Um alerta aos pais

Um alerta aos pais

Olá, famílias! A inspiração para escrever sobre este título surgiu a partir da fala de uma criança de 6 anos, durante uma atividade na Evangelização Infantil.

Estávamos realizando um exercício sobre autoconhecimento e uma das perguntas era: O que te faz feliz?  Espontaneamente, sem parar para analisar nem pensar muito, a resposta desta criança foi:

O que me faz feliz é quando minha família brinca comigo, isso me deixa feliz, queria que tivessem mais tempo para brincar comigo, a minha família só fica no celular!

Por um instante pude sentir a emoção e a tristeza que se refletiam naqueles pequenos olhos que me encaravam, buscando uma resposta, e que logo se distraíram ao ouvir as palavras da amiga ao seu lado.

O lar é a primeira escola do Espírito. Os pais são os primeiros educadores, aqueles que irão ensinar, exemplificar, orientar, guiar e zelar por seu desenvolvimento como um todo.

Os momentos convividos em família são grandes oportunidades para transmitir valores inerentes à formação da criança.

Se antes do grande avanço tecnológico atual não conseguíamos dar a atenção suficiente às crianças, o que dizer então dessa nossa vida cotidiana agitada?

Será que a tecnologia tão avançada e rica em conectar pessoas está nos deixando distantes de nossos filhos?

Estamos realmente conscientes da responsabilidade?

Se para os adultos não é fácil competir por atenção contra a tecnologia, imagine então para as crianças.

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Santo Agostinho nos diz: “Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe Deus perguntará: Que fizestes da criança confiada à vossa guarda?”1.

Receber de Deus um Ser aparentemente tão frágil e poder contribuir para sua formação moral e espiritual é uma missão que nosso Pai nos concede. Busquemos nos tornar exemplos a serem seguidos, assim como Jesus, nosso modelo e guia.

Procuremos estar atentos às nossas crianças. Os momentos de brincadeiras também são de grandes aprendizados, a criança aprende de forma natural e simples sobre o mundo. Aprende a despertar suas emoções, a desenvolver a confiança, o respeito ao próximo, a autoestima, entre outros. E quando os pais participam destes momentos de brincadeiras, tão especiais para as crianças, são criadas memórias afetivas que farão parte de todas as fases de suas vidas.

Todos nós temos memórias afetivas que se tornaram histórias engraçadas, tristes, alegres e que compartilhamos. Algumas até narramos aos nossos filhos.

Você já sentiu a tristeza da ausência na infância?

Jesus ao nos ensinar: Façais aos outros o que gostaríeis que vos fizessem, também está se referindo ao nosso relacionamento com os filhos.

Só por um minuto coloque-se no lugar da criança que aguarda passar alguns momentos com você, esperando um minuto, como você pediu, minuto que para ela parece eterno, pois nunca acaba.

Procure perceber suas atitudes, busque o olhar de seu filho, observe como os olhos dele brilham e sorriem quando veem sua atenção totalmente voltada a ele.

Segundo O Livro dos Espíritos: “A delicadeza da idade infantil os torna brandos, acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devam fazê-los progredir. Nesta fase é que se lhes pode reformar os caracteres e reprimir os maus pendores”2.

O momento é agora! A brincadeira é uma forma de aprendizagem educativa prazerosa e significativa para o Espírito na fase da infância.

Além disso, a responsabilidade da tarefa evangelizadora se faz presente no lar, na realização do Evangelho, nas leituras edificantes, nos exemplos diários da conduta familiar, na conscientização de que cada criança é um Espírito único, que deve ser visto, ouvido, respeitado e amado em sua essência.

Silvia Maria dos Santos Amâncio Ribeiro

CE Luz do Caminho – CELUCA

Regional Vale do Paraíba

Referências:

1 Allan Kardec – O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capitulo XIV, item 9.

2 Allan Kardec – O Livro dos Espíritos, questão 385.