Por que você não pode ser normal?

Por que você não pode ser normal?

Após assistir ao curta-metragem Float1, perguntei a cinco evangelizadoras se conheciam o vídeo e se o achavam adequado para a Escola de Pais. Todas disseram que sim e fizeram um esboço ou breve roteiro de como o utilizariam.

Confira os roteiros a seguir:

Partindo da pergunta que aparece no vídeo: Por que você não pode ser normal?, proporia as seguintes perguntas:

Afinal, o que é ser normal?

Quais padrões determinam que possamos caracterizar uma criança normal ou uma pessoa normal?

Se os pais/mães não tiverem uma resposta sobre o que é ser normal, perguntaria: Por que você é tão diferente?, buscando estabelecer o conceito de diferente.

Para fechar a reflexão, apresentaria o Evangelho de Marcos 13:53: Olhai, vigiai e orai: porque não sabeis quando será o tempo…

O autista nos ensina um olhar mais amplo e sensível. Ser autista não é apenas ser diferente, mas o mundo e tudo que está ao seu redor tem sentido diferente. E nesse universo de possibilidades, não se define um padrão, não existe o “normal” neurológico, na aprendizagem, socialização, atenção e humor.

Tal recomendação do Cristo determina que devemos olhar o nosso mundo íntimo e passarmos a reformar o nosso orgulho, vaidade e a vontade de controle de filho,de ser  pai e mãe perfeita, de ter família perfeita.

Afinal, o que é ser normal? A maior proteção que os pais podem ofertar aos filhos é ensina-los a conquistar o aprendizado e a compreensão da realidade para enfrentar o dia a dia. Hoje estamos com eles. Amanhã serão eles, na condição que se encontram hoje, vivendo e constituindo família. Sim, autistas podem ter uma família.

Atualmente, trabalhando com as famílias, observo que estamos a caminho do milênio do Amor.

A flor Dente de Leão, que aparece no vídeo, me remeteu à mensagem de que os filhos são para a vida… um dia irão construir família, ou não, mas irão seguir o seu caminho.

Viviane Eloy

Fraternidade Espírita Jesus de Nazaré

Regional Campinas

O filme cabe bem na Escola de Pais para uma reflexão sobre como lidamos com as peculiaridades dos nossos filhos, se escondemos, disfarçamos, oprimimos. A conversa não pode ir para o lado do julgamento, porque é visível o conflito do pai e como ele está sozinho, sem rede de apoio.

Pensei nestas perguntas, após a exibição do vídeo:

  1. Consegue citar os sentimentos que este pai enfrenta?
  2. Você se identifica com os sentimentos? Quais seriam as suas reações?
  3. Qual o seu sentimento por este pai?
  4. Você acha que a sociedade é acolhedora para pais nesta situação?
  5. Você se considera acolhedor? Cite ações práticas de acolhimento.

As referências que eu usaria na preparação do encontro com os pais são as seguintes:

Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros (1Pedro 4:8)

Cada época é marcada, assim, com o cunho da virtude ou do vício que a tem de salvar ou perder. A virtude da vossa geração é a atividade intelectual; seu vício é a indiferença moral. (Evangelho segundo o Espiritismo, Cap9, item 8).

Haverá quem, pela sua posição, não tenha possibilidade de fazer o bem?

Não há quem não possa fazer o bem. Somente o egoísta nunca encontra ensejo de o praticar. Basta que se esteja em relações com outros homens para que se tenha ocasião de fazer o bem, e não há dia da existência que não ofereça, a quem não se ache cego pelo egoísmo, oportunidade de praticá-lo. Porque, fazer o bem não consiste, para o homem, apenas em ser caridoso, mas em ser útil, na medida do possível, todas as vezes que o seu concurso venha a ser necessário. (O Livro dos Espíritos, pergunta 643)

Vanessa Capucci

Fraternidade da Colmeia

Regional Vale do Paraíba

 

Pra esta semana a aula terá o tema: Aceitação do diferente!

Depois da prece, como vou fazer para iniciar a conversa, para motivar … Sabe como eu posso iniciar? Vou mostrar uma figura de cabeça para baixo e perguntar: está certo ou errado? Aguardo as respostas e reforço que ali não há erro. Só está sendo apresentado “diferente”!

Conduzo a conversa para coisas ou situações do que acham que seja “diferente”. Posso até lembrar que há algum tempo, mulher usar calça comprida era “diferente”. E hoje é perfeitamente “normal”!! Que homem não usar chapéu também era “diferente”.

Passar o vídeo Float e aguardar os comentários. Posso dar um “empurrãozinho” sugerindo:

Como eu lido com a diferença?

O que acha da atitude do pai em querer isolar o filho do mundo?

Tenho medo do que os outros vão dizer se meu filho for “diferente”?

Como eu, adulto “normal”, espero que meu filho “diferente” aja no meio dos outros?

Depois de ouvir os comentários perguntar: Como Jesus agiria com o menino do vídeo?

E pra finalizar… Vamos escutar a música Ser diferente é normal!

Sandra Pizarro

CE Vinha de Luz

Regional SP Centro

 

PREPARO INICIAL

 TEMA/CONTEÚDO: Aceitação / Diferenças

 Aceitação: Ação ou efeito de aceitar. Procurar entender as “diferenças” que existem e que podemos nos esforçar proativamente para servir de instrumento na evolução do ser colocado aos nossos cuidados.

MOTIVAÇÃO INICIAL

Leitura do texto: Diferenças e Diferentes2 (veja nas referências)

DESENVOLVIMENTO DA AULA

Lembrar que estamos num ambiente fraterno, com ameaça zero e o objetivo não é julgar ninguém. (Com muito cuidado, explicar que essa aula é para todos os pais, não somente para aqueles cujo filho é PcD.)

I – REFLEXÃO: Os pais sempre esperam por filhos perfeitos. E o que são filhos perfeitos? – O que é perfeição?

– Será que somos todos perfeitos?

– Quando nos olhamos no Espelho, o que vemos?

– E quando nos olhamos internamente? Como estão nossos sentimentos, nossos posicionamentos?

– Somos perfeitos?

– Qual a régua ou sistema da sociedade que estamos usando para mensurar essa perfeição?

II – AGUARDAR AS RESPOSTAS E ENTÃO EXIBIR O FILME FLOAT

Após, fazer o questionamento:

– O quanto resistimos em aceitar as “diferenças” em nossos filhos? Sem dor, sem culpas, simplesmente demonstrando o nosso amor, completamente desarmado?

FINALIZAÇÃO DA AULA: Solicitar aos pais que escrevam em um papel, um momento de alegria pura, leve, vinda do coração, do prazer em desfrutar um momento de descontração com seus filhos.

Após escreverem, sugerir que façam um quadro, um marcador de páginas ou simplesmente colem na porta da geladeira. Assim serão lembrados constantemente de que esse sentimento pode ser revivido todos os dias, todos os momentos que nos permitirmos desfrutar.

Chirlene Muniz

CEAE Santos

Litoral Centro

 

  Tema: Julgamento/Aceitação

Não julgueis, pois, para não serdes julgados; porque, com o juízo com que julgardes os outros, sereis julgados; e com a medida com que medirdes, vos medirão também a vós. (ESE – Cap. X – itens 11 a 13.)

Objetivo: Levar à reflexão sobre si mesmo e suas atitudes em relação ao próximo. Conscientizar de que cada ser é único e importante para nosso aprendizado e evolução espiritual.

Dinâmica: Despertar a empatia

Material: Meia folha de papel em branco para cada participante.

Aplicação: Entregar o papel. Neste momento cada um é uma criança e a cada frase que será dita deverá amassar o papel até que forme uma bola.

  • Sente-se excluído.
  • Percebe olhares com indiferença.
  • Quando você dá sua opinião, as pessoas ignoram.
  • As pessoas ficam quietas quando você chega na hora do café.
  • Nem todos lhe dão atenção.

Agora vocês irão desamassar a folha, deixando-a lisa novamente. Será impossível, pois haverá marcas de amassadinho na folha.

Concluir: Estas folhas representam as crianças. Assim como as folhas não voltam ao normal, é importante estarmos atentos a nossas atitudes e palavras. Principalmente nos momentos de orientação e educação, sempre deixaremos marcas, sejam positivas ou negativas, afinal, somos exemplos para nossos filhos. Como estamos agindo em relação a nossos semelhantes?

As pessoas são diferentes, cada um tem sua particularidade. Aqui mesmo nesta sala temos uma grande diversidade.

Continuando, iremos assistir ao vídeo Float (flutuar), produzido por Bobby Rubio, baseado em sua própria experiência de seu relacionamento com seu filho.

Dialogar com os pais: O que podemos observar nesta história?

Comentar: O preconceito é uma opinião formada precipitadamente, julgamos e condenamos, sem nem mesmo conhecer. O diferente causa estranheza e nos tira da zona de conforto, conviver com o desigual requer mudanças em nós.

A aceitação do diferente é um processo ativo em nosso interior, compreender, entender para aceitar o novo, é enriquecer. A empatia também faz parte deste processo, nos colocarmos no lugar do outro, é o que Jesus nos ensina.

Neste momento iremos fazer uma reflexão: (Colocar uma música suave e relaxante)

Por um instante vamos nos colocar no lugar da criança e buscar sentir como foi para ela esses momentos vividos sendo moldada para se encaixar na sociedade (aguarde uns minutos).

Agora vamos nos ver como o pai, que tenta de todas as maneiras proteger seu filho do mundo (aguarde).

E, por último, vamos nos colocar no lugar dos vizinhos, que se depararam com uma criança diferente dos padrões habituais (aguarde um pouco).

Abrir para o diálogo:

Como se sentiram em relação ao comportamento dos personagens?

Será que algumas vezes não agimos dessa maneira em nossas vidas?

Vamos direcionar essa reflexão para nós, nosso lar e a maneira como agimos com nossos filhos.

Estamos realmente preparando-os para a vida com Jesus? Somos exemplos a serem seguidos?

Amar significa respeitar, aceitar, cuidar, acolher, ajudar, amparar, independente de nossa aparência física, somos centelhas divinas criadas por Deus. Reencarnamos em corpos com as características necessárias ao nosso aprendizado e evolução espiritual.

Silvia Maria dos Santos Amâncio Ribeiro

CE Luz do Caminho – CELUCA

Regional Vale do Paraíba

 

 

E aí? Ficou inspirada (inspirado)? Como você faria?

 

Maria Filomena C Lopes

Equipe editorial do blog para a Evangelização Infantil

Referências:

 1Float é uma animação da Pixar, de 7 minutos, produzida em 2019 e dirigida por Bobby Rubio.

 2Diferenças e diferentes

A vida é um propósito divino com objetivo de ensinar cada espírito às regras de crescimento e cura.

Quando encarnados buscamos uma coletividade onde sejamos aceitos e possamos nos expressar e conviver. Vejam filhos, nos arranjamos como as abelhas se arranjam em suas colmeias. Porém, ao contrário das abelhas, nós seres dotados de inteligência, caímos sempre na comparação. Comparamos nosso grupo a outros. Comparamos nossas aquisições às de outros. Sempre olhando com olhos que buscam os defeitos dos outros para ressaltar nossas qualidades.

Julgamos e rotulamos. Costumamos dizer que pessoas são diferentes e que existem diferenças entre os irmãos. Filhos, estas são palavras terrenas. No plano espiritual, quando a visão do infinito retorna, entendemos que não existem diferenças nem diferentes. O que existe são estágios de aprendizado e evolução. Os grupos que controlam seu orgulho ou que agem pelo orgulho.

Precisamos desenvolver o amor fraternal. Quando amamos fraternalmente não rotulamos, não julgamos. Aceitamos, entendemos, nos colocamos no lugar do outro. Cada um caminha no seu caminho, praticando o que precisa para o seu aprendizado. Aí está o que chamamos de diferença ou diferente, nada mais é do que lições distintas para um e para outro.

Quando enxergamos os diferentes, muitas vezes somente nossos olhos veem a diferença. São tão iguais a nós que nosso egocentrismo não aceita o que não quer ver.

Filhos, quero que reflitam sobre tudo que acham diferente. Entendam que podemos aceitar sem conviver! Amar sem tocar! Apesar de nosso estudo acontecer em classes distintas, cada um está com o aprendizado que precisa naquele momento. Todos saíram da mesma casa e para lá retornaremos. Quem é diferente para você na verdade está refletindo tudo aquilo que inconscientemente tentamos colocar debaixo do tapete.

Vamos agradecer os diferentes! Aceitar o aprendizado que eles nos trazem. Se o arranjo divino os colocou lado a lado é porque nesse cenário existe aprendizado ainda. Filhos não julguem, estudem! Não rotulem, busquem! Os diferentes deixam de ser diferentes quando nossa evolução moral os traz para inclusão em nosso sistema. Esta magia só é possível através do Amor!

Sejamos Luz; Sejamos Prece e deixamos que os diferentes cumpram sua missão junto a nós!

Fiquem com o Amor de Maria e o aconchego de todos nós da colônia Maria de Nazaré!

Espírito: Irmão José (Colônia Maria de Nazaré)

Retirado de: https://espiritismoemmovimento.blogspot.com/2014/01/mensagem-espirita-diferencas-e.html (acessado em 07/04/2023)