescar, não gostei não. A gente não pode falar, nem cantar, tem que ficar bem quietinha para o peixe vir.

Quando o ônibus parou, uma mulher levantou e me disse:

– Senta aqui, menina. – E desceu.

Eu não quis, chamei uma vovó e dei o lugar para ela. Segurei na minha mãe e o ônibus andou.

A cidade estava linda, toda enfeitada para o Natal! Gente, minha mãe não pode ver uma loja que já vai entrando. Minha perna ficou doendo, estava cansada de andar e ela queria ver tudo!

– Quero ir embora! – Reclamei.

Depois de muito tempo, meu pai foi buscar a gente de carro.

Cheguei em casa, ufa! Entrei correndo e deitei no sofá. Ah! Que delícia! É aqui que vou ficar. No cantinho da sala está o presépio, que ajudei a montar. Mas a gente não pode colocar Jesus, ainda! Só no Natal, quando for meia-noite, minha vovó Inácia me ensinou.

– Rebeca! – Chamou meu pai. – Anda, menina, vem ajudar a pegar as bolsas no carro!

– Já vou!

Fui arrastando o pé… Porque tem tanta coisa no carro! Acho que minha mãe exagerou, comprando presente pra todo mundo, menos para Jesus. O presente para Ele é diferente. Meu pai disse que tem que ser algo nosso, uma coisa especial.

Fiquei pensando, o que posso dar? O que tenho de especial é só minha boneca… E não posso dar.

Acabei de ajudar. Chegou a hora de dormir…

Dali a pouco minha mãe me chamou:

– Acorda, Beca! Levanta! É quase meia-noite.

Pulei da cama e abri a janela. Nossa! Já era noite e o céu estava cheio de estrelas. Troquei de roupa, rapidinho, nem tomei banho. Dormi demais, por que ninguém me acordou antes?

Ouvi a voz de minha avó Inácia. Fui correndo na cozinha, todo mundo estava lá conversando e comendo. Meus irmãos estavam abrindo os presentes.

– Gente! Esperem por mim! Vou colocar Jesus na manjedoura.

Corri na sala. E Jesus? Cadê Jesus? Vai dar meia-noite, tenho que colocá-lo na manjedoura! Procurei e não achei, onde está Jesus? Será que era por causa do presente? Gritei:

– Mãe, mãe! Jesus sumiu! Toma minha boneca, vem Jesus, pode pegar!

– Beca, Beca, acorda! Calma, filha… Você está sonhando.

– Mãe, Jesus foi embora! Eu não dei a boneca pra ele. Não tem Natal sem ele! – Choraminguei.

Minha mãe me abraçou:

– Foi só um sonho, filha. Jesus está aqui, ele não nos abandona.

– Você acha, mãe?

– Tenho certeza! Sei que você ama Jesus, filha. Seu amor é um presente precioso e Jesus ama você, também. Nunca se esqueça disso! Agora se deite e volte a dormir.

Acordei de manhã. O dia estava lindo! Ainda bem que foi um sonho. Minha avó chegou e trouxe meus primos. A festa ia começar.

À meia-noite coloquei o menino Jesus na manjedoura e entreguei meu presente a ele. Também deixei minha boneca no sofá, olhando para Jesus… Só para ficar de olho.

Silvia Maria dos Santos Amâncio Ribeiro

CE Luz do Caminho – CELUCA

Regional Vale do Paraíba